Ex-prefeito é denunciado pelo MPF por lavagem de dinheiro com Bitcoin
O Ministério Público Federal (MPF), denunciou o ex-prefeito de Catingueira por lavagem de dinheiro com Bitcoin e por ocultar bens. Além disso, a denúncia foi apresentada em Patos (PB), no último dia 20.
José Edivan Félix é o nome do ex-prefeito de Catingueira, do Sertão Paraibano, entre 2005 e 2012. O homem já está preso no presídio regional de Patos (PB), onde foi condenado a prisão de mais de 40 anos.
O ex-prefeito foi acusado de participar de uma organização criminosa, fraude licitatória e desvios de recursos públicos. São dezenas de processos judiciais que correm em nome de José, segundo informações do MPF.
E-prefeito de Catingueira teria ocultado bens e realizado lavagem de dinheiro com Bitcoin, denúncia do MPF apontou uso de “laranjas”
De acordo com informações do jornal Paraíba Online, o MPF tem atuado na Paraíba (PB) no âmbito da Operação Recidiva. A operação consiste em apontar irregularidades de prefeitos da região, que teriam condutas criminosas.
Um dos casos que mais chamou atenção da operação certamente foi do ex-prefeito de Catingueira, José Edivan Félix. Isso porque, o município de Catingueira teria cerca de 4 mil habitantes. Contudo, ao trabalhar como prefeito no local, José teria desviado mais de R$ 7 milhões de recursos da prefeitura.
O Paraíba Online apontou que, para o MPF, José lavou dinheiro na época com uso de criptomoedas. Dentre elas, utilizou o Bitcoin, maior moeda virtual do mundo, e também com Megacoin (MEC), uma criptomoeda pouco conhecida. De acordo com o CoinMarketCap, a Megacoin é listada apenas na corretora Crex24, tendo um volume de apenas R$ 3 nas últimas 24 horas.
Além disso, José teria ocultado seu patrimônio em nome de “laranjas”, que são pessoas terceiras utilizadas no momento de registrar um bem. Para o MPF, as penas para os casos variam de 3 a 10 anos, por crime, mais multa.
Segundo o MPF, a atividade de lavagem de capitais perdura até os dias atuais, dada a natureza permanente do crime. A lavagem de dinheiro cometida por Edivan se deu através de criptomoedas (Bitcoin e Megacoin), lavagem via consórcios e aquisição de veículos.
Poderá ser exonerado de cargo público do qual é servidor
José Edivan Félix também é servidor público de carreira, no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) do Rio Grande do Norte. O cargo do ex-prefeito no TRT é o de Analista Judiciário, da Área Judiciária. Contudo, o MPF apontou que irá encaminhar para o órgão uma documentação, para que medidas disciplinares e administrativas sejam tomadas.
A primeira vez que José foi preso foi em 2012, no auge da Operação Dublê, que prendeu prefeitos de municípios da região. Na época, José foi preso enquanto ainda era prefeito de Catingueira.
Na nova operação do MPF, chamada Recidiva, uma vez que o prefeito já havia sido pego em crimes semelhantes anteriormente. Não ficou claro para o MPF se o ex-prefeito operava um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas, mas a investigação ainda apura o caso. O crime utilizando criptomoedas era sofisticado, mas ainda nebuloso para o MPF.
Segundo as investigações, Edivan Félix possuía um carro de origem desconhecida, que nunca esteve no seu nome e entregou o veículo para uma empresa, a fim de que esta, por sua vez, vendesse o carro e investisse R$ 10 mil em criptomoedas em nome de Marcelo Henrique Lacerda Félix, filho de Edivan.
Em outra transação narrada na denúncia, José Edivan Félix entregou um veículo no valor de R$ 19 mil, sendo que parte desse valor deveria ser investida em criptomoedas e o restante devolvido ao denunciado.
Segundo o MPF, não foi possível sequer determinar qual a origem desse veículo em pagamento ao investimento. O modelo de negócio consistia, em síntese, em pagamentos feitos por participantes, que além de comprarem cota inicial ainda pagavam mensalidade e faziam saques de dividendos em criptomoedas.
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