GAS Consultoria pode ter lavado dinheiro de traficantes e milicianos, segundo a Polícia Federal
Dois moradores da Favela do Lixo, em Cabo Frio, fizeram depósitos em dinheiro que somam R$ 1,7 milhão na conta da GAS Consultoria.
A Polícia Federal identificou dois depósitos em dinheiro feitos em benefício da GAS Consultoria Bitcoin, nos valores de R$ 800.000 e R$ 900.000, realizados por dois homens desempregados, moradores da Favela do Lixo, em Cabo Frio, informou reportagem do portal g1 no domingo.
Os depósitos, que totalizam R$ 1,7 milhão, foram feitos no mesmo dia, em 30 de junho. A PF supõe que o dinheiro seja de traficantes da região e abriu uma investigação para apurar o caso.
Segundo a reportagem, os dois homens estão desempregados e jamais tiveram uma ocupação que justificasse a posse de tais quantias. O pai de um dos indivíduos encontra-se preso por homicídio e também responde a processo por tráfico de drogas. Os dois homens não tiveram sua identidade revelada.
Milícia
A Polícia Federal abriu um outro inquérito para investigar se milicianos realizaram investimentos na GAS Consultoria para lavar dinheiro obtido em atividades ilícitas.
Em uma operação na semana passada, a Polícia Civil do Rio de Janeiro encontrou contratos da GAS Consultoria na casa de um empresário identificado como operador financeiro de grupos milicianos que atuam nas comunidades de Rio das Pedras e da Muzema, na Zona Oeste do Rio.
De acordo com os contratos descobertos pelos policiais, o suspeito teria feito aportes somando R$ 2 milhões em contas da GAS Consultoria.
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Os investigadores consideram que as atividades desempenhadas pela empresa a tornam “um forte atrativo para a lavagem de capitais de seus investidores”, uma vez que que ela “não se responsabiliza pela origem do dinheiro aplicado”, apurou a reportagem do g1.
Entenda o caso
Conforme noticiou o Cointelegraph Brasil recentemente, a “Operação Kryptos” desvendou e desarticulou um esquema de pirâmide financeira supostamente baseado em investimentos em Bitcoin montado por Glaidson Acácio dos Santos e comparsas sob a fachada da GAS Consultoria Bitcoin.
A empresa sediada em Cabo Frio, no litoral norte do Rio de Janeiro, prometia aos clientes um rendimento mensal de 10% sobre o montante investido, mas sequer tinha registro junto aos órgãos regulatórios para operar como agente financeiro.
Na última quinta-feira, a Polícia Federal indiciou Glaidson Acácio dos Santos, sua mulher, a venezuelana Mirellis Zerpa, atualmente foragida, e outras 20 pessoas por participação em organização criminosa, gestão fraudulenta e violação do sistema financeiro nacional.
No mesmo dia, a Justiça atendeu a um pedido da PF e do Ministério Público Federal (MPF) e determinou o bloqueio de R$ 38 bilhões de quatro contas da GAS Consultoria.
Até o fim da semana passada já haviam sido protcoladas na justiça do Rio 289 ações contra Glaidson Acácio dos Santos e a GAS Consultoria, nas quais os clientes da empresa pedem o cancelamento dos contratos de investimentos e a devolução dos valores investidos.
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