Ex-líderes da Unick dão novo golpe que promete lucro de 8 vezes, diz jornal
Um novo golpe que promete altos retornos teria o envolvimento de ex-líderes da Unick, empresa investigada pela Polícia Federal por crime de pirâmide financeira. Segundo Jornal NH, de Novo Hamburgo-RS, pessoas envolvidas no esquema com uso de criptomoedas estariam visando pequenos investidores “desesperados por dinheiro”.
O esquema segue um roteiro conhecido entre os crimes de estelionato. Um grupo reúne potenciais vítimas em “grupos da prosperidade” e pedem depósitos em troca de rendimentos de pelo menos oito vezes.
Segundo fontes ouvidas pelo jornal, os criminosos estariam visando pequenas quantias, entre R$ 50 e R$ 100. Um dos grupos de maior alcance e que traria os ex-integrantes da Unick teria origem em Estância Velha, um município a 54 km de Porto Alegre. As vítimas, no entanto, estariam sendo visadas em diversas cidades do sul do país.
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Como o golpe funciona
O golpe envolveria um esquema de pirâmide conhecido como Manda da Prosperidade. Com o discurso de suposta rede de ajuda, os golpistas criariam grupos no WhatsApp nos quais pediriam aportes pequenos para participar. Para ganhar, cada pessoa deveria indicar outras duas.
A promessa envolve uma roda (ou roleta) que giraria com as indicações do grupo até o investimento inicial voltar multiplicado. Segundo apurado pelo jornal, a promessa é transformar um aporte de R$ 50 em R$ 400, por exemplo.
Uma das pessoas ouvidas pela reportagem diz que os golpistas exploram o desespero das pessoas em meio à crise do coronavírus. Ela diz que os criminosos estariam criando muitos grupos usando a mesma estratégia de outras pirâmides: contato familiar.
As pessoas estão procurando o que fazer, angustiadas, e se tornam presas fáceis. Foi assim com muitas que conheço. Uma pessoa conhecida me chamou pelo WhatsApp e disse que era bom negócio. Respondi que não queria, mas insistiu, dizendo que a mãe e parentes tinham ganho. Pensei que era familiar, entre amigos, e aceitei.
Caso Unick
A Unick é uma empresa acusada de operar um esquema de pirâmide financeira. Com a promessa de retorno de 100% em seis meses, os acusados teriam atraído 1 milhão de clientes. Autoridades estimam que o golpe chegou a movimentar R$ 9 bilhões em 14 países.
Os envolvidos foram alvo de uma operação da Polícia Federal em outubro de 2019. Durante a investigação, os agentes apreenderam R$ 200 milhões em contas da empresa e realizaram a prisão de nove pessoas.
No entanto, Danter Silva um dos ex-diretores da empresa solto por conta do coronavírus, teria sumido e estaria sendo procurado pela polícia.
Estima-se que a dívida da empresa gire em torno de R$ 12 bilhões de reais. Ainda não, entretanto, há previsão para as vítimas receberem os valores de volta.
Outras empresas acusadas de pirâmide também visam pequenos valores
Embora não partam de R$ 50, grandes esquemas de pirâmides também visam pequenos investidores. Além da própria Unick, que exigia aporte de, no mínimo, R$ 99, esse é o caso da Midas Trend.
Investigada por suposto crime financeiro, a empresa que diz ter um robô de arbitragem de criptomoedas teria feito milhares de vítimas de baixa renda na Bahia. A própria empresa estampa em uma página a foto de várias dessas pessoas.
Elas exibem cartazes mostrando quanto investiram. Os valores partem de menos de R$ 50 e mal chegam a ultrapassar os R$ 600.
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