Exchange sofre hack de meio bilhão de reais em BTC, ETH, TRX e XRP
A exchange de criptomoedas Liquid, com sede no Japão, anunciou na manhã desta quinta-feira (19) que foi alvo de um ataque hacker responsável pelo roubo de US$ 94 milhões (R$ 505 milhões) em criptomoedas.
Em comunicado via Twitter, a empresa disse que suas hot wallets (carteiras online usadas por clientes) haviam sido comprometidas e que, por essa razão, teria iniciado a migração de criptoativos para cold wallets (carteiras físicas offline).
“Notícia importante: Lamentamos anunciar que hot wallets da LiquidGlobal foram comprometidas, estamos transferindo ativos para cold wallet. No momento, estamos investigando e forneceremos atualizações regulares. Enquanto isso, os depósitos e retiradas serão suspensos.”
Segundo a exchange, os ativos interceptados pelos hacker foram movidos para os seguintes endereços de Bitcoin (BTC), Ethereum (ETH), Tron (TRX) e Ripple (XRP):
- BTC: 1Fx1bhbCwp5LU2gHxfRNiSHi1QSHwZLf7q
- ETH: 0x5578840aae68682a9779623fa9e8714802b59946
- TRX: TSpcue3bDfZNTP1CutrRrDxRPeEvWhuXbp
- XRP: rfapBqj7rUkGju7oHTwBwhEyXgwkEM4yby
De acordo com um levantamento da empresa de segurança Elliptic, a maioria das criptomoedas roubadas foi em ETH, com valores estimados em US$ 30,9 milhões. Em seguida aparecem US$ 12,9 milhões em XRP, US$ 4,8 milhões em BTC e US$ 200 mil em TRX. Além disso, US$ 7,7 estão em diversas stablecoins, e os US$ 37,4 milhões restantes espalhados por tokens diversos – a maioria da rede Ethereum.
Os especialistas apontam que, no momento, cerca de US$ 45 milhões em tokens Ethereum estão sendo convertidos em ETH por meio de exchanges descentralizadas (DEXs), como Uniswap e SushiSwap, tática que evitaria que os ativos sejam bloqueados.
Ainda assim, a Elliptic diz ter adicionado os endereços associados aos hackers ao seu sistema de monitoramento para alertar clientes “caso recebam alguns desses fundos”. A empresa também garante que colocou seus analistas à disposição da Liquid para ajudar a rastrear os fundos roubados.
Hacks de criptomoedas
Hacks são comuns no mundo das criptomoedas, mas não costumam se concentrar, há cerca de um ano, principalmente no setor de finanças descentralizadas (DeFi). Nesse meio, hackers exploram falhas em protocolos abertos para desviar fundos de forma anônima e fugir com o dinheiro de investidores.
Foi este o caso, por exemplo, do hack de grandes proporções sofrido pela Poly Network. O autor acabou devolvendo a maior parte dos valores após alegar que o ataque teria sido “por diversão”, mas tudo indica que isso só ocorreu porque houve um esforço conjunto para identificar o criminoso com ajuda da transparência da blockchain.
Hacks em exchanges de criptomoedas, por outro lado, têm sido mais raros. O caso mais recente havia sido da corretora russa Livecoin, que fechou as portas após sofrer perdas equivalentes na época a R$ 24 milhões. Entre as empresas de maior renome, a última a sofrer um ataque foi a KuCoin, que teve US$ 150 milhões roubados em 2020.
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