Do Facebook ao Roblox, confira os 10 maiores fracassos do metaverso

O que realmente ‘bombou’ no metaverso em 2022 foram as demissões, corte de verbas e inúmeros eventos flopados

Em 2022, uma palavra dominou a mente de desenvolvedores, empresas e entusiastas de tecnologia no mundo todo: metaverso. O termo, familiar aos usuários de criptomoedas, que se tornou popular quando o Facebook mudou seu nome para META, foi um dos grandes hypes do ano.

Muito se falou sobre o potencial disruptivo do metaverso. Sobre como o novo ambiente digital romperia as fronteiras entre o digital e o físico, ajudando a reescrever uma nova história na sociedade. Muitos chegaram a dizer que o metaverso seria a fronteira final da vida, sendo que nele, as pessoas poderiam se manter vivas para sempre por meio de seus avatares e upload de consciência.

No entanto, o que realmente ‘bombou’ no metaverso em 2022 foram as demissões, corte de verbas e inúmeros eventos flopados. Diante disso, especialistas do 8BTC separaram os 10 maiores fracassos do metaverso. Confira.

10 maiores fracassos do metaverso

Jelly

O Jelly foi um grande hype na Ásia, o app permite que os usuários criem avatares, construam roupas e interajam enviando mensagens uns aos outros. O Jelly também possui uma função de geolocalização que espelha o mundo real – cada avatar percorre um mapa de ruas reais, para que os usuários possam compartilhar localizações em tempo real para indicar a que distância estão uns dos outros.

O aplicativo chegou a superar o WeChat como o mais baixado na China e registrou um pico de mais de 435 mil downloads por dia. No entanto, muitos usuários do Jelly notaram um aumento nas chamadas e mensagens de spam após se registrar para usar o aplicativo de metaverso.

Foi revelado que o app usava o WeChat ID do usuário, a conta QQ e outras informações privadas, por pelo menos 15 dias. Além disso, designers de moda e blogueiros notaram que alguns dos itens dos avatares de Jelly são idênticos aos seus produtos, sugerindo que Jelly infringiu seus direitos autorais. Resultado: sucesso meteórico, queda vertiginosa.

A-SOUL

A-SOUL é um grupo de música do metaverso composto por avatares e desenvolvido pela ByteDance e operado pela Lehua Entertainment. O grupo atraiu inúmeros fãs com suas características únicas. O grupo chegou a fazer um enorme sucesso, no entanto, escândalos envolvendo os criadores às vozes dos avatares acabaram com a banda virtual.

Tencent Magic desligado

A Tecent é uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, responsável pelo WeChat, entre outras aplicações. A empresa anunciou sua plataforma de itens virtuais, a Magic Core. No entanto, o OpenSea chinês viu seu volume de vendas declinar mês a mês até que a plataforma ficasse praticamente um zumbi, com poucos usuários e pouco interesse nos itens virtuais.

Desta forma, a plataforma imitou o amplo mercado de NFTs que viu seu volume despencar cerca de 99%. Revelando que os ‘colecionáveis digitais’ ainda são muito embrionários.

Yingchuang Technology

Na indústria de realidade virtual (VR), a Yingchuang Technology pode ser considerada uma empresa estrela. Com ampla popularidade, a empresa afirmou ser a “Microsoft da era do metaverso”, tornando-se uma empresa unicórnio. Porém, o amplo investimento da empresa em óculos e outros itens de VR não deu muito certo e as contas começaram a atrasar.

A empresa atrasou salários, cortou funcionários e luta para se manter viva em um mercado amplamente de baixa.

Roblox

Em março do ano passado, depois que a plataforma americana de jogos Roblox foi listada na Bolsa de Valores de Nova York, o preço de suas ações subiu 54,4% no primeiro dia, com valor de mercado superior a US$ 40 bilhões.

