Especialistas indicam quatro opções, além das criptomoedas, para diversificar a carteira e aumentar a rentabilidade

Investir seu capital 100% em criptomoedas pode não ser a melhor opção quando o assunto é diversificação de carteira, por isso especialistas indicam outras opções de investimento para tornar o portifolio mais aberto

Embora os investidores no mercado de criptoativos encontrem mais de 2 mil ativos diferentes em que podem investir, manter seu capital 100% em criptomoedas pode não ser uma das melhores estratégias.

Assim, especialistas indicam diversificar seus investimentos tanto para mitigar riscos como para aumentar a rentabilidade, além de aprender sobre novos mercados.

Desta forma para aqueles investidores que desejam diversificar seu portifólio para além do mercado de criptoativos os especialists da brasileira Capital Research indicam quatro tipos de aplicação que podem aumentar a rentabiidade e ajudar na proteção do patrimônio.

BDRs não são tão bons quanto parecem

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados de depósito de valores mobiliários emitidos no Brasil que representam outro título no exterior.

Eles voltaram aos holofotes desde que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) alterou as regras, no início de agosto, e ampliou o acesso a este tipo de ativo.

Até então, os BDRs Nível 1 eram restritos a investidores qualificados, ou seja, àqueles que possuíam mais de R$ 1 milhão em aplicações.

Com a atualização, as possibilidades de se tornar dono de uma ação da Amazon ou da Apple, por exemplo, ficaram maiores.

É possível executar toda a negociação na B3 direto com sua corretora aqui do Brasil.

Porém, apesar de serem uma alternativa mais fácil para investidores brasileiros aplicarem em ativos estrangeiros, os BDRs têm inúmeras desvantagens, como a baixa liquidez, a variação cambial, os custos tanto na corretagem quanto no pagamento de Imposto de Renda no Brasil e as taxas descontadas pelas intermediadoras.

“Os pagamentos em dinheiro são taxados em 5% pelos bancos que vão intermediar a emissão. E você também paga 0,38% de IOF. Além de que, o dividendo, nos EUA, já é tributado, ou seja, efetivamente, você pagará a mesma coisa para comprar uma ação, mas levará 5% menos”, explica Felipe Silveira

ETFs: Fáceis, disponíveis em pequenos lotes e de baixo custo

Já os ETFs (Exchange Traded Funds) são fundos de investimentos com a particularidade de que são negociados diretamente no home broker.

Nesse caso, para investir em ações estrangeiras na B3, existem duas possibilidades: o IVVB11 e o SPXI11, ambos de gestão passiva e que replicam o S&P 500, principal índice de ações americanas, com empresas como Microsoft, Apple, Amazon, Facebook, Google e Johnson & Johnson.

A escolha de um ETF deve passar por três características principais: o índice que ele busca replicar, a taxa de administração e a liquidez do ETF.

O IVVB e o SPXI replicam o mesmo índice, e possuem taxa de administração muito próximas (0,23% e 0,21%, respectivamente).

Com isso, a principal diferença entre eles é a liquidez, que coloca o IVVB11 em uma posição mais favorável, com uma média de R$ 49 milhões de negociação por dia, enquanto o SPXI11 tem cerca de R$ 4,5 milhões por dia. “

É uma diferença considerável. E sabemos que quanto maior a liquidez de um ativo, mais facilidade você terá para vendê-lo sem influenciar muito o preço. Por isso, apesar da taxa de administração, aqui na Capital nós preferimos o IVVB11”, afirma Silveira.

Para ter acesso ao mercado americano e conseguir diversificar seus ativos via ETFS, o pequeno investidor só precisa de uma conta em alguma corretora brasileiras e arcar com o custo referente à taxa de administração e à corretagem, muitas vezes zerados.

Esta é a grande vantagem dos ETFs, que ainda podem ser negociados em lotes com 10 cotas, consideravelmente menor que o lote padrão de ações, de 100.

