Genbit nega ser pirâmide e diz que ativos de clientes estão disponíveis na blockchain; investidores negam
Com saques de investidores atrasados, bloqueio na Justiça e ações abertas contra a empresa, a GenBit nega ser pirâmide financeira.
Com saques de investidores atrasados, bloqueio de contas na Justiça e ações abertas contra a empresa, a GenBit negou ao jornal A Tribuna que seja uma pirâmide financeira, disse que “os valores foram transformados em ativos digitais” e que poderiam ser acompanhados pelos investidores na blockchain – “o que muitos negam”, completa a matéria.
Segundo o texto, a GenBit teria dito que atua com ativos digitais, incluindo o Bitcoin, negando que suas práticas caracterizem a prática de pirâmide financeira. Ela também diz na matéria que não passa por dificuldades financeiras:
“Os clientes adquiriram os ativos digitais e isso lhes foi entregue. O que ocorreu foi a grande oscilação do valor dos ativos e, consequente, um gargalo operacional para a realização das operações, como saques”.
Segundo a empresa, os saques estão sendo regularizados e devem estar em ordem “nos próximos 90 dias”. Além disso, a empresa diz que “apenas adquiriu” as atividades da Zero10.Club, proibida de atuar pela CVM:
“[A Genbit] foi surpreendida com imposição de uma obrigação tributária de informar contabilmente todas movimentações de ativos digitais de seus clientes e, por isso, apenas adquiriu as atividades da antiga plataforma Zero10.Club, sem causar danos para clientes e parceiros”.
Investigação da CVM e saques bloqueados
O texto diz ainda que a CVM abriu processo administrativo para apurar a Zero10.Club, que estaria atuando com valores mobiliários sem autorização da autarquia. Também segundo a CVM, a Zero10.Club e a Genbit seriam “a mesma coisa”.
A Genbit oferecia lucros mensais de até 15% com criptomoedas, mas desde o bloqueio dos saques já teria gerado um prejuízo de R$ 1,5 milhão aos investidores. “Pelo o menos 30 ações contra a empresa, localizada em Campinas (SP), já chegaram ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP)”, diz o texto, fora os processos que correm em segredo de Justiça.
A matéria ouviu alguns clientes que têm seus investimentos em Bitcoin bloqueados pela empresa. O advogado Lino de Barros, que conseguiu uma medida cautelar para bloquear as contas da empresa na Justiça, diz que a empresa nunca comprovou que os investimentos foram transformados em ativos digitais, e que a empresa foi transformada “com uma velocidade muito grande”, de Zero10.Club para New Tiger e finalmente GenBit:
O advogado já atua em 16 processos contra a GenBit:
“O pessoal começou a me ligar falando que estava desesperado, que não tinha recebido o dinheiro que havia sido prometido. Não paro de preparar ação contra essa empresa, fora as que estou recusando.”
A matéria também ressalta que a Genbit não informa em quais ativos os investimentos foram transformados, nem a quantidade desses ativos em posse da empresa.