Criptomoedas são destacadas como risco ‘novo e complexo, para bancos dos EUA em relatório da FDIC

A Corporação Federal Asseguradora de Depósitos dos EUA alertou que a incerteza em torno do status legal das criptomoedas, a probabilidade de fraude e o contágio apresentam riscos importantes para os bancos do país.

Os criptoativos e as atividades relacionadas ao setor apresentam riscos importantes para o sistema bancário dos Estados Unidos e justificam uma supervisão mais rigorosa das autoridades, adverte um importante órgão regulador financeiro dos EUA.

Pela primeira vez, as criptomoedas receberam uma seção exclusiva na revisão anual de riscos da Corporação Federal Asseguradora de Depósitos dos EUA (FDIC), que caracteriza os riscos dos ativos digitais ao sistema bancário como “novos e complexos.”

O relatório intitulado Revisão de Riscos de 2023, datado de 14 de agosto, destaca o que a FDIC argumenta serem os principais riscos para os bancos. A seção dedicada aos criptoativos foi adicionada ao relatório depois que foi verificado um aumento do interesse dos bancos dos Estados Unidos em operações relacionadas a ativos digitais.

Quais são os riscos emergentes que o sistema bancário enfrenta? Hoje, publicamos nossa Revisão de Riscos de 2023, que faz uma análise abrangente dos principais desenvolvimentos e riscos enfrentados pelos bancos, incluindo uma nova seção focada no risco inerentes aos criptoativos. Leia mais

— FDIC (@FDICgov)

” A FDIC está geralmente ciente do crescente interesse em atividades relacionadas a criptoativos por meio de suas atividades normais de supervisão”, escreveu.

No entanto, com a “volatilidade significativa do mercado em 2022”, mais informações são necessárias para entender os riscos relacionados às criptomoedas, diz o relatório.

“As atividades relacionadas a criptoativos podem representar riscos novos e complexos para o sistema bancário dos EUA que são difíceis de ser avaliados integralmente.”

Alguns dos principais riscos identificados são a incerteza sobre o status legal das criptomoedas, a probabilidade de fraude e o potencial contágio no próprio ecossistema de ativos digitais e no sistema financeiro mais amplo, e o risco de concentração devido à interconexão dos negócios relativos aos criptoativos.

A FDIC também disse que a natureza dinâmica e a rápida inovação das criptomoedas criam mais dificuldades para avaliar os riscos no espaço.

Outra preocupação foi a suscetibilidade ao risco de execução das stablecoins, que, segundo a FDIC, poderia expor os bancos detentores de stablecoins a saques indiscriminados.

O relatório da FDIC ecoa a crise bancária de março nos Estados Unidos. Na ocasão, em menos de uma semana, o Silicon Valley Bank, o Silvergate Bank e o Signature Bank entrarem em colapso ou sofreram intervenção federal de autoridades financeiras.

Todos os três bancos se destacavam por fornecerem serviços bancários para empresas de criptomoedas dos EUA. O fechamento do SVB fez com que o USD Coin (USDC) perdesse momentaneamente a paridade com o dólar depois que a sua emissora, a Circle, divulgou que possuía US$ 3,3 bilhões em reservas depositadas no banco, causando vendas motivadas pelo pânico.

A FDIC e outros órgãos reguladores dos EUA intervieram para apoiar os bancos em crise e repassar seus ativos para outras instituições financeiras.

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