Ex-rei do bitcoin critica delegado de polícia e faz ameaças a jornalistas

Em um áudio divulgado em um grupo de conversa na tarde de quarta-feira (14), o dono do Grupo Bitcoin Banco, Claudio Oliveira, disse questionar a “parcialidade” do delegado José Barreto de Macedo Júnior, do Nuciber (Núcleo de Combate ao Cibercrime). Foi ele que decidiu arquivar o inquérito aberto pela Polícia Cicil do Paraná para investigar a suposta fraude que a empresa alega até sofrido.

“Com todo respeito à autoridade dele, mas a parcialidade eu estou discutindo no Ministério Público”, falou Oliveira.

Além disso, o empresário – conhecido como “Rei do Bitcoin” – também fez ameaças a jornalistas e portais de notícias que cobrem o setor de criptomoedas.

“Vocês vão sentir o peso da minha mão. Até agora nunca fiz nada para vocês, mas vocês querem brincar com os grandes, então vamos brincar com os grandes. Porque vocês são homens por detrás do teclado, mas eu sou homem 24 horas por dia”, disse o empresário.

Delegado pode ter sido contaminado por sites de notícias, disse Oliveira

No áudio de 13 minutos, Oliveira falou também que a “parcialidade” do delegado pode ter sido comprometida pelos portais de notícias. “Sabe por que o delegado dá um despacho daquele? Porque ele é contaminado com a porqueira que esses portais mequetrefes falam. São um bando de nojentos e eu vou atacar um por um”.

Oliveira ainda disse que, caso o inquérito realmente seja encerrado na esfera criminal, “os vagabundos que lesaram a empresa vão responder na civil, porque eles estão na recuperação judicial e estão em qualquer lugar”, falou.

Vale lembrar que o delegado afirmou no relatório que, mesmo depois de 10 meses de investigação, o Grupo Bitcoin Banco não conseguiu provar que 31 investidores da empresa – que Oliveira chama de “vagabundos” – duplicaram seus bitcoins nas plataformas de negociação de criptomoedas NegocieCoins e TemBTC.

Claudio Oliveira, um dos acionistas do Grupo Bitcoin Banco. Foto/Divulgação.
Claudio Oliveira, um dos acionistas do Grupo Bitcoin Banco., conhecido por alguns como “Rei do Bitcoin” Foto/Divulgação.

Vou mover montanhas para fechar um portal de notícias

Sobre o ataque à imprensa especializada, Oliveira disse que vai rebater na Justiça as cerca de 500 matérias sobre a empresa publicadas nos últimos meses por portais. O Livecoins vem cobrindo o caso desde o segundo semestre do ano passado.

O empresário falou também que vai “mover montanhas” para fechar o Portal do Bitcoin, um dos principais sites que cobrem o segmento. “Esse portal é o pior de todos. É composto por quadrilha. São terroristas da internet. Alguém tem que tomar atitude e calar a boca deles. Vai ser eu. Isso é mais como desabafo para avisar pra eles que agora eles vão ter uma briga de verdade”.

Em nota, o Portal do Bitcoin informou que “apenas reporta e investiga os fatos que acontecem no mercado de criptomoedas” e que vai “seguir fazendo o mesmo trabalho de sempre”.

Vale lembrar que não é a primeira vez que Oliveira tenta cercear a liberdade de imprensa da mídia especializada. Em junho do ano passado, o empresário moveu uma ação contra o Portal do Bitcoin. No processo, ele pediu a retirada de uma notícia publicada pelo veículo. A Justiça, no entanto, negou a remoção do texto e entendeu o caso como “censura prévia”. 

Oliveira disse que deveria colocar ex-diretor jurídico do GBB na cadeia

Além da crítica ao trabalho do delegado de Curitiba e das ameaças a jornalistas, Oliveira também reservou um trecho do áudio para falar sobre o ex-diretor jurídico do Grupo Bitcoin Banco, Ismair Couto. Na semana passada, o advogado pediu na Justiça a busca e a apreensão dos 7 mil bitcoins “pulverizados” pela empresa.

“Eu é que deveria botar ele na cadeia por essa bagunça toda documental em cima do meu patrimônio. Ele misturou minha empresa dentro de família. Essa mistura toda foi ele que fez”, disse Oliveira, que também moveu um processo contra o ex-parceiro comercial.

Na ação, que o portal Livecoins teve acesso, a defesa de “Rei do Bitcoin” disse que o empresário emprestou dinheiro para Couto comprar um automóvel. Em troca, o ex-diretor jurídico pagaria por meio de serviços advocatícios que deveriam ser prestados para sua família.

Entretanto, disse a defesa, Couto “não exerceu qualquer atividade profissional assumida para o adimplemento da sua dívida”, e a “prova cabal de sua inércia profissional se configura nos bloqueios judiciais que recaíram em todo patrimônio” de Oliveira e sua esposa. O valor da causa é de R$ 136 mil.

Ouça o áudio.


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