Federação dos Servidores do Banco Central está em busca de projetos de blockchain, tokenização e Inteligência Artificial
A Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) anunciou a abertura das inscrições para a terceira edição do Next
A Federação Nacional de Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) anunciou a abertura das inscrições para a terceira edição do Next, programa de aceleração de fintechs e techfins. O desafio conta com a parceria das empresas mantenedoras Mercado Bitcoin, TecBan, Banco do Brasil, Elo, Sinqia, Nuclea (CIP) e Sicredi, além do apoio da Numerik.
Os interessados têm até o dia 24 de julho para se inscrever no processo seletivo, que é dividido em três etapas: Aplicação Online, Entrevistas Técnicas e Pitch Day. A divulgação dos selecionados e seus projetos acontece no dia 29 de agosto.
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Com o intuito de acelerar soluções financeiras inovadoras com orientação regulatória para as startups em fase de operação, o Next contará com mentorias de especialistas do mercado financeiro, dos mantenedores e também da Fenasbac, para desenvolver soluções que possam beneficiar a sociedade e contribuir para um Sistema Financeiro Nacional moderno e mais competitivo, além de fortalecer o ecossistema financeiro brasileiro.
Para o batch #3, a Aceleração Next busca projetos relacionados a: Inteligência Artificial para hiper personalização de oferta e experiência para clientes; Inteligência Artificial Generativa para eficiência do mercado financeiro; Inteligência Artificial Generativa para relacionamento com clientes e geração de insights.
Além de projetos para Infraestrutura de agregação de serviços financeiros para PME; Infraestrutura de análise de crédito PJ para operações estruturadas tokenizadas; Conexões e integrações via API e disponibilização de interfaces; Integração e interoperabilidade entre redes blockchain; Segurança e fluxos de pagamentos em registros distribuídos.
Líder de projetos de inovação da Fenasbac, Danielle Teixeira ressalta que o Next é uma grande oportunidade para os interessados que possuem projetos financeiros sólidos, com base tecnológica e inovadora, alinhados aos principais desafios financeiros da atualidade.
“As startups apresentam um ganho muito relevante ao participarem do programa. Pensamos em todos os detalhes para encurtar o caminho de desenvolvimento delas, tanto das áreas de negócio internas e regulação, quanto com a conexão a grandes empresas e a oportunidade de desenvolverem soluções conjuntas”, ”, destaca Danielle.
Blockchain
Neste contexto de evolução digital e fintechs, os termos blockchain e tokenização são cada vez mais comuns, mas o que eles realmente significam e como funcionam? Rogério Melfi, membro da curadoria de eventos e comunicação da ABFintechs, usa a alegoria de uma festa junina para ilustrar esses conceitos de maneira mais compreensível.
As festas juninas no Brasil, conhecidas por sua alegria e tradições, têm elementos peculiares como as fichas de churrasco, quentão e as cartelas de bingo que representam direitos específicos. Melfi sugere que essas fichas e cartelas são similares a “tokens” em um sistema de blockchain.
A tokenização, segundo Melfi, é o processo de transformar ativos físicos em representações digitais chamadas tokens, tal como as fichas de festa junina. Entretanto, surge a dúvida sobre como garantir a autenticidade desses tokens quando comprados de terceiros. Aqui entra a tecnologia blockchain.
Blockchain é um sistema descentralizado, auditável e imutável que registra transações de forma segura. Em termos de festa junina, seria como se cada ficha e cartela tivessem um registro rastreável que comprova sua origem e autenticidade. Desse modo, mesmo adquirindo uma ficha de churrasco de um desconhecido, por exemplo, é possível verificar se esta foi emitida pela organização da festa, assegurando sua legitimidade.
Além disso, com o uso da blockchain, as trocas de fichas podem ocorrer diretamente entre os participantes, sem necessidade de intermediários, e a confiabilidade dessas transações é garantida.
No caso das cartelas de bingo, Melfi propõe uma abordagem ainda mais inovadora: as cartelas seriam tokenizadas e ligadas a um “smart contract”, ou contrato inteligente, que contém as regras do jogo. À medida que os números são cantados, o contrato verifica se alguma cartela corresponde. Se os critérios forem atendidos, a vitória é registrada e o participante é notificado.
A blockchain e a tokenização oferecem, portanto, transparência, segurança e simplicidade. Apesar da analogia com a festa junina, Melfi ressalta que essas tecnologias têm implicações muito mais amplas e são fundamentais para a transação e registro de ativos digitais em diversos setores da sociedade moderna.
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