Ex-NSA pode ser condenado à morte por vender segredos dos EUA por criptomoedas
Jareh Sebastian Dalke, veterano do Exército e ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA), pode ser condenado à morte por tentar vender informações da defesa nacional do país. O pagamento seria em criptomoedas.
Conforme publicação da Justiça dos EUA, Dalke, de 30 anos, foi funcionário da NSA, onde atuou como Analista de Segurança da Informação. Ele usou uma conta de e-mail criptografada para transmitir trechos de três documentos confidenciais que obteve durante seu emprego para um indivíduo que ele acreditava estar trabalhando para um governo estrangeiro.
Para a surpresa de Dalke, o comprador era, na verdade, um agente do FBI disfarçado. Dalke posteriormente providenciou a transferência de informações confidenciais em sua posse para o agente disfarçado do FBI.
Dalke disse ao suposto comprador que ele havia coletado informações altamente confidenciais relacionadas a ataques estrangeiros a sistemas dos EUA e informações sobre operações cibernéticas dos EUA, entre outros tópicos.
Ex-funcionário da NSA acusado de espionagem
Para provar ter acesso a informações confidenciais, Dalke transmitiu trechos confidenciais ao agente disfarçado do FBI. Cada trecho continha marcações de classificação.
Um trecho foi classificado como Secreto e dois trechos foram classificados como Top Secret. Em troca dessa informação, o agente secreto do FBI fez um pagamento em criptomoeda para um endereço fornecido por Dalke.
Dalke acabou sendo preso na última sexta-feria, 28 de setembro. Ele havia solicitado US$ 85.000, cerca de 460 mil reais, por informações confidenciais adicionais em sua posse. O agente disfarçado do FBI providenciou para ele fornecer os documentos em um local público, e a prisão foi realizada quando Dalke chegou ao local.
Ele afirmou ao agente disfarçado do FBI que ainda estava empregado pelo governo dos EUA, mas disse que estava em uma missão temporária. Dalke solicitou uma compensação por meio de um tipo específico de criptomoeda em troca das informações que possuía e afirmou que estava precisando de dinheiro.
Especialistas em análises de blockchain apontaram que a quantia em criptomoedas e o dinheiro recebido por Dalke correspondiam a uma transação com Monero na época.
Amounts match Monero’s value at the time, and the nature of Monero as well.
— Nicholas Weaver (@ncweaver) September 29, 2022
Acredita-se que ele recebeu um segundo pagamento do FBI, elevando seu total recebido para 31,4185 unidades de Monero. Dalke transferiu as criptomoedas para uma conta na corretora Kraken, para uma conta em seu próprio nome, facilitando o trabalho do FBI em localiza-lo.
De acordo com o FBI, Dalke lutou com empréstimos estudantis e dívidas de cartão de crédito por anos e entrou com pedido de falência em 2017, concedido no ano seguinte.
“Naquela época, Dalke informou que tinha aproximadamente US$ 32.809,52 em dívidas de empréstimos estudantis e US$ 50.987,34 em outras dívidas, principalmente dívidas de cartão de crédito”, diz o depoimento do FBI . “Na época do pedido de falência, Dalke também informou que tinha aproximadamente US$ 8.373,12 em ativos totais”.
Pena de morte
O ex-funcionário da NSA agora está enfrentando acusações relacionadas a três violações da Lei de Espionagem, que carrega uma sentença potencial de morte ou prisão perpétua.
Nenhum cidadão dos EUA foi executado por espionagem desde Julius e Ethel Rosenberg na década de 1950.
No entanto, a Lei de Espionagem é levada a sério pelos EUA, que vivem um momento de tensão com diversos países ao redor do mundo.
Em 1951, Julius e Ethel Rosenberg foram condenados e sentenciados à morte sob a Lei de Espionagem por liderarem uma rede de espionagem que dava segredos tecnológicos – incluindo informações sobre a bomba atômica – à União Soviética.
Na época, ao negar a clemência, o presidente Dwight Eisenhower disse: “Só posso dizer que, aumentando imensamente as chances de uma guerra atômica, os Rosenbergs podem ter condenado à morte dezenas de milhões de pessoas inocentes em todo o mundo. A execução de dois seres humanos é um assunto grave. Mas ainda mais grave é o pensamento dos milhões de mortos cujas mortes podem ser diretamente atribuíveis ao que esses espiões fizeram.”
A Lei Federal de Pena de Morte de 1994 estabeleceu categorias para as quais a pena de morte pode ser imposta. Esses crimes se enquadram em três categorias: (1) crimes de homicídio; (2) espionagem e traição; e (3) crimes de narcóticos não homicidas.
O homem agora aguarda julgamento.
Fonte: Livecoins
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