Adeus, ouro! Bitcoin rompe correlação e mostra-se investimento mais confiável diante de crise global
Rali do Bitcoin explicitou a fraqueza do ouro como ativo de hedge.
O ativo de proteção econômica mais adotado em todo o mundo, o ouro, está definitivamente com os dias contados.
Depois de forte correlação durante a maior parte da crise econômica em 2020, o Bitcoin rompeu sua ligação com o ouro e está provando-se a melhor proteção e investimento diante das incertezas trazidas pelas ondas de contaminação e lockdown econômico na pandemia de coronavírus.
Apesar do metal precioso ter batido seu recorde contra o dólar em US$ 2.000 por onça neste ano, o ouro – que tem sido um lastro monetário padrão para as economias globais – não tem se comportado como proteção contra as crises, como publicou no Twitter a especialista Barbara Roth em uma thread:
“Analisando prazos mais longos ou menos longos, o Ouro não tem funcionado como ‘reserva de valor’ em relação ao dólar há um bom tempo, por mais que nesses últimos meses tenha voltado ao preço de 9 anos atrás. Enquanto o Ouro faz seu processo de desmonetização homeopaticamente desde 1980, existe um outro ativo que parece sofrer um processo inverso – uma hipermonetização.”
O ativo em questão, segundo ela é o Bitcoin, que desde sua criação em 2009 tem tido uma valorização média parabólica – apesar da máxima de 2017 e consequente mercado de baixa em 2018.
Ela ainda lembrou a declaração do CIO da BlackRock, Rick Rieder, que apostou semana passada que o “Bitcoin vai tomar o lugar do ouro em pouco tempo”.
Até setembro, boa parte dos especialistas celebrava a correlação “saudável” do Bitcoin com o ouro e um dos principais índices de ações do mundo, o S&P 500.
A correlação, porém, se quebrou em outubro, quando o Bitcoin iniciou a alta atual e ainda não mostrou enfraquecimento do rali.
Com a disparada, o valor do BTC contra o ouro já chegou a sua máxima no ano, perto de 10 onças, e pode estar preparando-se para superar a máxima histórica de 14 onças, registrada durante o rali de dezembro de 2017.
Apesar da queda da correlação em 2020, o índice de correlação BTC/Ouro da CoinMetrics revela que os dois ativos estão bem longe da mínima histórica, registrada em maio de 2017, quando o índice chegou a quase 0 (sendo 1 o máximo de correlação possível).
Em 2020, no auge da crise econômica global, a correlação entre ouro e BTC chegou a bater 0,9 em abril, comportamento que não era visto desde 2016 para ambos os ativos. Depois, porém, o rali do Bitcoin e estabilidade de preços do ouro rompeu a correlação, que hoje, em novembro do mesmo ano, já está em 0,67.
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