Naquela época, a Roblox, conhecida como a “primeira ação do metaverso”, causou sensação em todo o mundo, pois sua avaliação era de apenas US$ 4 bilhões no ano anterior à sua listagem, e havia dobrado dez vezes quando abriu o capital. Mais tarde, o Roblox subiu ainda mais, atingindo um pico de valor de mercado de US$ 80 bilhões em novembro do ano passado.

No entanto, seu valor de mercado despencou em 2022 e registrou uma queda de mais de 76%.

Elon Musk

A empresa de interface cérebro-computador de Musk, a Neuralink, causou grande controvérsia no ano devido a incidentes de crueldade contra animais. Além disso, vazamento de informações revelaram que a maioria dos animais com o implante vieram a óbito algum tempo após terem realizado a intervenção.

Musk chegou a dizer que o metaverso só seria viável com soluções da Neuralink, no entanto, após anos de pesquisa, as acusações levantaram dúvidas sobre a integridade dos anúncios da empresa e sobre as revelações que Musk fez de seus produtos.

Além disso, no primeiro semestre deste ano, a Tesla converteu cerca de 75% do Bitcoin em moeda legal e registrou uma perda por desvalorização de US$ 170 milhões no relatório. Outro problema da Tesla são seus carros e conforme as estatísticas divulgadas pelo regulador de segurança federal dos EUA, entre um total de 392 acidentes automobilísticos envolvendo assistência automática à direção ocorridos de julho de 2021 a 5 maio 2023, 273 dos acidentes envolveram veículos da marca Tesla.

Desde o início de 2022, o preço das ações da Tesla caiu mais de 64,42%, e o valor de mercado da Tesla também encolheu US$ 730 bilhões.

NFTs, tokens e terrenos virtuais

A lista não pode deixar de fora o fracasso do mercado de criptomoedas que viu em 2022 seu valor despencar. Com ele, diversas empresas foram à falência e milhares de investidores em todo o mundo perderam dinheiro. Isso sem contar a queda de mais de 90% no mercado de NFT, a bolha dos jogos play-to-earn e os terrenos no metaverso, vendidos por milhões de dólares e hoje estão pior que um terreno baldio cheio de mato e com placa de ‘não jogue lixo aqui’.

META

Um dois maiores fracassos do metaverso em 2022 foi justamente a Meta, (ex-Facebook). Depois de bilhões gastos no projeto, nada de novo foi realizado e o que foi apresentado foi motivo de piadas nas redes sociais. Em novembro deste ano, o fundador e CEO da Meta, Mark Zuckerberg, emitiu uma carta aberta anunciando a demissão de mais de 20% da força de trabalho da empresa, além de inúmeros cortes.

O preço das ações da Meta caiu 71% este ano. Além disso, dados revelam que a empresa já ‘gastou’ mais de US$ 15 bilhões em desenvolvimento e nem mesmo os mais entusiastas como Zuckerberg estão minimante felizes com os avanços da META.

Apple

Outra grande fracasso foi a investida da Apple no metaverso com o lançamento do Apple XR que seria o hardware que iria popularizar o metaverso e colocaria a Apple novamente na lista das empresas mais inovadores do mundo. O Apple XR seria o que o Ipod foi para música digital e o que o Iphone foi para os smartphones.

Porém, seu lançamento foi adiado mais uma vez. Segundo fontes, o adiamento ocorreu por problemas de hardware, front-end e outros fracassos.

A bolha estourou

No ano de 2022, diversas empresas anunciaram ações e desenvolvimentos no metaverso, no entanto, a grande maioria flopou. Diante disso, Matthew Bauer, analista-chefe da Canalys, disse acreditar que até 2025, a maioria dos projetos comerciais do metaverso falhará.

“Estamos em uma crise de custo de vida em que as pessoas estão lutando no mundo real para comer. Qual o sentido do metaveso neste momento”, disse Ball.

No entanto, Ball também admitiu que os jogos podem fazer sucesso no mundo “Metaverse”, e algum entretenimento adulto pode conquistar alguns usuários, mas ele acredita que o campo comercial não tem futuro algum. Ball espera que a maioria dos projetos de metaverso no espaço comercial seja encerrada até 2025.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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