Games em blockchain terão um um boom em 2022
O desenvolvimento e os investimentos em jogos que utilizam a tecnologia blockchain prometem ser a sensação em 2022.
Muitos milhões estão fluindo para games blockchain e NFTs
Neste último quadrimestre, centenas de milhões de dólares fluíram para negócios relacionados a games blockchain e centrados em NFT, com investidores alocando grande quantidade de recursos em startups que, por sua vez, estão em busca de desenvolvedores especializados para construir suas equipes.
Em outubro, a Sky Mavis, criadora do Axie Infinity, anunciou ter levantado mais US$ 152 milhões em uma rodada de investimentos, cuja soma já perfaz um total de US$ 3 bilhões. Note que o Axie Infinity já vendeu mais de US$ 3 bilhões e reivindica ter 2 milhões de usuários ativos.
Outro exemplo de como os investidores estão ávidos por games blockchain foi a Forte, uma plataforma de desenvolvimento de blockchain para criação de novos jogos fundada em 2019, que já havia angariado US$ 125 milhões numa primeira rodada de investimentos em maio de 2021 e levantou mais de US$ 725 milhões em novembro, numa segunda rodada de investimentos co-liderada pela Sea Capital (o braço de investimento do Sea Group) e pela Kora Management.
Outros investidores que participaram da rodada incluem Andreessen Horowitz, Tiger Global, Polygon Studios, Solana Ventures, Griffin Gaming Partners, Warner Music Group, Animoca Brands, e zVentures (o braço de investimento da Razer). Até agora, a Forte arrecadou mais de US$ 900 milhões em investimentos para seu projeto.
Por que games blockchain terão um boom em 2022?
O esperado boom dos games NFT em 2022 tem vários motivos. Primeiro, porque com todo este capital fluindo para projetos, gigantes do mercado tradicional também começaram a olhar para eles. Electronic Arts, Square Enix e Ubisoft anunciaram planos de embarcar em games blockchain e NFTs e já começaram a contratar desenvolvedores.
Segundo, não são só os videogames, mas absolutamente tudo está migrando para o digital via NFTs.
A Hasbro, proprietário do jogo de cartas Magic: The Gathering, por exemplo, já sinalizou que está explorando o uso de NFTs com a marca.
Na mesma linha, a Parallel Alpha transformou alguns de seus cartões em NFTs e, apesar de ainda não tem um jogo funcional, já alcançou mais de US$ 270 milhões em vendas até a data de fechamento deste artigo.
Aqui, vale a pena entender por que muitas empresas como a Hasbro, a Parallel Alpha, a Adidas e outras grandes marcas globais têm usado NFTs como porta de entrada para o espaço digital.
Como NFTs se tornaram o átomo do metaverso e dos mundos digitais?
O NFT se tornou o átomo do Metaverso, depois que a tecnologia blockchain possibilitou a padronização de atributos básicos dos NFTs, como a propriedade, a transferência e controle de acesso, bem como a incorporação de atributos adicionais aos tokens não fungíveis, como, por exemplo, especificações de como exigir um NFT.
A padronização via blockchain também viabilizou a interoperabilidade. Agora, os NFTs podem mover-se mais facilmente entre vários ecossistemas, sendo visualizados imediatamente em dezenas de diferentes provedores de carteira digital, negociáveis em vários mercados e mundos virtuais como o Decentraland.
A interoperabilidade, por sua vez, ampliou a negociabilidade dos NTFs, ao possibilitar o livre comércio em mercados abertos. Isto é, NFTs baseados em blockchain possibilitam aos usuários moverem seus ativos não fungíveis para fora de seus ambientes originais, e tirar proveito de recursos sofisticados de negociação, como leilões, licitações, além da capacidade de transacionar em qualquer moeda, como stablecoins e moedas digitais específicas de determinado aplicativo.
Essa negociabilidade representa a transição de uma economia de NFTs, inicialmente fechada, para uma economia de mercado livre.
Esta é uma das principais vantagens dos games em blockchain e, talvez, a principal razão para, em outubro, a popular plataforma gamer Steam ter proibido a listagem e venda destes jogos.
No que games blockchain diferem de empresas e plataformas como a Steam?
O game blockchain é fundamentalmente diferente da maioria das outras empresas de jogos como a Steam por causa da forma como se aproxima da propriedade. Estes games dão aos jogadores controle total sobre os ativos digitais que eles ganham ou adquirem através de sua participação nos jogos.
Em contrapartida, é importante destacar:
Nos jogos tradicionais, ainda que os jogadores paguem dinheiro real por seus ativos digitais, eles não poderão mais acessá-los se o servidor estiver desligado.
E aqui o principal motivo para a Steam ter banido os jogos em blockchain ou centrados em NFTs: nos jogos tradicionais, o dinheiro e os ativos continuarão sendo propriedade da editora ou do desenvolvedor.
Por outro lado, os jogadores de games em blockchain mantêm a propriedade total de seus ativos digitais, permitindo que eles os comercializem livremente com outros jogadores, os vendam por dinheiro real e potencialmente os utilizem em outros jogos ou em mundos virtuais do metaverso.
Takeaway
Hoje, tecnologias como Realidade Aumentada e Realidade Virtual estão imergindo os jogadores do mundo inteiro em mundos virtuais cada vez mais realistas.
Do mesmo modo, a tecnologia tem permitido que a indústria de jogos também evolua e, busque novos modelos de negócios.
Pela primeira vez, torneios e serviços de streaming como o Twitch tem cedido aos jogadores uma fatia das receitas da indústria gaming. Atualmente, já vemos jogos gratuitos monetizados via compras e publicidade nos jogos.
Pelo que vimos nos parágrafos anteriores, tudo indica que o uso da tecnologia blockchain é a nova tendência, e terá adoção generalizada pela indústria de games em 2022.
Vamos ver até quando as empresas de jogos tradicionais e plataformas como a Steam conseguirão resistir.
E você, já imaginou como blockchain é capaz de redefinir as experiências nos jogos, tanto para desenvolvedores, como para jogadores?
Já pensou que se os jogos passarem a utilizar ativos baseados em blockchain (como NFTs e criptos), tais ativos podem ser negociados P2P (peer-to-peer), globalmente, vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana?
Pense nisto até nosso próximo encontro. Até breve!
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