Fundador da criptomoeda Digibyte (DGB) abandona projeto após alta de 275%

A altcoin que liderou a alta dentre as top 100 este ano, DigiByte (DGB), acaba de ter uma surpresa desagradável. Seu fundador, Jared Tate, anunciou que irá sair do projeto, e criar uma empresa para vender serviços de blockchain.

Embora Jared pretenda utilizar o blockchain (ou tecnologia) da DigiByte em suas aplicações, certamente é um golpe duro na moeda, que havia subido 275% em pouco mais de 1 mês.

O que é DigiByte?

Trata-se de uma das mais antigas criptomoedas em existência, um fork do Bitcoin lançado no início de 2014. Aumentaram o número máximo de moedas em existência para 21 bilhões. Sua principal diferença são os blocos confirmados em média a cada 15 segundos, ao invés dos 10 minutos do Bitcoin.

Além disso, os desenvolvedores optaram por um mix de diversos algoritmos, com objetivo de descentralizar a mineração. Por ser um fork, foi possível aproveitar o Segwit do Bitcoin, implementado em meados de 2017. Ah! Seu bloco gênesis esconde a seguinte mensagem: “Target (varejista): dados de 110 milhões de consumidores vazados”.

Volume, hashrate e endereços ativos

Seu volume verdadeiro está concentrado nas exchange Bittrex, Bitfinex e OkEX, embora esta última infle os números em mais de 10x. 

Dados comparativos, média de trinta dias:

DGB LTC DASH
Volume diário verdadeiro, Nomics USD 1,5 milhão USD 148 milhões USD 25 milhões
Endereços ativos 10 mil 86 mil 82 mil
Valor das transações, mediana USD 0,07 USD 1,17 USD 7,53
Receita diária, mineradores USD 60 mil USD 320 mil USD 125 mil

Risco de ataque surge no radar

Uma análise postada no Reddit cerca de três semanas atrás revelou um risco de ataque 51% em dois dos cinco algoritmos da Digibyte. Segundo o estudo, duas entidades dominam 40% do hashrate, o poder de mineração.

Os devs rapidamente anunciaram que estão mais próximos da implementação do ProgPoW, mecanismo anti-mineração via ASICs, aqueles equipamentos especializados. Além disso, pretendem introduzir um novo algoritmo voltado para mineração via CPU, RandomX.

Em 24 de abril, Josiah Spackman anunciou que haviam captado 80% das doações necessárias para financiar o desenvolvimento dos novos algoritmos de mineração.

Futuro descentralizado

A favor da moeda, pesa o fato de não ter feito nenhum tipo de ICO, além de contar com voluntários como desenvolvedores, sem entidade centralizada por trás. O foco tem sido o Digi-ID, na área de identificação digital. O software atua como um Password Manager, armazenando as senhas de forma criptografada e segura.

No entanto, é inegável que Jared Tate era uma figura importante, não só atuando no desenvolvimento, mas também como principal porta-voz do projeto. No entanto, a fundação Digibyte trabalha apenas com voluntários, reduzindo o risco de briga pelo controle após a saída de Jared.


Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.

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