Histórico do Halving do Bitcoin pode não prever o futuro da criptomoeda, diz Goldman Sachs
A contagem regressiva para o quarto halving do Bitcoin tem especialistas financeiros e entusiastas na ponta dos seus assentos.
Com o evento definido para reduzir a emissão por bloco do Bitcoin para pouco mais de 3 BTC, a comunidade de criptomoedas está atenta. Antecipando ansiosamente uma repetição dos ciclos anteriores após o halving.
O Goldman Sachs, no entanto, pede cautela, destacando a variação do passado do Bitcoin e as condições macroeconômicas imprevisíveis.
Halving do Bitcoin em 2024: Desta vez é diferente
O relatório do Goldman Sachs, divulgado no dia 12 de abril, sugere que, embora os dados históricos mostrem uma valorização substancial do Bitcoin após os halvings anteriores, essa tendência não deve ser um roteiro definitivo para futuros movimentos de preços.
O gigante do setor bancário enfatiza os efeitos psicológicos do halving do Bitcoin no sentimento dos investidores, observando que a oferta limitada inerente da criptomoeda pode estimular uma perspectiva de alta. Ainda assim, o quadro geral é muito mais complexo.
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“Deve-se tomar cuidado para não extrapolar os ciclos passados e o impacto do halving, dadas as respectivas condições macro prevalecentes“, afirmou o Goldman.
Com um aceno para o cenário em evolução das criptomoedas, o Goldman Sachs aponta para o advento dos ETFs de Bitcoin como um fator significativo que provavelmente moldará a trajetória de preços a médio prazo.
“Se o halving do Bitcoin na próxima semana acabará sendo um ‘compre o boato, venda a notícia’ é indiscutivelmente menos impactante nas perspectivas de médio prazo do BTC, já que o desempenho do preço do BTC provavelmente continuará a ser impulsionado pela referida dinâmica de oferta-demanda e demanda contínua por ETFs de BTC, que combinada com a natureza autorreflexiva dos mercados de criptomoedas é o principal determinante para a ação do preço à vista”, afirmou a equipe do Goldman.
A aprovação do ETF já influenciou os preços de mercado?
Embora alguns analistas prevejam um aumento nos preços que poderá atingir novas máximas históricas, o CEO do LMAX Group, David Mercer, continua cético. Ele sugere que a maturidade do mercado alcançada em 2024 diverge bastante dos ciclos anteriores. Possivelmente, portanto, atenuando o impacto do halving do Bitcoin.
Além disso, Mercer não está sozinho em sua postura cautelosa. As percepções sugerem que a recente alta do Bitcoin pode refletir o tão esperado efeito do halving. O desempenho no período que antecedeu o evento, incluindo o rompimento do topo histórico em março e um forte aumento desde o início do ano, tem sido excepcional.
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“A visão do mercado adulto é a seguinte: Em 2012, 2016, 2020, o halving precedeu uma grande corrida de alta, então o evangelista lhe dirá que em 2024 será a mesma coisa. Achamos que não“, concluiu Mercer.
Esse aumento se deve muito ao entusiasmo em torno dos novos ETFs de Bitcoin à vista e ao influxo de investimentos institucionais no setor.
O chefe de estratégia da Kraken, Thomas Perfumo, afirma que a dinâmica mudou. Portanto, onde os halvings já provocaram novos investimentos, a recente aprovação de ETFs anteciparam o interesse e o fluxo de capital para o Bitcoin.
Esses fatores contribuem para uma visão matizada do halving, enquadrando-a como um marco que pode não necessariamente anunciar um boom imediato de investimentos, como no passado.
Por fim, o halving continua sendo um ponto de análise crítico para aqueles que investem no futuro do mercado de criptomoedas. Ressaltando, no entanto, a delicada interação entre os padrões históricos e o ecossistema financeiro em evolução.
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