Gigantes da tecnologia estão perdendo seus grandes executivos para o ecossistema de criptomoedas
Durante os últimos meses se tornou comum o número crescente de executivos de peso deixando algumas das maiores empresas globais — como Google, Apple, Netflix e Facebook — para investir no ainda desconhecido caminho da blockchain e das criptomoedas.
Com base em uma lista desenvolvida pela CoinDesk, apresentaremos sete exemplos de pessoas que deram as costas para a vida segura em uma gigante de tecnologia para tentar a sorte em um novo setor, alicerçado sobre a descentralização de dados.
Kahina van Dyke – Ripple
Kahina van Dyke saiu do Facebook para se tornar vice-presidente sênior da Ripple para negócios e desenvolvimento corporativo. Sua biografia profissional é pontuada por experiências em sistemas de pagamentos de grandes empresas, não só do Facebook, mas também com passagem pela MasterCard e Citibank.
Van Dyke fez a transição entre companhias em junho e, no blog do Ripple, ela descreveu suas razões para entrar na indústria cripto:
“Há uma razão para que você tenha apenas um punhado de grandes operadoras de transferência de dinheiro no mundo de hoje. Sem dúvida, as transações internacionais são um dos problemas mais complexos e multifacetados nos pagamentos.”
Para ela, o Ripple tem a combinação de tecnologia e estratégia de negócios que irão eliminar a fricção enfrentada por pessoas ao redor do mundo que tentam movimentar dinheiro internacionalmente.
Evgeny Kuzyakov – NEAR
Antes do seu trabalho atual como engenheiro sênior de software do NEAR, Kuzyakov atuou no Facebook e, um pouco antes, no Google. Como parte da equipe do NEAR, ele tem como objetivo agregar a tecnologia blockchain em dispositivos de baixo custo aproveitando o particionamento (sharding).
Quando saiu do Facebook, ele estava trabalhando em sistemas de compressão de vídeo de 360 graus e realidade virtual. Sua experiência em duas gigantes de tecnologia, ele diz, ajudará a garantir que o NEAR se torne um protocolo de grande alcance.
“Minha experiência no setor ajuda a entender essas questões e espero que ela auxilie quando projetarmos nosso sistema”, disse ele.
Amazon
Leo Chen – Harmony
Chen acabou de sair da Amazon Web Service (AWS), o serviço em nuvem da gigante de Seattle, para começar na Harmony, uma plataforma de consenso construída para um throughput (que pode ser traduzido como taxa de transferência efetiva de um sistema) muito alto.
Depois de quase quatro anos na Amazon, Chen revelou que poderia ter feito a mudança mais cedo. Mas ele havia deletado o aplicativo do Facebook de seu celular e, com isso, acabou perdendo uma proposta do fundador da Harmony, Stephen TSE — ele também uma ex-cria da Apple e do Google.
Basicamente, todos que usam a internet acabam utilizando a AWS indiretamente. Por isso ele acredita que sua experiência será decisiva para a nova empreitada:
“A arquitetura que aprendi e a experiência que adquiri podem nos ajudar a construir uma blockchain segura e de alto desempenho.”
Apple
Alok Kothari – Harmony
A Harmony recebeu dois pontos dessa lista ao contar com Alok Kothari como um dos engenheiros e cofundador da empresa. Sua equipe é realmente rica em profissionais com passagens por companhias globais de tecnologia.
Kothari deixou a Apple em junho, depois de trabalhar lá por quase três anos. Especialista em aprendizado de máquinas, ele atuava no sistema de assistente de voz da Apple, Siri, mas há muito tempo considerava começar algo por conta própria.
Netflix
Ryan Lechner – Consensys Labs
Agora, na Consensys Labs, gerenciando quase 50 investimentos baseados na tecnologia Ethereum, Ryan Lechner aplica os ensinamentos aprendidos na Netflix, local onde ele trabalhou para expandir a estratégia de conteúdo de não ficção.
Insatisfeito com os modelos de grandes negócios que estavam se formando no Vale do Silício, ele foi tomado por dúvidas e questionamentos. “Não há nada estruturalmente sustentável sobre colocar muros virtuais em torno dos dados”, disse ele.
Mas foi um momento em particular, que fez Lechner considerar o poder da blockchain na construção de pontes sobre os fossos do vale do Silício.
“Eu estava andando no Lago Merritt, em Oakland, ouvindo um podcast no qual Nick Szabo e Naval Ravikant falaram sobre o poder transformador da blockchain e das criptomoedas”, escreveu ele. Concluindo que:
“Espero que o meu papel na Consensys possa catalisar uma mudança radical para redes descentralizadas e modelos de negócios”.
Alex Feinberg – OkCoin
Alex Feiberg hoje atua como diretor de desenvolvimento de negócios da exchange OKCoin, embora tenha deixado o Google pela primeira vez para participar de uma startup de segurança voltada para blockchain chamada Petram Security. Dessa forma, a OKCoin é, na verdade, seu segundo papel no ecossistema cripto desde o Google.
Na época em que se juntou ao Google, ele defendia uma tese de que enquanto os bancos centrais mantivessem a impressão do dinheiro, isso poderia trazer grandes benefícios às partes mais especulativas da economia, como a tecnologia.
“A mudança para o espaço criptográfico foi apenas uma extensão lógica desta decisão original”, disse ele.
Chandan Lodha – CoinTracker
Lodha é cofundador da CoinTracker, um aplicativo que consegue calcular as obrigações fiscais em carteiras de criptomoedas.
Ele deixou a divisão X do Google em meados de 2017, onde trabalhava como gerente de produtos no Projeto Loon — que tem como objetivo conectar áreas remotas à internet por meio de balões.
“Para ser honesto, inicialmente fiquei bastante cético em relação às criptomoedas”, confessou ao CoinDesk, mesmo ele tendo trabalhado em alguns projetos de startups de Bitcoin em 2012 e mantido criptomoedas por anos, como um hobby.
Lodha reconhece que o app não é o primeiro a assumir o cálculo das obrigações fiscais, mas ao mesmo tempo ele acredita que o espaço tem um caminho a percorrer em termos de experiência do usuário. Ele disse:
“Uma lição que trouxemos do Google e que realmente ajudou a construir o CoinTracker é o foco nos usuários para criar produtos muito simples e intuitivos.”
Fonte: Coindesk
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