11 especialistas respondem para onde vai o preço do Bitcoin e do Ethereum depois de alta de 19% no BTC e 52% no ETH

Bitcoin vai cair ou vai subir? e o Ethereum, vai cair ou vai subir? Confira o que pensam 11 especialistas sobre o assunto

O mercado de criptomoedas respirou um pouco mais aliviado em julho depois que os dois principais criptoativos do mercado, Bitcoin e Ethereum, registraram uma alta de 19% e 52% respectivamente. No entanto, agora os investidores se perguntam se o movimento positivo irá continuar em agosto ou se uma nova baixa levará o BTC novamente abaixo de US$ 20 mil.

Ayron Ferreira, Analista Chefe da Titanium Asset Management, destacou esperar que o desempenho do mercado cripto se mantenha conectado aos principais temas macroeconômicos, como o ajuste monetário nos EUA e conflitos geopolíticos, como na Ucrânia e agora a ameaça de que ocorra mais um, em Tawian.

Ferreira destaca que além das criptomoedas, os principais índices acionários, como o S&P 500 e o Nasdaq também performaram bem em julho, com altas entre 10% e 12%. Esse movimento dos índices e do preço dos criptoativos está ligado principalmente à percepção de que o FED pode vir a diminuir o ritmo do aperto monetário, devido aos dados de atividade e consumo que têm demonstrado recuo.

“Além disso, o discurso de Jerome Powell e os comentários de alguns outros membros do FOMC, deram a entender que há a intenção sim de conter a inflação por parte da autoridade monetária, mas que também há otimismo em relação a um soft landing, ou seja, um ajuste da economia sem precisar de uma grande recessão”, destacou.

O analista argumenta no entanto que o que realmente guiará as próximas decisões do FED serão os dados de mercado de trabalho, atividade e consumo, que se não recuarem exigirá apertos nas condições financeiras maiores e mais prolongados do que o mercado aguarda.

“Caso realmente a inflação recue sem a necessidade de uma recessão, possivelmente veremos um novo rally de alta para os ativos de risco. Do contrário, caso seja necessária uma atuação mais persistente do FED para conter a inflação, esperamos novas quedas e uma corrida dos investidores por dólar e títulos de renda fixa dos EUA”, apontou.

Apesar de alta mercado ainda não demonstrou força

Ferreira também apontou que diversos drivers podem impactar o mercado de criptoativos como temas ligados regulamentação, um tema que segundo o analista, tende a crescer muito nos próximos meses, conforme órgãos dos EUA e Europa tentam entender como regular esta nova classe de ativos e em que categoria, se commodity, securities ou título financeiro.

Outro ponto que afetará o mercado é a atualização da rede Ethereum, que mudará o mecanismo de consenso da rede de Proof of Work para Proof of Stake e que tem sido também um dos catalisadores de otimismo para o mercado cripto nos últimos dias.

“Isso pode ser visto na valorização de 60% do Ether (ETH) em julho e no crescimento expressivo do volume do mercado de opções de Ether (ETH). Durante esta semana, o volume de negociação de opções de ETH chegou a ser 32% maior do que o de opções de BTC”,. destacou.

Já Paulo Boghosian, co-head do TC Cripto, também destacou que a recuperação no valor tanto do Bitcoin como do Ethereum esteve ligado a situação econômica nos EUA, porém ele aponta que os investidores precisam agir com cautela pis não é possível afirmar que houve uma reversão de tendência no mercado cripto.

“Acredito que o mercado cripto como um todo ainda tem muita oportunidade e, na minha visão, Ethereum e Bitcoin ainda estão baratos. Mas estamos sugerindo cautela para os investidores justamente porque os ativos estão próximos de resistências importantes e é possível que o mercado tradicional comece a realizar. Além disso, com tanta alavancagem sendo retirada do sistema, é improvável que a recuperação seja em “v”. Por isso a situação não está trivial.”, afirmou.

O pior já passou

Rafael Lima, Head de Operações Estruturadas da Rispar, acredita que o pior já passou e que alguns cenários começam a ser precificados e isso é bom para o mercado que gosta de antecipar movimentos. O analista também aponta o bom desempenho das Bolsas Americanas, que tiveram o seu melhor mês dos últimos nove meses como catalisador para o mercado cripto.

“Ainda podemos ser surpreendidos por fatores geopolíticos, por exemplo a visita de Nancy Pelosi a Taiwan, que eleva a tensão entre EUA e China. É cedo para dizer que a inflação global está controlada, mas é correto afirmar que o preço do Bitcoin está atrativo e acredito que o pior já passou. Estou otimista para os próximos meses”

Quem também está otimista é Bernardo Schucman, vice-presidente sênior da divisão de moedas digitais da CleanSpark. Para ele o BTC agora inicia uma nova fase de alta que pode levar ele novamente para novas máximas históricas.

“O preço do Bitcoin e das demais criptomoedas teve uma desvalorização que acompanhou todos mercados tradicionais de ativos líquidos. O principal fundamento do btc é a possibilidade de “hedge” contra desvalorização dos demais ativos. Acredito que esse fundamento está fortalecido e que essa última alta é o indicativo de um único de “bull moment” para o Bitcoin e vai impactar positivamente nas demais criptomoedas. Espero ainda o preço do btc retomando patamares perto das suas máximas históricas”

Por outro lado, Vagner Sobrinho, co-fundador da Wiboo, aponta que pensar nessas altas como indicativo de para onde vão, não está totalmente correto. Ele aponta que isso seria como tentar entender o desenho todo olhando apenas para um pequeno pedaço dele.

