Fernando Ulrich esclarece que a plataforma de criptomoedas XDEX não tem ligação com a XP Investimentos

A XDEX, plataforma de investimentos em criptoativos recentemente lançada, que seria o braço de criptomoedas da maior corretora do mercado financeiro do Brasil, a XP Investimentos, não faz parte do escopo do grupo XP. Pelo menos este é o discurso oficial dos porta-vozes da empresa em uma recente entrevista concedida ao Criptomoedas Fácil.

“A XP não está envolvida no projeto”, ressaltou um dos representantes.

Embora façam questão de destacar que a XDEX não tem nada a ver com a XP, a corretora está intimamente ligada ao projeto, desde os primeiros rumores até o anúncio oficial feito durante o XPExpert 2018, evento da corretora que aconteceu mês passado em São Paulo. Além disso, as empresas ocupam o mesmo andar no mesmo edifício.

Tudo indica, embora os integrantes da XDEX não tenham comentado o caso, que o zelo da XP em separar as plataformas e dizer que a XDEX não tem nada a ver com a corretora esteja ligado à legislação nacional, tanto que Guilherme Benchimol, CEO da XP, ressaltou durante o lançamento que “se a legislação evoluir e as criptomoedas puderem ser negociadas na plataforma XP, isso irá acontecer”.

A XDEX não é uma exchange de criptomoedas. Nela, não haverá carteira ou qualquer tipo de armazenamento de criptomoedas, o usuário poderá apenas se “expôr” ao ativo, ou seja, poderá comprar uma “posição” em Bitcoin ou Ethereum, mas não terá a criptomeoda em si.

Para entender melhor a proposta da plataforma, o Criptomoedas Fácil falou com dois porta vozes da XDEX, Celina Ma, CEO da XDEX, e Fernando Urich, economista-chefe de criptomeodas do grupo XP Investimentos. Confira!

Criptomoedas Fácil: Qual o objetivo da XP com a XDEX e quais os planos da corretora para os próximos meses?

Celina Ma: O Grupo XP ou suas empresas não possuem correlação com a XDEX. Importante ressaltar que a XDEX não é uma empresa do Grupo XP. A XDEX é uma empresa investida pelos sócios da XP e pela General Atlantic. O objetivo da XDEX é ser a maior plataforma de negociação de criptoativos no Brasil em número de clientes e por volume transacionado, oferecendo o melhor serviço aos nossos usuários com segurança. A meta é ter 1 milhão de clientes em 12 meses. Por isso, a XDEX nasce com uma plataforma segura, fácil e com o menor custo do mercado brasileiro.

CF: Por que a XP preferiu lançar uma plataforma de negociação ao invés de uma corretora com armazenamento de criptomoedas?

CM: No Brasil, há uma crescente demanda por criptoativos com volume médio diário de negociação de bitcoin em R$ 24 milhões e um crescimento anual de +470% desde 2014. Assim, a oferta também precisa crescer para suprir essa demanda, com um serviço seguro e ágil. E a XDEX nasce com esta proposta, ao trazer um modelo operacional mais robusto e seguro, e que difere do modelo das demais exchanges do mercado.

Na XDEX, não são permitidos, por exemplo,  depósito e/ou retirada em criptoativos de/para uma carteira digital. Esse modelo segue as regras e políticas estabelecidas pela nossa área de Compliance, a fim de garantir um rigoroso processo de cadastro e conhecimento do cliente, monitoramento constante de transações e operações, programa de PLD/FT (prevenção à lavagem de dinheiro, financiamento ao terrorismo e ocultação de bens, direitos e valores), entre outros.

Adicionalmente, por pesquisas com o potencial usuário, identificamos que grande parte está principalmente interessada em ter exposição ao ativo, ou seja, apenas comprar e vender. Observamos que a transferência de criptoativos não é um ponto de decisão para a maioria dos usuários no momento de escolher uma plataforma.

Além do modelo diferenciado, oferecemos um ambiente de negociação completo para todos os perfis de usuários: desde o iniciante até os traders profissionais. O cliente pode comprar e vender criptoativos por meio da plataforma básica, da plataforma avançada ou do aplicativo.

CF: O mercado de criptomoedas não é regulamentado ainda no Brasil. Como a XP vê este processo e como acredita que ele deve evoluir junto aos órgãos de controle?

Fernando Ulrich: Importante ressaltar que estamos falando pela XDEX e não pelo Grupo XP ou pela XP. A XP não está envolvida no projeto. A regulação do mercado está em desenvolvimento. A XDEX tem abertura com os principais reguladores no compartilhamento de informações e participa de fóruns de discussão para ajudar na disseminação de conhecimento sobre o mercado. Mundialmente, existem cada vez mais regulações, o que cria um ambiente mais propício para o seu desenvolvimento deste mercado. Ademais, estamos contribuindo com a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), que congrega os principais players do mercado, para uma melhor interlocução com os órgãos reguladores.

CF: Como a XP enxerga o mercado de criptomoedas no Brasil e no mundo?

FU: Importante ressaltar que estamos falando pela XDEX e não pelo Grupo XP ou pela XP. A XP não está envolvida no projeto.  A XDEX credita que o crescimento do mercado de criptoativos é uma tendência de longo prazo que está apenas se iniciando. Estamos entrando num momento em que existe muito espaço para amadurecer e a exchange traz a estrutura necessária para ajudar a desenvolver ainda mais este setor. Nosso objetivo é possibilitar que qualquer usuário interessado em negociar criptoativos possa ter acesso a uma plataforma segura e com baixas taxas. Isso irá ajudar a crescer o mercado para todos os players existentes no Brasil.

CF: A XP possui atuação em diversos países, a nova plataforma também estará disponível para os clientes fora do Brasil?

CM: A XDEX não é uma empresa do Grupo XP. A XDEX é uma empresa investida pelos sócios da XP e pela General Atlantic. A  atuação da empresa está focada no mercado brasileiro. O objetivo da XDEX é ser a maior plataforma de negociação de criptoativos no Brasil em número de clientes e por volume/valor transacionado, oferecendo o melhor serviço aos nossos usuários. A meta é ter 1 milhão de clientes em 12 meses.

CF: Como a XP acredita que o mercado de criptomoedas pode ser impulsionado com a divulgação de novas regras que visam evitar crimes envolvendo a tecnologia?

CM: Importante ressaltar que estamos falando pela XDEX e não pelo Grupo XP ou pela XP. A XP não está envolvida no projeto. Como ressaltado, acreditamos que o crescimento do mercado de criptoativos é uma tendência de longo prazo que está apenas se iniciando, e existe muito espaço para amadurecer.  A XDEX chega com um modelo operacional mais robusto e seguro, que difere do modelo das demais exchanges, e essa estrutura irá ajudar a desenvolver ainda mais este mercado. Desde o início do projeto, por exemplo, estruturamos uma equipe de Compliance para assegurar o cumprimento das políticas e regras de aceitação de cliente, o monitoramento de transações, a diligência de parceiros e a implantação de um programa de prevenção a lavagem de dinheiro. No modelo de negócios definido, não são permitidos depósito e retirada de criptoativos. Toda a transferência de valores tem a origem e destino de mesma titularidade e mesma conta bancária. O modelo ajuda, dessa forma,  na prevenção de lavagem de dinheiro, envio de recursos para terceiros e ocultação de beneficiário final.

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Fonte: Criptomoedas Fácil

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