Pai dá tokens de créditos de carbono em blockchain de presente a filho recém-nascido
Empresário paulistano deu tokens de créditos de carbono equivalentes à emissão de CO2 até os 20 anos do filho recém-nascido.
Um gestor de investimentos de São Paulo escolheu um primeiro presente inusitado a seu filho recém-nascido: tokens de créditos de carbono em blockchain. A matéria é da Época Negócios.
As sociedades capitalistas – embora terraplanistas discordem – têm tido muita dificuldade em conciliar crescimento e sustentabilidade, levando o planeta a graves alterações climáticas, destruindo biomas inteiros e leva a graves crises sanitárias e de abastecimento.
Por isso, o empresário paulistano Fabio Alperowitch inovou em seu presente ao recém-nascido Harry, garantindo a neutralização de sua pegada de carbono através de créditos doados ao filho representando seu consumo até os 20 anos de idade. Em carta ao filho, ele escreve:
“Talvez quando você tiver idade para ler essa mensagem, as pessoas já saibam divergir sem se agredir. Talvez você mal entenda quando eu te contar que cor, religião, gênero e orientação sexual faziam diferença pra muita gente que estava por aqui antes de você. Talvez você estranhe que era difícil demais fazer as pessoas respeitarem o próprio planeta em que vivem. Bizarro né? São mesmo tempos estranhos. Minha geração está deixando uma conta enorme para tua geração pagar. E há quem não se incomode com essa questão moral. Eu e a mamãe Stephanie Lino Alperowitch estamos te dando um presente e neutralizando a sua pegada de carbono pessoal para os próximos 20 anos. Depois disso, você terá sua própria consciência e a responsabilidade é sua. Que você encha esse mundo de luz e cores.”
No total, Harry recebeu 2.000 tokens de créditos de carbono avaliados em R$ 200.000, comprados através da fintech ambiental MOSS, que já transferiu R$ 55 milhões para projetos dedicados à preservação da Amazônia.
O CEO da empresa, Luis Felipe Adaime, acredita que o Brasil pode ser “a Arábia Saudita em créditos de carbono”, em referência à liderança saudita global em uma área nada sustentável: a extração de petróleo. A MOSS, diz Adaime, tem usado tecnologias disruptivas desde o começo, entre elas a blockchain:
“Desde o início, o negócio incorporou inovações, como tecnologia blockchain para facilidade, transparência e segurança. Tokens atrelados a créditos de carbono, como na compra de moeda virtual, já são uma realidade.”
Os créditos de carbono surgiram a partir do Protocolo de Kyoto, em 1997, e são certificados de que uma pessoa física, empresa, ou país, reduziram a emissão de gases do efeito estufa. Por convenção, um crédito de carbono representa uma tonelada de CO2 na atmosfera. Os créditos podem ser negociados nos mercados internacionais.
No caso da MOSS, os créditos são convertidos em tokens MCO2 e já representam um milhão de hectares de florestas, já que a fintech busca compensar a emissão de carbono através do reflorestamento e do manejo sustentável de madeira, uma estratégia mais barata do que substituir fontes energéticas ou adotar tecnologias de alto custo.
Os tokens são transacionados na blockchain, certificados internacionalmente e registrados na Verra, plataforma de registro global que garante que os créditos são lastreados em menos carbono emitido. Os créditos podem ser comprados tanto por pessoas físicas quanto empresas “de qualquer tamanho”, garante a empresa.
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