Polícia Federal recebe denúncia de que membro da imprensa tentou intimidar o presidente da CPI das Pirâmides Financeiras

Presidente da Comissão, Deputado Federal Aureo Ribeiro (SD/RJ) aponta ter sido intimidado por um membro da imprensa, acompanhando de um executivo do mercado de criptomoedas.

O Diretor Geral da Polícia Federal, Andrei Augusto Passos, recebeu um documento da CPI das Pirâmides Financeiras no qual o Presidente da Comissão, Deputado Federal Aureo Ribeiro (SD/RJ) aponta ter sido intimidado por um membro da imprensa, acompanhando de um executivo do mercado de criptomoedas.

No documento, Ribeiro relata ter sido abordado pelos acusados e questionado sobre uma suposta reunião entre ele e o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Na abordagem, os acusados teriam alegado ter fotos desta suposta reunião.

Ribeiro narra que não houve qualquer encontro com membros da CVM e declara que o tom da abordagem teve a intenção de intimidar o Deputado sobre os andamentos e lisura dos trabalhos da CPI. Além disso, Ribeiro narra que outros deputados já sofreram tentativa de intimidação pelos seus trabalhos na CPI assim como uma testemunha.

“Acredito no entanto, que a intenção foi intimidar a este Presidente, assim como aconteceu com uma testemunha que veio a uma reunião na semana passada e trouxe uma plateia com a intenção de intimidar membros e assessoria da Comissão, como fizeram com o Deputado Caio Vianna”, destaca o deputado.

No documento, Ribeiro pede que a Polícia Federal avalie a possibilidade de investigação de onde partiu essa tentativa de intimidação e a suposta foto que comprovariam a existência da suposta reunião, que jamais teria ocorrido.

CPI das Pirâmides Financeiras

Além do documento, encaminhado à Polícia Federal, a CPI das Pirâmides Financeira também pediu ao Telegram, Kwai, Snap Brazil, Pinterest, Tik Tok, Linkedln, X (antigo Twiter), Google, Meta e CVM informações sobre supostos contratos com as empresas investidas pela comissão.

A Comissão Parlamentar está marcando uma nova audiência pública para esta terça-feira (3), programada para as 14h30 no Plenário 7. O objetivo desta audiência é ouvir depoimentos relacionados ao caso da empresa 123milhas, uma solicitação feita pelo presidente da comissão, o deputado Aureo Ribeiro (Solidariedade-RJ).

A 123milhas chamou a atenção quando suspendeu a venda de passagens e pacotes promocionais em 18 de agosto, prometendo reembolsar os clientes com vouchers. A reação negativa tanto de consumidores quanto de autoridades públicas, bem como movimentos de adiantamento de créditos por parte de bancos e financiadores, levaram a empresa a solicitar um processo de recuperação judicial.

O processo de recuperação judicial, como explicou Aureo Ribeiro, temporariamente suspende as ações movidas por clientes contra a empresa. “O Tribunal de Justiça de Minas Gerais suspendeu temporariamente o processo de recuperação em meados de setembro, enquanto avalia as verdadeiras condições de funcionamento e reestruturação da empresa”, informou o deputado.

O deputado Ricardo Silva (PSD-SP), relator da CPI, já fez declarações fortes sobre a 123milhas, chamando-a de “crime ambulante”. Ele argumentou que as quebras de sigilo mostraram que a empresa estava envolvida em atividades fraudulentas desde o início e que as irregularidades não se limitam apenas aos planos promocionais, mas se estendem a todos os tipos de vendas.

A CPI foi criada em junho com o propósito de investigar esquemas de pirâmides financeiras envolvendo moedas digitais. Os deputados acreditam que a atuação da 123milhas apresenta semelhanças significativas com os casos de pirâmides financeiras.

O prazo para a conclusão dos trabalhos da comissão está marcado para o dia 11 de outubro.

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