Governo Irá Interferir na Economia Só Durante Covid-19, Diz Presidente da Caixa

A política econômica de estímulo à economia deverá ser adotada apenas enquanto durar a crise do coronavírus. Segundo Pedro Guimarães, presidente da Caixa Econômica Federal, as medidas como o Auxílio Emergencial e outras que, juntas, somam mais de R$ 6 bilhões, são momentâneas.

Este é um momento de crise mundial. São mais de 600 bilhões de reais em várias iniciativas. A própria Caixa já tem 150 bilhões (em gastos) em todos os segmentos que são focos nossos. Em relação ao que vai acontecer após a crise de saúde, há uma unanimidade no Ministério da Economia. É o foco nas reformas que nós tínhamos antes da crise.

A fala, feita em uma live do jornal Valor Econômico, ocorre enquanto o mercado questiona se haverá mudança de política econômica após a crise da Covid-19. O ponto central é o Plano Pró Brasil, anunciado no dia 24 pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto. A apresentação não contou com a presença de Paulo Guedes.

Nos bastidores, comenta-se que o programa estaria sendo gestado pela ala militar do governo, sem a anuência do ministro da pasta da economia. A proposta de investimento público em infraestrutura e geração de empregos não agradaria o ministério, principalmente levando em conta a possível longevidade das medidas para além da pandemia.

O presidente da Caixa evitou comentar detalhes do Plano. O projeto, no entanto, ainda não foi detalhado. A expectativa é que um cronograma seja apresentado entre maio e junho, com início da implementação previsto para outubro. Por enquanto, estima-se R$ 250 bilhões em concessões e parcerias público privadas, e R$ 30 bilhões de investimento público.

Presidente da Caixa: ‘mercado vai reagir’

Operadores do mercado não veem com bons olhos uma mudança de rumo na política econômica. O receio é de que uma eventual confirmação dessa guinada possa provocar uma nova debandada de capital estrangeiro no país. Além disso, Guimarães pontua uma possível quebra de confiança.

E economia vive de expectativas, expectativas racionais. Se houver no mercado uma sensação de que essas reformas pararam fora desse momento que é crucial para reduzir o problema econômico, se for para mais de alguns meses e isso virar uma mudança [de política econômica], o mercado vai reagir.

O presidente da Caixa diz que o prolongamento de investimentos públicos pode aumentar a taxa de juros e prejudicar aberturas de capital e o desempenho da bolsa.

Crise política e Bitcoin

A saída de Sérgio Moro do Ministério da Justiça intensificou a crise política brasileira e estremeceu o mercado. O Ibovespa despencou próximo de 10% e o dólar chegou a ultrapassar os R$ 5,70 minutos após o anúncio do agora ex-ministro.

Nesta segunda-feira (27), a bolsa segue em baixa e abre perdendo 5,45%. No entanto, o Ibovespa futuro sobe 2% e dólar futuro cai a R$ 5,57. A expectativa de melhora se dá em meio à menos incertezas quanto à permanência de Guedes no cargo.

Na contramão, o Bitcoin se valorizou e já chega próximo a R$ 43 mil em corretoras brasileiras. A criptomoeda se manteve estável durante a crise no Brasil. Na visão de analistas, o comportamento fortalece a ideia de que o ativo se torna, cada vez mais, uma reserva de valor como o ouro. A incerteza quanto a moedas nacionais poderia, inclusive, beneficiar moedas digitais.

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