Especialista explica por que o Bitcoin pode continuar a cair

Segundo a análise técnica da Transfero, o triângulo descendente apresentou um rompimento da Linha de Suporte, reforçando a tendência de baixa e mostrando que a força vendedora vem se destacando, em relação aos compradores

Na última semana, vários fatores influenciaram o mercado e contribuíram para a queda do preço não apenas do Bitcoin (BTC), mas também dos demais criptoativos.

Segundo uma análise da Transfero, um destes fatores, mas não o único, foi a possibilidade de proibição do setor na Rússia, defendida pelo Banco Central do país, que enxerga as moedas digitais como um risco à economia. A medida, no entanto, não foi aceita pelo governo e parlamentares russos.

Além disso a empresa aponta também que temores com alta de juros nos Estados Unidos também impactaram o mercado, além do recuo do S&P 500, o maior desde o início da pandemia. 

Segundo a análise técnica da Transfero, o triângulo descendente, destacado na semana passada (entre os dias 20 e 27 de janeiro), apresentou um rompimento da Linha de Suporte, reforçando a tendência de baixa e mostrando que a força vendedora vem se destacando, em relação aos compradores.

Esse movimento de queda com grande volume chegou a romper o suporte de US$ 37,5 mil, como demonstrado no gráfico abaixo. Houve uma ligeira recuperação e o preço se encontra (em 27 de janeiro) por volta dos US$ 37 mil.

“Outro ponto a ser destacado é que a correlação entre o BTC e o S&P 500 aumentou bastante nas últimas semanas, mostrando que os dois ativos estão se movendo mais em sincronia do que era esperado”, apontaram os especialistas da Transfero. 

De acordo com a explicação dos analistas, o coeficiente de correlação varia entre 1 e -1. Quando se encontra em 1, significa que os ativos estão se movendo juntos; quando é igual a -1, eles estão se movendo em direções opostas.

“No momento, a correlação encontra- se acima dos 0,45 pontos. Isso pode explicar a recente queda do BTC, já que o S&P 500 registrou o maior recuo semanal desde o início da pandemia, em 2020, pois levou os investidores a uma corrida por liquidez para levantar recursos e estancar perdas nas principais bolsa”, destaca.

Bitcoin

Já Mikkel Morch, diretor executivo e gerenciamento de risco da ARK36, destaca que os ativos digitais, incluindo o Bitcoin, tendem a se tornar mais correlacionados com as ações durante os períodos de estresse, quando a maioria dos mercados de investimento corre o risco.

Assim ele aponta que não há nenhuma surpresa no caso atual que os mercados de criptomoedas se moveram quase em conjunto com o mercado de ações após a conferência de imprensa do presidente do Fed, Jerome Powell, após a reunião do FOMC deste mês.

Morch destaca que a primeira reação dos mercados foi positiva e otimista, pois os participantes do mercado esperavam claramente uma postura muito mais agressiva do Fed. No entanto, Powell falhou em oferecer segurança suficiente para virar a maré do sentimento de baixa que tomou conta dos mercados desde a semana passada.

“É por isso que o entusiasmo inicial começou a diminuir logo depois e o Bitcoin – junto com outros grandes ativos digitais – lutou para defender seus ganhos após um pico inicial.

O analista afirma ainda que é importante ressaltar que a presidência do Fed não confirmou nem descontou a possibilidade de aumentar as taxas em 50 pontos base em vez de 25, o que significa que poderíamos ver altas de 0,50 este ano.

“Em vez disso, Powell mencionou que o Fed será “humilde e ágil” na resposta aos riscos macroeconômicos e aos dados de inflação. Em outras palavras, embora a situação ainda não justifique perturbar muito o mercado de ações, Powell sinalizou que o Fed está preparado para permitir que as ações se aprofundem no território de correção para cumprir seu mandato de manter os preços estáveis”, finalizou.

Portanto, segundo ele, os investidores de criptomoedas devem ficar atentos ao cenário econômico americano pois ele tende a ditar os rumos, pelo menos no curto prazo, de como irá se comportar o mercado de criptomoedas.

No entanto, o CEO da Brasil Bitcoin, Marco Castellari, destaca que a correção atual é fruto da instabilidade gerada pelas ações dos governos mundiais e embora agressiva, essa queda é saudável para o mercado e ajuda a preparar o terreno para um novo topo histórico do Bitcoin, que pode levar mais diversos meses para ocorrer.”

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