Ex-secretário do Tesouro apoia investimento em bitcoin, mas quer regulação
Steve Mnuchin, ex-secretário do Tesouro dos EUA, falou sobre o mercado de criptomoedas em entrevista nesta quinta-feira, 15. Segundo ele, a decisão de investir em bitcoin deve ser pessoal e chegou até a citar o ativo digital como substituto do ouro como reserva de valor, mas afirmou que o governo precisa regulamentar o setor.
“Se as pessoas querem comprar bitcoin como uma alternativa, o que não é muito diferente de comprar ouro ou algum outro ativo, está tudo bem. Pessoalmente, não tenho no meu portfólio, mas se as pessoas querem, isso é absolutamente normal”, disse, em entrevista ao canal de televisão CNBC.
Apesar de ter dito que não possui a criptomoeda, Mnuchin afirmou acreditar na “tecnologia subjacente, o blockchain” como sendo “particularmente útil para os universos das fintechs e de finanças.
Ele também convocou os órgãos reguladores a acelerar a regulação do mercado cripto, pedindo que o setor esteja em conformidade com o “Bank Secretary Act” (BSA), uma lei dos anos 1970 que visa prevenir o uso de instituições financeiras para a lavagem de dinheiro, e citou a decisão de reguladores, em 2020, que permite aos bancos americanos oferecer custódia de criptomoedas aos seus clientes: “A razão pela qual fizemos isso é porque queremos ter certeza de que isso já estaria começando dentro de um universo regulado”.
Segundo Mnuchin, sua posição sobre a necessidade de uma regulação rígida sobre o bitcoin e as criptomoedas não é nova, afirmando que já falava do assunto desde pelo menos 2019.
A descentralização, a ausência de fronteiras e o anonimato parcial oferecidos pelo bitcoin são apontados frequentemente como motivo de preocupações relacionadas ao uso da rede para atividades ilegais por autoridades e reguladores. O atual secretário do Tesouro no governo Joe Biden também já ecoou esse tipo de posicionamento.
Apesar disso, as estatísticas mostram que a realidade não é exatamente essa. Segundo levantamento da ferramenta de análise de blockchain Chainalysis, apenas 034% das transações com criptomoedas realizadas ao longo de 2020 estão relacionadas à atividades ilegais.