Funcionário de Banco Central do Líbano é preso por fraude
A situação no Líbano só piora, com uma economia arrasada e a população se aventurando em violentos protestos contra o governo. Para piorar, um funcionário do Banco Central do Líbano foi preso por uma fraude, o primeiro caso do tipo desde o início dos protestos.
Com uma moeda altamente depreciada, a Libra Libanesa (LBP) é uma das que mais perde valor no mundo. A cotação da moeda libanesa atualmente é tão depreciada que mesmo R$ 1 vale 265 LBPs. Em relação ao dólar, a moeda libanesa sofre ainda mais, com U$ 1 valendo 1500 unidades da divisa LBP.
A crise cambial do Líbano começou no último verão do país, ainda em agosto de 2019. Com a prisão de Mazen Hamdan, o Banco Central se mostra uma instituição cada vez mais frágil.
Situação morro abaixo, funcionário de Banco Central do Líbano é preso por fraude em moeda local
A situação vivida pela população do Líbano é cada vez pior, com a quebra institucional do país cada vez maior. Desde 2019, o câmbio local é afetado por várias variáveis e a tendência é que a situação se agrave na medida em que o tempo passa.
De fato, o Hezbollah, grupo paramilitar considerado terrorista por alguns países, já se posicionou sobre o fato. Segundo o grupo, o Banco Central do Líbano é o único culpado pelo momento de caos vivido no país.
Cabe o destaque que, na teoria, um banco central deveria atuar para manter a estabilidade e poder de compra de uma moeda sob sua responsabilidade. Alguns BCs não possuem ligação direta com o governo, mas atuam em conjunto.
Dessa forma, o Banco Central do Líbano já foi acusado de operar até um esquema de pirâmide financeira, “ponzi”, devido os incentivos dados aos bancos libaneses. Com uma situação caótica, protestos feitos pela população contra os bancos, acabaram em morte nas ruas das cidades.
De acordo com o Al Jazeera, maior portal de notícias do Oriente Médio, um funcionário do Banco Central do Líbano teria sido preso por fraude na última quinta (14), com anúncio público no sábado. A fraude cometida seria a manipulação da moeda libanesa, a Libra (LBP).
Funcionário era Chefe de Operações Monetárias do BC, primeiro escalão
O Líbano encara a pandemia com uma crise monetária, sendo sua moeda volátil e fraca. O governo do Líbano já prendeu mais que 50 operadores de câmbio que se negaram a cumprir ordens de fixar a cotação da moeda local frente ao dólar, ainda no início de maio.
O homem preso na última quinta, Mazen Hamdan, era o Chefe de Operações Monetárias do Banco Central do Líbano. A prisão foi a primeira de um membro do alto escalão da instituição, que está em xeque após várias acusações de corrupção.
Naquele país, há uma forte escassez de Dólar, onde cada U$ 1 já é vendido no mercado negro por 4200 LBP, três vezes acima da cotação. A situação é tão ruim que a divisa local perdeu 12% de valor em apenas um dia no fim de abril, o que certamente ampliou os protestos.
O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, também culpa o Banco Central pela fraude no sistema financeiro do país. Alguns analistas ouvidos pela Al Jazeera não acreditam que as prisões irão resolver os problemas da alta depreciação da moeda.
No Brasil o real também é uma moeda considerada fraca e, de fato, tem piorado com a pandemia. Em relação ao dólar, o BRL perdeu mais que 40% do poder de compra, considerando apenas 2020. Contudo, por aqui os protestos ainda não começaram uma vez que ainda há certa liquidez de dólar no mercado e reserva no Banco Central.
Por fim, a situação vivida pelo Líbano é horrorosa, sendo neste país um bom local para começar a se pensar em soluções alternativas de moeda, como o Bitcoin. A moeda digital, que já completou onze anos de existência, foi pensada em justamente ajudar a população a evitar a corrupção financeira feita por bancos centrais.
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