Entretanto, como as outras alternativas, os ETFs também têm seus pontos negativos.

“A desvantagem é que você não consegue fazer uma gestão ativa dos seus investimentos no exterior, o chamado stock picking, escolhendo uma carteira diversificada, mas que te proporcione buscar retornos mais altos que o S&P 500”, ressalta o analista.

Fundos de ações ou multimercados

Também é possível investir em ativos estrangeiros via fundos de ações ou multimercados, inclusive no Brasil há fundos multimercado com exposição a partir de 20% em bitcoin e criptomoedas.

Eles são de fácil acesso, pois estão disponíveis nas principais plataformas de bancos e corretoras, e têm como principal vantagem a gestão ativa e profissional, que permite buscar retornos acima do índice.

Porém, existem poucas opções de fundos, especialmente para pequenos investidores. Além disso, dependendo do fundo, as taxas podem ser elevadas, e há limitações de investimentos para investidores não-qualificados.

“os fundos poderiam ser opções interessantes, mas a limitação de exposição para fundos abertos para investidores não-qualificados e, em alguns casos, as taxas de administração e performance elevadas também são fatores que pesam bastante contra”.

Confira a rentabilidade dos fundos multimercado aprovados pela CVM e que oferecem exposição em criptoativos.

Fundo No mês No ano 3 meses 6 meses
HASHDEX CRIPTOATIVOS EXPLORER FIC FIM -5,45% 38,79% 10,59% 41,93%
HASHDEX CRIPTOATIVOS VOYAGER FIM IE -13,26% 97,20% 24,72% 123,43%
VITREO CRIPTOMOEDAS FIC FIM INVES -12,92% 68,93% 34,01% 73,94%
BLP CRYPTO ASSETS FIM IE -2,73% 168,06% 46,96% 65,12%
BLP CRIPTOATIVOS FIM -0,71% 25,49% 8,26% 12,23%
VTR QR CRIPTO FIM IE -13,01% 69,53% 34,12% 74,58%
QR BLOCKCHAIN ASSETS FIM IE -11,12% 32,20% 31,42% -%
FIA IBOVESPA 157 0,86% -14,31% 8,21% 39,86%
VITREO CRIPTOMOEDAS LIGHT FIC FIM -2,38% 13,71% 7,49% 15,01%
HASHDEX CRIPTOATIVOS DISCOVERY FIC FIM -2,77% 18,96% 5,15% 19,20%

Fonte: Portal Mais Retorno

Corretora Americana: Diversidade de ativos 

Por último, ter uma conta em uma corretora americana também é uma opção e pode ser mais simples do que se imagina.

Hoje em dia, muitas delas aceitam investidores não residentes nos Estados Unidos e, com a conta aberta, é possível negociar livremente milhares de ativos por diferentes vias, como ETFs e REITs. Em alguns casos, há até isenção de corretagem. 

O  processo de abertura de conta não é difícil, mas possui alguns pontos de atenção, que estão detalhados no relatório da Capital Research.

Com base na análise das quatro alternativas citadas, o analista Felipe Silveira conclui que “a baixa liquidez e as comissões em cima dos dividendos tornam os BDRs poucos atraentes. Já no caso dos fundos, o problema está na limitação de exposição para investidores não qualificados e nas taxas de administração e performances elevadas”.

Sendo assim, o especialista da Capital Research acredita que as melhores opções para quem deseja ampliar seus investimentos negociando ativos no exterior é investir em ETFs e em corretoras.

“ETFs cumprem bem o básico: tem um custo baixo, oferecem diversificação e facilidade. Já nas corretoras gringas você vai ter acesso a todos os ativos do maior mercado do mundo também a um custo baixo. Com ETFs, você tem bem menos trabalho e com as corretoras americanas você pode escolher exatamente os ativos da sua carteira. E aí a melhor escolha depende apenas da sua preferência!”, encerra.

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