Golpes envolvendo criptomoedas ficam em segundo lugar em ranking dos mais perigosos
Relatório produzido pelo Better Business Bureau colocou pela primeira vez as fraudes envolvendo criptomoedas em seu ranking de golpes mais perigosos e danosos do mundo
De acordo com um novo relatório realizado pelo Better Business Bureau (BBB), os golpes que envolvem criptomoedas são o segundo tipo de crimes mais perigosos – a análise foi feita com base em dados de 2019.
O Better Business Bureau é uma organização sem fins lucrativos com sede nos EUA, fundada há mais de um século, e seu novo relatório – o BBB Scam Tracker – analisou diferentes tipos de golpes.
Em 2018, o relatório anual dos tipos de golpes mais perigosos listou os golpes que utilizam criptomoedas como um problema emergente. Naquele ano, este tipo de golpe apareceu como uma subcategoria de golpes de investimento.
No entanto, no relatório de 2019, o BBB nomeou os golpes de criptomoeda como segundo colocado no ranking de golpes de maior risco, atrás apenas dos golpes de emprego. Este último manteve a primeira posição pelo segundo ano consecutivo.
Segundo o BBB, os dez golpes mais perigosos (organizados por periculosidade) são:
- Empregos falsos
- Criptomoedas
- Compras online
- Compra com cheque falso
- Taxa de empréstimo adiantada
- Romance falso
- Melhoria de casas
- Investimento
- Suporte técnico
- Pacote de viagens/férias
O BBB constatou que a perda média, em dólares, dos golpes envolvendo criptomoedas era de US$ 3.000. O relatório baseia-se nos dados fornecidos pelos consumidores ao BBB Scam Tracker e no “Índice de Risco BBB”.
O “Índice de Risco BBB” é um algoritmo de propriedade do BBB que mede a exposição, a suscetibilidade e a perda monetária para calcular o risco geral de fraude.
O relatório, que cobre principalmente os EUA e o Canadá, afirmou:
“Os golpes de criptomoeda subiram para o segundo golpe mais arriscado em 2019. Com uma perda média de US $ 3.000 em dólares, esses golpes estão tendo um impacto devastador sobre os consumidores. Em alguns casos, os consumidores não entendem completamente esses ativos digitais, permitindo que os golpistas os aproveitem convencendo os consumidores de que eles obterão retornos significativos em um “investimento.”
Em outros casos, alguns golpes eram possíveis porque os consumidores compravam, armazenavam ou negociavam criptomoedas em uma exchange vulnerável a ataques de hackers.
Segundo o relatório, 68,5% dos consumidores que relataram um golpe de criptomoeda perderam dinheiro. Curiosamente, 31% dessas perdas foram relacionadas à exchange de criptomoedas da China – a C2CX.
Muitos golpes são promovidos através de sites de mídia social. O relatório compartilhou a experiência de José, do Arizona:
“Eu estava navegando no meu Instagram quando uma pessoa chamada Elizabeth me enviou uma mensagem privada sobre o comércio de criptomoedas. Eu estava desesperado na época e ela me interessou por causa dos ganhos. Ela [disse que] iria gerenciar minha conta [e] faria todo o comércio. Ela me enviou o endereço da carteira pelo WhatsApp e de lá eu iria para um caixa eletrônico de Bitcoin.”
José fez alguns depósitos em sua conta Bitcoin e observou como o saldo aumentava. Quando ele tentou retirar os fundos após cerca de dois meses, ele acabou em um site bancário que parecia falso.
Os golpistas disseram a José para pagar US$ 500 por um código para desbloquear os US$ 25.000 exibidos em sua conta. No entanto, ele não conseguiu acessar os fundos e perdeu US$ 1.200 no total.
De acordo com o relatório, os homens são mais suscetíveis à golpes de criptomoedas do que as mulheres. Para mulheres, o segundo tipo de golpe mais perigoso é o que envolve um falso romance.
Como esta tecnologia ainda é muito nova, muitos golpistas se aproveitam da falta de educação sobre ativos digitais do público em geral.
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