FTX, Genesis, Bear Market, MT Gox e baleias provam que o Bitcoin não tem nada a ver com ‘ouro digital’, destaca S&P Global
A visão das criptomoedas, especialmente o Bitcoin (BTC) cumprindo um papel semelhante ao ouro, como uma reserva de valor para enfrentar crises econômicas, permanece sendo uma ilusão, segundo um novo relatório da S&P Global
A visão das criptomoedas, especialmente o Bitcoin (BTC) cumprindo um papel semelhante ao ouro, como uma reserva de valor para enfrentar crises econômicas, permanece sendo uma ilusão, segundo um novo relatório da S&P Global.
Além dos recentes casos, como o da FTX, que mostraram a fragilidade do mercado, o relatório aponta que a maior volatilidade e os retornos dos criptoativos continuam a distingui-los mais como um ativo de alta recompensa do que como uma reserva de valor.
A análise, parte do relatório A Deep Dive Into Crypto Evaluation, observa que o preço do ouro aumentou mais de 40% de meados de 2019 a meados de 2020, pois muitos investidores fizeram a transição para o ouro em resposta à pandemia. De acordo com a S&P Global, o Bitcoin, no entanto, não apresentou uma tendência clara no mesmo período.
Mais recentemente, embora o preço do ouro tenha subido em 2022, um ano indiscutivelmente marcado pelo aumento do risco geopolítico, não houve um aumento na procura e no preço do Bitcoin, pelo contrário a criptomoeda perdeu quase 80% levando diversas empresas do mercado a falência devido problemas de liquidez e má administração.
“À medida que os temores de inflação se intensificam e os índices de inflação tendem, sem dúvida, para cima, e como a escassez da cadeia de suprimentos, as preocupações com energia e a incerteza da guerra continuam a crescer, o preço do Bitcoin caiu para seu nível mais baixo desde novembro de 2021, enquanto o ouro, após uma alta durante o primeiro trimestre, média superior aos níveis pré-pandêmicos (por exemplo, julho de 2019)”, diz o relatório.
Nada de ‘ouro digital’
O relatório, A Deep Dive Into Crypto Evaluation compara vários criptoativos entre si e com ativos mais tradicionais e comparando as criptomoedas com os índices S&P 500 e NASDAQ, o relatório revela que os retornos diários das criptomeodas exibem maior volatilidade e não uma correlação significativa com as ações (apesar de um aumento na correlação nos últimos meses).
“A falta de comparabilidade entre criptoativos e ações não é surpreendente, uma vez que os motivadores para a avaliação de criptomoedas são diferentes”, diz Cristina Polizu, diretora-gerente, Metodologias, S&P Global Ratings e uma das principais autoras do relatório.
Embora as criptomoedas não rastreiem ações, o relatório constata que elas mostram uma notável correlação histórica de retorno umas com as outras (excluindo stablecoins).
“Apesar do fato de que a gênese de cada moeda é independente uma da outra e do fato de terem sido criadas em diferentes plataformas usando diferentes protocolos e em diferentes momentos, nossa análise mostra (desde 2018) correlação moderada a alta entre os criptomoedas, excluindo stablecoins”, diz o relatório.
Por fim, o relatório observa que, embora as stablecoins (como Tether, USDC e Dai) sejam menos voláteis do que outros criptoativos, elas ainda exibem maior volatilidade do que as moedas fiduciárias tradicionais e, historicamente, têm uma baixa correlação com elas.
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