Exchange acusa Alphapoint de ter sido hackeada; corretoras brasileiras usam mesmo serviço
Uma exchange da Noruega acusou a Alphapoint de ter sido hackeada, expor dados dos clientes e perder Bitcoins. A plataforma é usada por pelo menos quatro corretoras no Brasil.
A Bitcoin Norge, fundada em 2013, começou a reportar problemas desde maio deste ano. No comunicado da época não houve nenhum tipo de menção à invasões.
No dia 1º de julho, porém, a corretora do norte europeu fez um longo texto em sua página do Facebook no qual afirma que a Alphapoint, sistema usado no Brasil por Foxbit, Coinext, FlowBTC e Casa do Bitcoin, teve falhas graves de segurança, dando a entender que ela havia sido roubada.
“A Alphapoint nos informou que eles tinham esquemas de seguro que cobrem isso e que tanto o FBI quanto outras autoridades policiais americanas estão envolvidas na investigação do caso”, diz o texto. Por causa da demora da Alphapoint e pela incerteza de que o seguro da companhia poderá atender os clientes, a corretora norueguesa decidiu jogar limpo com os usuários da plataforma.
O Portal do Bitcoin questionou a Alphapoint por meio da assessoria de imprensa, mas até o momento não teve resposta. Porém, ao site norueguês E24, a empresa afirmou via email que foi atingida por um phishing e um golpe com chip de celular.
CEO da exchange fala
Além disso, afirmaram que nem o hardware nem a tecnologia havia sido comprometida. Conforme o mesmo site, a empresa também confirmou o ataque aos dados, mas não comentou a sequência de eventos como relatado pela Bitcoin Norge.
A solução proposta pela exchange foi então parar com todos os trades e devolver, na moeda local, o dinheiro que os clientes tinham em bitcoin até o dia 7 de maio. Na época, o preço do BTC estava em torno de R$ 23 mil. Atualmente, é R$ 45 mil.
Em uma entrevista para a mídia local, Ole-Andre Torjussen, fundador da exchange, disse que no dia 1º de maio, ele recebeu um alerta de que os fundos de todas as hot wallets (carteiras conectadas às internet) haviam sido roubados, mas que um seguro iria cobrir o dano. Por isso, afirmou, o board da empresa decidiu não revelar o que aconteceu aos clientes.
No final de junho, porém, houve a informação sobre um novo ataque, o que levou à decisão de procurar outra solução.
Problemas no Brasil
Tanto em maio quanto em junho as corretoras brasileiras que usam a Alphapoint sofreram com problemas.
Em junho, a Foxbit anunciou ficaria até o dia 4 de julho com os saques e depósitos automáticos de criptomoedas travados. Segundo a empresa, o fornecedor da plataforma de operação, a Alphapoint, fechou uma parceria com a BitGo, uma das maiores empresas de custódia e segurança de criptomoedas do mundo. O problema seria, portanto, causado pelo tempo de atualização.
A Coinext, por exemplo, também teve que operar manualmente.
“Apesar de manual, dentro do horário comercial estamos com uma resposta rápida nos pedidos. Fora desse período é que pode demorar um pouco mais, no máximo 24 horas”, disse na época José Arthur Ribeiro, CEO da corretora.
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