Trader experiente alerta que mercado de criptomoedas passará por ‘purificação’ e prevê queda do Bitcoin a US$ 4.000
Segundo Gareth Soloway, estrategista chefe de mercados do InTheMoneyStocks.com, mercado necessita de uma “purificação”, pois maioria das mais de 15.000 criptomoedas existentes hoje não têm qualquer utilidade ou valor.
Se o mercado de criptomoedas é o catalisador do desenvolvimento da Web3, uma nova etapa da internet, descentralizada e com distribuição mais equânime de valor entre os usuários da rede, muito provavelmente ele está fadado a replicar os estágios de desenvolvimento da Web 2.0, que resultou no domínio absoluto de um seleto e pequeno grupo de empresas big tech.
Hoje, de acordo com o CoinMarketCap, existem mais de 18.000 criptomoedas disponíveis aos investidores. No entanto, a grande maioria delas não têm qualquer utilidade ou valor real para os usuários.
Isso quando não se tratam de projetos construídos de forma improvisada para enganar investidores desavisados com golpes de pump and dump, que consistem em inflar artificialmente o preço de tokens para atrair liquidez de investidores em busca de lucros exponenciais, ou rug pulls, projetos que criam uma fachada de respeitabilidade para atrair investidores até que, inadvertidamente, os desenvolvedores desaparecem levando consigo os fundos aplicados no protocolo.
Mais do que apenas necessária, uma “purificação” do espaço cripto é inevitável, segundo Gareth Soloway, estrategista chefe de mercados do InTheMoneyStocks.com. Soloway fala com a autoridade de quem testemunhou a euforia da bolha ponto com na virada do século. Na ocasião, depois de subir mais de 400% entre 1995 e 2000, o ínidice Nasdaq caiu 78% entre março de 2000 e outubiro de 2002.
O estouro da bolha da primeira fase da internet acabou com diversas empresas cujo mercado se baseava em produtos e serviços criados para a nova sociedade em rede, preparando o terreno para a posterior ascensão dos sobreviventes, notadamente a Amazon e o Google, por exemplo. Além disso, abriu caminho para o surgimento de novos produtos e modelos de negócio, como as redes sociais e as ferramentas de produção de conteúdos produzidos pelos próprios usuários.
Observando o mercado de criptomoedas, hoje, Soloway enxerga a repetição do mesmo padrão que redundou no crash do princípio dos anos 2000, conforme declarou em uma entrevista ao Heresy Financial disponível no Youtube:
“Existem mais de 15.000 criptomoedas no momento e não há razão ou necessidade para que a maioria delas exista. É preciso haver uma purificação como [houve com as empresas] ponto com no final dos anos 1990 e início dos anos 2000. A partir daí, acho que teremos os projetos de raça mais nobre prontos para crescer.”
Soloway vai ainda mais longe e afirma que tal processo já está em andamento. Embora de uma forma geral o mercado esteja reagindo bem à instabilidade geopolítica e à guinada da política monetária do Fed (Banco Central dos EUA), o estrategista alerta que os investidores não devem perder de vista o quadro geral, que é bastante desforável para ativos de risco como as criptomoedas.
Segundo ele, a alta recente não deve ser entendida como uma reversão de tendência, mas sim como um “padrão clássico de bandeira baixista”:
“A grande correção [do Bitcoin] de US$ 69.000 para US$ 33.000 está sendo seguida por um período de consolidação entre US$ 40.000 e US$ 47.000 que antecede uma nova correção.””
Soloway compara a ação de preço do Bitcoin (BTC) desde o início de 2021 à ação de preço das ações da Amazon entre o final dos anos 1990 e o começo de 2000. Segundo o estrategista, claramente nota-se o mesmo padrão de “bolha e estouro” da gigante de tecnologia no comportamento atual do Bitcoin, cujo preço poderá chegar a um valor tão baixo quanto US$ 4.000:
“Você pode ver que o padrão é quase idêntico ao do Bitcoin – um grande movimento para cima, uma grande correção, um grande movimento para cima, chegando ao topo, que foi o que o Bitcoin fez em novembro de 2021. Então olhe para o colapso, [com as ações da Amazon] caindo de $ 112 para $ 6. Se o mesmo acontecer com o Bitcoin, acho que US$ 4.000 pode ser uma meta de preço razoável.”
Apesar da perspectiva extremamente pessimista no curto prazo, Soloway acredita que o Bitcoin retomará o movimento ascendente em direção a novas máximas históricas, assim como aconteceu com a Amazon:
“Eu sou super otimista. (…) Acho que [o preço do Bitcoin] vai chegar a US$ 500.000, US$ 1 milhão. Eu só acho que você tem que tirar todo o lixo primeiro. (…) Sou muito darwiniano nesse sentido, acredito que o mais forte sobreviverá, e não há dúvida de que o Bitcoin é o ativo mais forte, no qual grande parte do dinheiro pesado está sendo jogado.”
No início da tarde desta quinta-feira, o Bitcoin está operando em alta de 3%, trocando de mãos a US$ 43.909. Trata-se do preço mais alto desde 3 de março. Parte da alta recente pode ser explicada pelas compras recorrentes de BTC que a Luna Foundation Guard (LFG) está fazendo para montar reservas em Bitcoin para o UST, a stablecoin algorítmica atrelada ao dólar do Terra (LUNA).
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