Fatos e mitos sobre o Bitcoin: esclarecendo enganos comuns
No vídeo mais recente do BeInCrypto, o apresentador David Borman desmente alguns enganos comuns sobre Bitcoin (BTC) e outras criptomoedas.
Em primeiro lugar, ele coloca o consumo energético do Bitcoin em seu contexto adequado, antes de abordar o uso de criptomoedas por criminosos.
Depois, ele desmente a noção de que a rede do Bitcoin é hackeável e que não possui valor intrínseco. Ele também fala da comparação entre o Bitcoin e a bolha das tulipas ou um esquema de pirâmide.
Consumo de energia do Bitcoin
Uma reclamação comum é a quantidade de energia usada para minerar alguns Bitcoins. Esta é uma reclamação válida até certo ponto, considerando o número de computadores rodando em todo o mundo para assegurar a rede. Entretanto, este fato sozinho não deveria bastar para invalidar o Bitcoin, especialmente ao se considerar a quantidade de energia usada por outras redes ou instituições.
Embora a pegada de carbono do Bitcoin possa rivalizar com a de alguns países ela nada é em comparação com a utilizada por outros sistemas financeiros antigos. Por exemplo, o uso de energia pelas redes de computador que abastecem o sistema bancário internacional ultrapassa o do Bitcoin. Apesar de ser chamado de ouro digital, o Bitcoin também usa menos energia que a mineração tradicional de ouro.
E mesmo que o Bitcoin responda por uma grande parte da capitalização de mercado geral de criptomoedas, muitas outras moedas são muito mais eficientes em uso de energia. Um estudo da Universidade de Cambridge revelou que 40% da mineração de criptomoedas é feita com o uso de energias renováveis. A Testa deixar de aceitar o Bitcoin como forma de pagamento devido a preocupações ambientais provavelmente vai fazer com que estes números cresçam também.
Uso por criminosos
Outra reclamação comum é que o Bitcoin é usado por criminosos devido a sua capacidade de transferir fundos de forma anônima. Mesmo que isso tenha acontecido, mais uma vez, os índices não chegam perto de o que ocorre nos meios tradicionais. Atividades criminosas usando dinheiro são extremamente mais comuns do que as que utilizam Bitcoin.
Mesmo que as carteiras de criptomoedas sejam anônimas, transações entre elas são imutáveis e guardadas na rede de blockchain na qual o Bitcoin opera. Isto faz com que usá-las para atividades criminosas não seja aconselhável a longo prazo, já que qualquer análise poderia rastrear as transações feitas com elas. Investigações profundas podem ajudar a identificar o dono de uma determinada carteira, especialmente em grandes transações.
Hackeando o Bitcoin
Alguns usuários de BTC também afirmam que perderam seus fundos devido a falhas de segurança, dando a impressão de que o Bitcoin pode ser hackeado. Entretanto, devido ao design intrínseco da blockchain, é impensável que a própria rede possa ser manipulada. Em vez disso, o que normalmente ocorre é que algum método específico de armazenamento de criptomoedas pode ser hackeado, seja exchanges ou carteiras.
Para usar uma analogia ao ouro, se este metal for roubado de um cofre, não é culpa do ouro e sim da forma usada para armazená-lo. Por mais que a blockchain não possa ser comprometida, alguém pode conseguir acesso a uma carteira através de suas chaves da mesma forma que outra pessoa pode ganhar acesso a um cofre usando seu código.
O BTC não tem valor intrínseco
Muitas pessoas já afirmaram que o Bitcoin, assim como outras criptomoedas, não possui valor intrínseco. Na verdade, isto também ocorre com o dinheiro fiduciário. Por exemplo, o dólar americano costumava ser lastreado por uma quantidade fixa de ouro, que é normalmente entendido como algo que possui valor intrínseco consistente. Entretanto, o dólar americano saiu do padrão ouro em 1971 e agora só é lastreado pela confiança global em seu valor.
Enquanto isso, o Bitcoin compartilha muitos recursos com metais preciosos que são normalmente vistos como tendo valor intrínseco. Isto inclui oferta fixa e taxas de produção. Entretanto, o Bitcoin tem o benefício adicional de poder ser transferido digitalmente por todo o mundo, ao contrário de metais preciosos.
Comparações com a Mania das Tulipas
O Bitcoin é frequentemente chamado de a nova versão da Mania das Tulipas ocorrida no século XVII. O valor das flores de tulipa, vistos como símbol de status, fez com que os preços explodissem, criando uma bolha de curto prazo. Entretanto, conforme a produção crescia e os investidores perceberam o que estava ocorrendo, a bolha eventualmente explodiu, fazendo com que muitos perdessem pequenas fortunas.
Embora muitos declarem a mesma coisa sobre o BTC, a criptomoeda é diferente do fenômeno das tulipas em várias formas. Por exemplo, o Bitcoin representa uma forma fundamentalmente melhor de armazenar e mover valores. Como mencionado anteriormente, ele também compartilha algumas características fundamentais de metais preciosos. Apesar da especulação flutuante e da volatilidade, é improvável que o Bitcoin se torne imprestável até que ele seja substituído por um ativo fundamentalmente superior.
É um esquema de pirâmide
Outra comparação feita com frequência é que o BTC é um esquema de pirâmide. Neste tipo de golpe, as pessoas são atraídas com a promessa de retornos enormes, mas na verdade o investimento inicial delas é usado para pagar investidores antigos, o que leva a um círculo vicioso e insustentável de débito.
Embora o Bitcoin possa ter grandes flutuações de valor, fazendo com que alguns investidores percam grandes somas de dinheiro, a criptomoeda em si não é um esquema criado por uma pessoa. Ela opera como qualquer outro ativo que ganha valor conforme mais pessoas desejem adquiri-lo. Além disso, a tecnologia fundamental do blockchain que permeia o BTC faz com que um único grupo não consiga manipulá-lo para fazer com que ele seja usado para qualquer tipo de esquema escuso.
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