Polícia Federal apura suspeita de fraude na Casa da Moeda envolvendo a nota de R$ 200
Amostras de tintas enviadas por empresa pública é alvo de denúncia apresentada pelo Ministério Público de São Paulo
A Casa da Moeda pode ser investigada pela Polícia Federal por suspeita de fraude envolvendo a confecção da nota de R$ 200. Segundo denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, a empresa teria fornecido amostras de tinta da nova cédula em circulação no Brasil, conforme noticiou o G1.
Dessa forma, a Casa da Moeda poderia ter colaborado com o fornecimento de material relacionado a produção da nota de R$ 200, ao entregar amostras de tintas para a empresa Sellerink.
No entanto, a Casa da Moeda afirma que é comum enviar amostras de produtos entre empresas que podem ser consideradas fornecedores. Em defesa diante das acusações, a empresa pública afirma que existe a “prática de envio de amostras”.
Produção da nota de R$ 200
A produção da nota de R$ 200 fica a cargo da Casa da Moeda, uma empresa estatal que é responsável pela maior parte do dinheiro em circulação atualmente no Brasil.
Assim, para produzir cédulas como a de R$ 200, a empresa estatal realiza processos licitatórios que são restritos a algumas empresas, como a Sellerink. Mas, no caso da nota de R$ 200 quem venceu a licitação foi a Ceptis, uma empresa suíça que ficou responsável por fornecer a tinta para impressão da nova cédula.
Segundo a denúncia, a Casa da Moeda teria fornecido amostras de tintas da Ceptis para a empresa Sellerink. Para a empresa que ganhou a licitação, o fornecimento de tais amostras para a concorrente deveria ser considerado ilegal, de acordo com o G1.
Segundo o porta-voz da Casa da Moeda, Alexandre Grilo, 16 amostras de tinta da nota de R$ 200 foram enviadas para a empresa Sellerink. Desse modo, a empresa estatal confirma que enviou as amostras que originaram a denúncia protocolada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
“Acontece que as amostras foram, de fato, enviadas. Essa carta não trata exatamente dessas 16 amostras. A carta trata de envio de tintas porque nós somos uma empresa pública e como empresa pública a gente precisa desenvolver fornecedores.”
Amostra de tinta
A nova cédula de R$ 200 entrou oficialmente em circulação no Brasil no dia 2 de setembro de 2020. Porém, até então houve inúmeros problemas relacionados ao dinheiro que leva o lobo-guará estampado.
Inicialmente, a Defensoria Pública da União (DPU) pediu a retirada de circulação da nova nota de R$ 200 em todo o Brasil, assim como informou o Cointelegraph. O órgão atesta que faltou acessibilidade em relação ao tamanho da cédula, e poderia pagar R$ 50 mil de multa diária, caso a nota continuasse em circulação.
No entanto, o problema relacionado as amostras de tinta da nota de R$ 200 pode resultar em uma fraude que será apurada pela Polícia Federal. Embora a Casa da Moeda afirme que é comum o envio de amostras de tinta para a produção de cédulas, o Sindicato Nacional dos Moedeiros contesta tal afirmação.
Em entrevista para o G1, Roni Oliveira disse que problemas na produção da nota de R$ 200 não podem ser resolvidos com a entrega de amostras como aconteceu no caso das tintas.
“Nunca houve essa ação de haver um problema no insumo de uma empresa e levar amostras desse mesmo insumo para uma outra empresa.”
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