Acusações, medo, ‘trairagem’, desentendimento e Ministério Público dividem clientes da NegocieCoins; Cláudio Oliveira pede 30 dias

Clientes da NegocieCoins se dividem sobre protesto marcado para segunda-feira,12 de agosto; organizadores dizem que ato está mantido

A manifestação de clientes com saldos bloqueados na exchange de Bitcoin e criptomoedas NegocieCoins, programado para acontecer na próxima segunda-feira,12 de agosto, está mantido, afirmam seus organizadores. No entanto, uma série de fatos ocorridos desde o anúncio do protesto, no início da última semana, podem esvaziar o movimento, segundo levantamento feito pelo Cointelegraph.

Inicialmente um grupo havia sido criado no aplicativo Telegram, chamado “NCVemPraRua”, no qual eram compartilhados faixas, banners, áudios e vídeos incentivando os usuários a comparecerem na sede do Grupo Bitcoin Banco (GBB) no dia 12 para um ato pacífico contra a empresa. O grupo de clientes chegou a ter perto de 800 membros.

Na sexta-feira, 9 de agosto, como reportou o Cointelegraph, alguns clientes que também participavam do grupo no Telegram fizeram um ato na sede do GBB e, como foi divulgado posteriormente, acabaram sendo supostamente recebidos pelo próprio controlador do GBB, Cláudio Oliveira.

Na suposta reunião os manifestantes sairam com o compromisso, firmado pelo GBB, de que a situação dos clientes seria regularizada em 30 dias.

Com a promessa de uma resolução os clientes que compareceram a sede da empresa no dia 09 de agosto passaram a defender o cancelamento do ato programado para o dia 12.

O fato porém não agradou uma parcela dos integrantes do grupo que passaram a acusar os integrantes dos atos da sexta-feira.

No entanto, uma parcela do grupo também aderiu ao encerramento das manifestações em sua maioria alegando que os protestos poderiam chamar a atenção do Ministério Público que por sua vez, poderia congelar todos os fundos do GBB até concluir suas investigações, impedindo assim que qualquer valor a qualquer cliente fosse pago.

Com medo de uma ação do MP diversas pessoas passaram a defender que era melhor  “uma promessa de pagamento” do que a “certeza de não receber”. Os argumentos acabaram por gerar calorosas discussões no grupo que oganizava a manifestação. Na madrugado do dia 09, foi, sem qualquer aviso o grupo foi excluído.

Na manhã do dia 10 de agosto, notando que o grupo que organizava a manifestação fora excluído, clientes, acusando diversas pessoas de “trairagem” criaram um novo grupo chamado “NCVemPraRua2” que conta, no momento da publicação deste texto, com 365 membros, pouco menos da metade dos usuários que integravam o outro grupo.

Na outra ponta, aqueles que defendem que não ocorra qualquer protesto, também criaram um grupo chamado “NÃO a MANIFESTAÇÃO” que, no momento, reúne cerca de 262 membros,

“O grupo tem como objetivo formar um grupo forte e unido que seja contra a manifestação prevista para a semana do dia 12/08 (segunda-feira). A intenção é formar uma frente com argumentos. Mantenham ordem e respeito!’, diz a descrição.

Apesar dos desentimentos e das acusações, os integrantes do novo grupo a favor dos protestos, garante que o ato marcado para dia 12 está mantido e com os mesmos propósitos.

Em uma nota encaminhada a imprensa sobre os acontecimentos o GBB argumenta que é uma empresa inovadora e que há uma tentativa de derrubar a organização mas não toca no assunto dos saques atrasados e tampouco compartilha o suposto prazo divulgado em um vídeo pelos manifestantes do dia 09 de agosto.

“O Grupo Bitcoin Banco é um grupo empresarial forte e em plena atividade. Toda a suposta “crise” que se imputa às suas operações é, na verdade, uma tentativa de derrubar uma organização que se mostra à frente do seu tempo.

Como em todo contexto inovador, a maturidade é construída entre erros e acertos, os quais, neste caso, não podem ser relacionados a qualquer aventura, irresponsabilidades ou ilicitudes de seus representantes. 

Essa situação é comprovada, de forma clara e transparente, pelo simples fato de que seus gestores e mais de 200 funcionários permanecerem à frente de todas as operações.

Mesmo em meio a falsas notícias e contextos distorcidos, Cláudio Oliveira mostra-se sólido e preocupado com seus mais de 50 mil clientes. 

Nesta nova fase do Grupo Bitcoin Banco, todas as dificuldades enfrentadas servirão apenas para fortalecer ainda mais o objetivo de retornar ao posto de maior organização voltada ao mercado de criptomoedas do Brasil e, em pouco tempo, do mundo”

Como reportou o Cointelegraph, a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil (CVM) instalou um Processo Administrativo para averiguar uma denúncia encaminhada a autarquia sobre as atividades do Grupo Bitcoin Banco. 

Está é a segunda denúncia que a autarquia recebe sobre as empresas do Grupo Bitcoin Banco. A CVM já vem analisando as atividades da exchange NegocieCoins.

Entretanto a CVM não é responsável pela fiscalização de exchanges de criptomoedas.

“Até o momento o entendimento manifestado publicamente pela CVM é de que as criptomoedas não constituem um ativo financeiro ou mobiliário. A NegocieCoins atua exclusivamente na compra e venda de criptomoedas.

A empresa não tem nenhuma atividade relacionada a investimentos. A NegocieCoins respeita e atua em acordo com a legislação brasileira e aguarda manifestação da autarquia sobre a análise em questão”, disse em nota o GBB sobre o caso da NegocieCoins na CVM

Pouco depois da matéria publicacada, às 20:31 um aúdio passou a circular nas redes sociais alegando que cada vez que clientes tomam atitudes juridicas quanto ao GBB, bloqueando contas e produtos das plataformas do Grupo, prejudicam as estratégidas e saídas para resolver os problemas nos saques.

Segundo o aúdio, os problemas serão sanados com estas novas estratégias e por meio de um “trabalho longo” para colocar “um sistema de pagamento sólido e rápido (… ) Grande parte destas pessoas que estão organizando este movimento para segunda-feira não estão indo pelas vias juridicas mas também estão sacrificando a empresa”, diz o aúdio reforçando os argumentos daqueles que defendem a não realização.

“As nossas dificuldades são bem claras, são dificuldades que a gente têm para se movimentar dentro do mercado, com os sistemas de pagamento são os Bancos que não ajudam, agora que conseguimos colocar um sistema de pagamento que é do AudaxBank, sempre têm algo para poder atrapalhar (…) mas vamos conseguir contornar, a gente precisa destes 30 dias, mas a gente consegue contornar. Semana que vem vou tentar abrir mais um canal para que possamos nos comunicar com nossos clientes. O Grupo não está se deteriorando. Estamos passando por uma grande dificuldade para honar os pagamentos mas não vamos baixar o braço e vou conseguir”, diz o aúdio supostamente gravado por Cláudio Oliveria, controlador do GBB

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