Executiva do JP Morgan diz que a blockchain representará uma transformação no setor bancário
Apesar do posicionamento anti-criptomoedas de Jamie Dimon, CEO do banco norte-americano JP Morgan, outros executivos da empresa parecem encarar o tema de forma diferente. Em uma recente entrevista ao jornal Valor Econômico, Lori Beer, integrante do comitê executivo do banco, acredita que a blockchain representará uma transformação no setor bancário e que o JP Morgan deve migrar para este universo.
Segundo Beer, o cenário atual é de intensa transformação para os bancos e negócios financeiros e, desta forma, tanto o JP Morgan quanto outros concorrentes globais começam a se enxergar também como empresas de tecnologia e portanto, caminham para disponibilizar cada vez mais plataformas digitais de serviços e produtos, também com objetivo de concorrer com os atuais gigantes da tecnologia.
“Eu realmente vejo os bancos globais se tornando cada vez mais parecidos com grandes empresas de tecnologia. Não apenas pelo tamanho e escala que temos nessa área, mas também pela forma como trabalhamos. Cada vez mais, quando falamos do J.P. Morgan, pensamos em nós mesmos como um banco digital, movimentado por uma forte base de tecnologia. E a razão pela qual pensamos em nós mesmos com uma mentalidade de companhia de tecnologia é que temos a mesma característica e objetivo: o intenso foco em entregar experiências ao cliente. Se pensarmos em algumas das principais empresas do setor e suas habilidades de pegar suas principais capacidades e orquestrar uma nova experiência, parece muito com o que fazemos. Se olharmos para as contratações que estamos fazendo, temos recrutado ainda mais do que algumas companhias do setor de tecnologia”, disse Beer.
Desta forma, a executiva salientou também que a grande preocupação dos bancos é com cibersegurança e a proteção de dados. Beer destacou que hoje US$700 milhões são gastos todo ano para proteger os clientes do banco no ciberespaço e que quanto mais as empresas avançam no processo de digitalização, mais demandas são criadas para proteger o ecossistema e, por outro lado, os cibercriminosos também estão avançando em suas capacidades e tecnologia.
Em relação à blockchain, Beer reforçou que o JP Morgan está muito otimista com os avanços e possibilidades da tecnologia, no entanto, frisou que provavelmente ela ainda vai levar alguns anos para se tornar viável.
” Há vários problemas que queremos solucionar com blockchain, e tem sido uma área foco para gente. No blockchain, inicialmente, estamos focando não em substituir soluções que já existem, mas em fechar lacunas de tecnologia que ainda não temos. Nós lançamos alguns produtos, como uma rede interbancária de informações. Desse modo, podemos agilizar a forma como dividimos informações com outros bancos em pagamentos móveis ou transferência de valores internacionais. A rede interbancária de informações baseada em blockchain está substituindo processos manuais em que emissor e o beneficiário têm de fazer inúmeros telefonemas para confirmar informações. O blockchain tem segurança e privacidade intrínsecas, então no sistema apenas as partes, por exemplo, eu e você, têm as chaves para destravar a informação”, destaca.
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Fonte: Criptomoedas Fácil