“Acredito que essas altas recentes estão mais atreladas a fatos isolados (como a proximidade da atualização da rede Ethereum, por exemplo), do que com o cenário macro das criptos. Como entusiasta, creio que assim como no passado, ambas voltarão aos patamares históricos que já estavam até bem poucos meses atrás e certamente muito superiores na sequência, mas claro ainda dando alguns sustos em pessoas recém chegadas nesse universo”, destacou.

Cássio Krupinsk, CEO da BlockBR, não pensa que haverá qualquer retrocesso nno valor do mercado de criptoativos. Para ele, o fundo já foi atingido.

“A partir de agora acredito na tendência de alta, rumores de guerras e crise a frente fará com que o BTC seja visto de fato como uma reserva de valor de longo prazo e com a cultura web 3.o expandindo-se a cada semana em uma velocidade maior, é iminente os novos entrantes no mercado.”

Agora é hora de comprar

Jayme Simão, sócio-fundador do Hub do Investidor, comenta que estamos vivendo uma excelente oportunidade de entrada em zona de fundo e capitulação quando pensamos no longo prazo.

“Ainda temos alguns fatores inerentes ao mercado de criptoativos. A corretora Voyager Digital emitiu, recentemente, um aviso de inadimplência para o fundo de Hedge Three Arrows Capital (3AC) após a não realização dos pagamentos referentes aos empréstimos contraídos com a exchange. Assim como a 3AC, há outros casos emblemáticos relacionados à insolvência, como o caso da Celsius, que travou movimentações de seus clientes e passou por apertos”, explica.

Segundo ele, o abalo tem sido forte e vemos também demissões em massa de diversas empresas relacionadas ao setor. “Esse momento de baixa é parte natural do ciclo de mercado após a euforia que registrou cotações históricas para o bitcoin em novembro de 2021”, comentou.

Simão diz que uma mudança de reversão macro não é esperada no curto prazo.

“Acredito que deve demorar alguns bons meses para ocorrer, talvez necessitando ver os juros em patamares de melhor contenção dos níveis de inflação nos EUA. No entanto, as métricas on-chain mostram que estamos vivendo uma excelente oportunidade de entrada em zona de fundo e capitulação quando pensamos no longo prazo”, completa.

Martin Hiesboeck, chefe de Blockchain e Crypto Research da Uphold destaca que este é um momento chave para o mercado ou vai subir ou haverá uma grande queda.

“Bitcoin e Ethereum estão em alta na semana e, no momento em que escrevo, a um preço em que se preparam para o maior evento de capitulação de todos os tempos (provavelmente, devido aos ataques renovados à Ucrânia) ou rally a partir daqui, para nunca mais revisitar esses pontos baixos (menos provável, acreditamos)”, afirmou.

Na mesma linha, Vinicius Marinho, cofundador da Beplix, destaca que o mercado está em uma região de indecisão. O cenário macroeconômico é de risco, inflação nas alturas e juros altos para tentar controlar – o que derruba o mercado de risco, – cenário de desemprego e recessão no mundo, além da guerra na Ucrânia e possibilidades de guerra na China.

“No entanto, o mercado já descontou demais esses ‘problemas’ e existe uma força compradora ganhando destaque. Os fundos alavancados já foram liquidados, então essa alta é mais saudável agora. Esse ano o mercado ainda deve ficar morno, mas entre o final de 2023 e 2024, provavelmente, vamos ver as novas máximas.”, pontuou.

Caminhando para US$ 30 mil

Para Lucas Passarini, trader do MB, o recente movimento no mercado de criptoativos deve levar o BTC para testar uma nova resistência perto de US$ 30 mil.

“Nós estamos travados no Bitcoin aí na região dos US$ 23.500 mais ou menos. Vencer esta resistência e superar a marca de US$ 25 mil pode nos levar a uma resistência mais relevante que seria ali entre os US$ 28 mil e US$ 29 mil. Neste ponto haverá uma força defensiva. Do lado do suporte a marca de US$ 21 mil é fundamental, se perdemos essa marca temos uma ameaça de uma nova baixa”, disse.

Já sobre o Ethereum, Passarini afirmou que a plataforma de contratos inteligentes tem um padrão de alta mais claro que o Bitcoin e busca a marca de US$ 2 mil, embora os. touros do ETH enfrentam uma forte resistência em US$ 1.700.

Paulo Aragão, co-fundador do CriptoFácil aponta que o Bitcoin e o Ethereum são os principais ativos para compra. Sobre o BTC especificamente ele destaca que a criptomoeda não deve passar de US$ 30 mil dólares, negociando lateralmente entre US$ 21 mil e US$ 30 mil.

Já sobre o Ethereum, tudo depende do The Merge que é algo bastante aguardado e esperado e por ser uma mudança pesada e difícil de ser feito o preço do Ethereum está intimamente ligado ao sucesso ou fracasso do Merge.

“Sinceramente qualquer análise técnica não funciona agora para o preço do Ethereum pois o The Merge é o que irá ditar o rumo do preço do ETH”, finalizou.

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Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletem as posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar uma decisão.

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