‘Mal das pernas’: Lucro dos 4 maiores bancos brasileiros sofre a maior queda em 21 anos

No ano de 2020 o lucro dos quatro maiores bancos do Brasil registra queda de 24,4%, que é a maior queda já registrada desde o ano de 2000. De 1996 até 2000 os bancos tiveram queda de lucratividade em sete oportunidades

A situação não está muito boa para os quatro maiores bancos do Brasil que viram seu lucro cair mais de 24% no ano passado, a maior queda em 21 anos, segundo um estudo da consultoria Economática.

Desta forma, se considerada a inflação, juntos Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander, a queda é ainda maior e chega a 26,6%.

Os dados do estudo indicam que o Itaú teve o maior lucro ano passado com lucro anual de R$ 18,9 mil milhões, seguido do Bradesco, com R$ 16,5 mil milhões, Santander R$ 13,4 mil milhões e Banco do Brasil, R$ 12,6 mil milhões de reais.

Além disso, a mediana do ROE, que é calculada pelo resultado do lucro líquido dividido pelo patrimônio líquido médio, dos quatro maiores bancos brasileiros em 2020 é de 12,06%, o menor valor já registrado desde 1995 quando a mediana do ROE foi de 10,56%.

O estudo aponta ainda que o resultado é reflexo da pandemia do coronavírus que gerou uma profunda crise após a paralisação das atividades entre março e maio do ano passado, quando foi decretado o isolamento social para evitar a disseminação do vírus.

“No ano de 2020 o lucro dos quatro maiores bancos do Brasil registra queda de 24,4%, que é a maior queda já registrada desde o ano de 2000. De 1996 até 2000 os bancos tiveram queda de lucratividade em sete oportunidades.

A maior queda foi em 1995 e reflete o reconhecimento de perdas que o Banco do Brasil fez nos anos de 1994 e 1995. Em 1995 a queda foi de R$ 3,3 bilhões ou -735% com relação a 1994. O segundo maior registro de queda aconteceu em 1996, com -42,9%, representando o prejuízo neste ano de R$ 4,8 bilhões”, destaca o estudo.

Valor de mercado também em queda

O estudo aponta também que o valor de mercado dos bancos brasileiros está em queda.

Assim, o valor de mercado dos Bancos brasileiros em 12 de fevereiro de 2021 é de R$ 716 bilhões, demonstrando queda de -24,78% com relação a dezembro de 2019.

No ano de 2020 a queda é de -16,37% e em 2021 até 12 de fevereiro de -10,06%.

O Banco do Brasil com -36,05% tem a maior queda percentual de valor de mercado entre dezembro de 2019 e 12 de fevereiro de 2021, Bradesco com queda de -25,46%, Itaú Unibanco com -23,32% e Santander com queda de -17,15%.

Nominalmente o Itaú Unibanco tem o maior recuo entre dezembro de 2019 e 12 de fevereiro de 2021 com R$ -78,4 bilhões, seguido pelo Bradesco com R$ -71,8 bilhões, Banco do Brasil com R$ – 54,2 bilhões e Santander com queda de R$ -31,3 bilhões.

Fim de uma era

Em busca de melhorar seus lucros, se adaptar à economia digital, que vem ganhando cada vez mais espaço com a aceitação do Bitcoin e criptomoedas por grandes capitalistas globais.

Assim, os bancos tiveram que reestruturar suas operações e os principais bancos do Brasil estão decretando o ‘fim da era das agências’.

O Banco do Brasil, uma das principais instituições financeiras do país, começou o ano de 2021 anunciando um grande plano de remodelação em seus negócios, que inclui a demissão de 5 mil funcionários (por meio de um Programas de Demissão Voluntária) e o fechamento de mais de 360 unidades.

Mas o movimento não é apenas do BB, somente em 2020, os bancos fecharam 1.444 agências no Brasil, 78% a mais que em 2019.

O Bradesco é o banco que vem liderando o fechamento de agências com mais de 770 agências encerradas somente em 2020.

Com o encerramento de agências, os empregos também estão sendo eliminados e cerca de 26% dos funcionários dos bancos perderam seus postos de trabalho em 2020.

Nesse quesito, o Santander lidera a lista, cortando 4.335 empregos, de acordo com seu balanço.

Em todos os bancos a justificativa é praticamente a mesma: adaptar as instituições à ‘nova’ economia digital e, com isso, encerrar uma ‘era’ na qual os bancos brigavam entre si para ver quem tinha a maior cobertura de agências físicas.

Confira o estudo completo sobre o lucro dos bancos

 

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