Ex-Diretor do Banco Central Diz que Governo Precisa ser Cauteloso e Selic vai Reduzir Para 3,25%

José Julio Senna, ex-diretor do Banco Central, disse em entrevista que o país deve ser cauteloso neste momento e que a taxa Selic deve reduzir para 3,25% na próxima semana.

Diante dos números de mortos e infectados pelo coronavírus (Covid-19) e do efeito recessivo do vírus na economia brasileira, muito se discute sobre o corte da Selic que irá acontecer na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que está prevista para o dia 6 de maio.

Antes dos últimos acontecimentos na política e saúde do Brasil, a previsão é que a taxa básica de juros fosse reduzida de 3.75% para 3,50%. Porém, algumas instituições, como o Bradesco, previram uma queda da Selic para 2,25% em 2020.

Senna diz que o Banco Central deve continuar adotando uma postura mais cautelosa na condução da política monetária tradicional.

Toda cautela é necessária

O ex-diretor do Banco Central disse que o foco dos bancos centrais não pode estar nas ações sobre o juro básico, que é o instrumento clássico. Nesta situação inédita que estamos vivendo, o juro básico não pode ser a prioridade.

Isso não quer dizer que o Banco Central não tenha que se preocupar com isso, na prática, reduzir os juros de curto prazo vai beneficiar muitas pessoas, além de mostrar que o governo está cuidando das coisas.

Porém, focar somente no juros de curto prazo pode ajudar a criar uma crise própria, já que existe a possibilidade de medidas transitórias se tornarem permanentes.

Senna acredita que o Banco Central vai cortar os juros em 0,50 ponto percentual na Selic. Ele ainda aponta que, diante do aumento no risco fiscal, é necessário ser mais conservador.

Assim como EUA, Inglaterra e países da zona do euro, o Brasil está tomando as providências necessárias para tentar controlar a crise. Porém, ao contrário desses países, o espaço para a redução de juros no Brasil é menor, portanto a cautela precisa ser maior.

A crise é desinflacionária e é por isso que o BC vai reduzir a Selic, mas nossas condições fiscais são preocupantes.

Ao ser questionado se o governo está tomando as medidas necessárias Senna disse que não, as medidas não são suficientes, porém estão no caminho certo.

Redução da Selic, aumento do dólar

O mercado acredita que a nova redução possa fazer com que o dólar comercial dispare, como aconteceu no último dia 22 de abril, quando a moeda americana valorizou 2% e chegou a ser comercializada por R$ 5,40.

O iminente corte da Selic, que deve cair entre 0,50 à 0,75 de acordo com as previsões do mercado, vão diminuir ainda mais o ímpeto dos estrangeiros investirem em renda fixa no mercado brasileiro.

Apesar do Banco Central realizar vários leilões para conter a escalada da moeda americana nas últimas semanas, a falta de liquidez não é um problema, e sim a especulação do mercado. De acordo com especialistas, a tendência é que a escalada do dólar continue num curto espaço de tempo.

Com o corte da Selic na próxima semana a tendência é que o dólar continue buscando patamares mais altos, podendo bater recordes em poucos dias.

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