Família vai à Justiça contra empresa brasileira que bloqueia 4 BTC adquiridos por cerca de R$ 13.000 cada

Investidores pediram saque de criptomoedas, mas não foram atendidos em solicitação que segue em aberto desde outubro de 2019; empresa prometia retornos gigantescos a clientes

Uma empresa de consultoria em criptomoedas está sendo processada por duas pessoas da mesma família que investiram quase R$ 40 mil no negócio. Segundo decisão publicada pela Justiça de São Paulo, a família comprou mais de 4 unidades de Bitcoin (BTC) por apenas R$ 13.251 cada, esperando receber até 400% de lucro com o investimento.

Inicialmente o casal de investidores transferiu R$ 39.753,57 para comprar três unidades de Bitcoin na empresa.

Pouco tempo depois uma outra remessa de dinheiro para a Coin Trade Consultoria totalizava R$ 16.262,00, que correspondia a mais uma fração de 1,208257 Bitcoin.

Sendo assim, os investidores possuíam o total de 4,208257 Bitcoin sob custódia da empresa de consultoria em criptomoedas.

Esse valor deveria ser transformando em quase 12 unidades de Bitcoin com o lucro de 400% esperado pelo casal, segundo a ação judicial.

Investidores compraram Bitcoin por R$ 13.250

Os dois familiares aproveitaram para investir num momento em que o preço do Bitcoin estava sendo negociado em uma baixa cotação no mercado.

De acordo com a petição inicial sobre o caso, os usuários fizeram duas transferências de dinheiro para a Coin Trade Consultoria ainda em fevereiro de 2019 para a compra das criptomoedas.

Cada unidade de Bitcoin foi vendida por R$ 13.251,00 para a família de investidores. Esse valor representa a cotação para a criptomoeda no momento em que os usuários entraram no negócio.

Em sete meses o saldo em Bitcoin do casal deveria praticamente ser triplicado pela Coin Trade Consultoria. De acordo com uma consulta do valor acumulado na plataforma no dia 30 de setembro, o casal teria 11,97353827 unidades de Bitcoin para receber.

No entanto, uma tentativa de saque no dia 14 de outubro de 2019 não foi concluída pela empresa. Os investidores pediram saque de 6 unidades de Bitcoin, mas não receberam nada até então.

Eles citam o empresário Anderson Mendes Alves como sendo responsável pelo contrato de adesão com a plataforma.

“Afirma, que, em 14.10.2019, solicitaram o resgate do valor referente a seis bitcoins, em R$214.950,06, o que nunca foi providenciado, passando Anderson a apresentar respostas evasivas, gerando insegurança nos investidores.”

Família precisa comprovar lucro de 1.400%

Sem ter a solicitação de saque atendida, os dois investidores da mesma família pedem o bloqueio de bens em nome da Coin Trade Consultoria. Além da empresa, sócios e líderes da plataforma são citados como corréus no processo que pede bloqueio de dinheiro, criptomoedas e carros em nome dos acusados.

A Justiça de São Paulo indeferiu o pedido de arresto de bens em nome da família. Segundo a petição inicial sobre o caso, não foram anexadas provas do lucro de 400% oferecido pela empresa, considerada “pirâmide do Bitcoin”.

Além disso, a Justiça entendeu que existe uma discrepância no valor total pedido pela família.

Os números mostram que o montante solicitado por eles corresponde a 1.400% de lucro mais o dinheiro investido no esquema, e não somente 400% de lucro conforme declararam os próprios proponentes na ação.

“Requerem os autores em sede de tutela cautelar em caráter antecedente o bloqueio de ativos financeiros nas instituições financeiras alcançadas pelos sistema bacenjud pelo valor de R$825.141,10.”

Com essas inconsistências, os dois usuários possuem quinze dias para fornecerem mais detalhes sobre a dívida de Bitcoin com a Coin Trade Consultoria. Novos documentos fornecidos pelos investidores podem mudar a decisão sobre o arresto de bens da empresa que prestava consultoria em investimentos com Bitcoin.

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