Atraso nos saques da 3xBIT, Atlas Quantum, Bitcoin Banco e Unick Forex levanta questão: regulamentação para o Bitcoin é boa ou ruim?

Com saques atrasados em plataformas consideradas sérias e o crescimento de pirâmides financeiras baseadas em Bitcoin usuários questionam se regulamentação pode não ser um caminho para mais estabilidade no mercado

O mercado de Bitcoin e criptomoedas no Brasil vive talvez uma de suas piores crises em 2019 na medida em o Grupo Bitcoin Banco e a Atlas Quantum que já foram nomedas como ‘as maiores empresas de Bitcoin do Brasil’ apresentaram instabilidade e atraso nos saques, ambas, sem prazo para resolver o problema dos usuários.

Recentemente também a plataforma de compra e venda de criptoativos, 3xBit, anunciou o congelamento do sado dos clientes como resposta a questões técnicas que estão sendo resolvidas segundo a empresa.

Enquanto estas três empresas eram consideradas sérias por grande parte do mercado, a Unick Forex, apontada desde o início como uma suposta pirâmide financeira, também está com saques atrasados e milhares de pessoas que esperavam construir um ‘riquesa’ com Bitcoin no mercado Forex (proibido no Brasil), amargam prejuízos e lotam o portal Reclame Aqui com suas queixas,mas BTC que é bom, a Unick não paga nada.

Na outra ponta, usuários tem como único recurso reclamações nas redes sociais e acionar a justiça que tem decidido de maneira totalmente diferente em cada caso, concedendo Tutela em uns e até condenado usuários em outros.

O caso da Atlas também revela outro fator importante sobre a ‘instabilidade juridica’ na medida em que as decisões da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de 2017 e 2019, podem ser analisadas sobre diferentes prismas deixando em aberto o que pode ou não ser feito de acordo com as regras.

Para a fintech Suiça, Aximetria, que atua no Brasil oferecendo soluções com Bitcoin e criptomoedas, a regulamentação das criptomoedas é o caminho para oferecer segurança e confiança aos usuários brasileiros, segundo comunicado de imprensa compartilhado em 20 de setembro.

De acordo com o comunicado, na medida em que usuários identificam que uma determinada empresa atende aos requisitos regulatórios de uma determinada nação eles ganham mais confiança na empresa e nos serviços prestados.

Obter a aprovação de um regulador talvez não seja a coisa mais interessante para os fãs das criptomoedas mas, deve-se notar, no entanto, que vimos em nossa empresa um crescimento maciço desde que recebemos aprovação FINMA. Além disso, até mesmo Satoshi Nakamoto esteve preocupado com problemas regulatórios e em 2010 desaconselhou o Wikileaks a aceitar BTC temendo como isso seria visto pelas autoridades”, destaca o comunicado.

Ainda segundo a empresa, questões que relacionam critpomoedas com crimes como lavagem de dinheiro, preocupam não só reguladors mas também os usuários ‘comuns’ aqueles que desejam novas opções financeiras mas não estão interessados em questões ‘filosóficas’ da tecnologia.

 

Em relação a eles, empresas que adotam soluções para evitar este tipo de prática são consideradas mais ‘seguras’ do que aquelas na qual o anônimato é fator primordial. A Aximetria destaca também que, aliado a uma regulamentação a instabilidade econômica é um dos propulsores para adoção de novas soluções financeiras, como as baseadas em criptomoedas.

 

“As criptomoedas são particularmente atraente em regiões instáveis, onde as taxas de conversão de moeda, entre outras coisas, podem levar uma remessa de US$ 1.000 até US $ 6-700. O que notamos é que é na América Latina – Brasil, Colômbia, México – o interesse pelo nosso aplicativo é significativamente maior do que em qualquer outro lugar do mundo, estes dados Os dados levantam a questão: a regulamentação é boa ou ruim para adoção das criptomoedas? As pessoas gostam de liberdade, mas odeiam correr riscos. Não há nada pior do que morar em uma área sem regras claras”, finalizou a empresa. 

Como noticiou o Cointelegraph, devido os inúmeros casos de usuários que estão sendo prejudicados por ações unilaterais de plataformas de criptomoedas o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) lançou um site para colher assinaturas para uma petição eletrônica pela instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar empresas envolvidas nas chamadas pirâmides financeiras, em especial as envolvendo criptomoedas.

Aureo Ribeiro é autor do Projeto de Lei 2303/2015, que prevê a regulamentação da negociação de criptomoedas e de programas de pontos de companhias aéreas no país.

Segundo o site oficial da CPI das Pirâmides Financeiras, de responsabilidade do deputado, “mais de 4 milhões de pessoas já foram lesadas pelas pirâmides com moedas virtuais”. Segundo o texto, os dados são da ABCripto, que teria baseado-se em informações do jornal O Estado de S.Paulo.

 

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