Ex-CEO da Mt. Gox quer criar o sistema blockchain mais rápido do mundo
O ex-CEO e fundador da falida exchange de bitcoin Mt. Gox, Mark Karpeles, revelou que abriu uma nova empresa no Japão para construir o mais rápido e seguro sistema operacional via blockchain.
“Muito mais rápido do que os usados atualmente”, disse Karpeles, que recentemente teve sua pena abrandada pela Justiça do japonesa.
De acordo com o jornal local The Mainichi, o empresário disse que seu novo projeto tem como objetivo recuperar a liderança do Japão. Segundo ele, esta foi perdida para empresas como Apple, Amazon e Facebook e que agora quer ajudar a tornar o país líder global no setor.
Ele disse:
“O Japão era uma superpotência em engenharia, em termos de PCs, mas agora são os EUA que dominam. No entanto, eu ainda acredito no potencial do Japão e gostaria de ajuda nisso”. “Meu amor pelo Japão não mudou”, acrescentou. Karpeles mora no país desde 2009.
Segundo a reportagem, Karpeles deu a notícia no Clube dos Correspondentes Estrangeiros do Japão (FCCJ), uma espécie de coworking em Tóquio com espaço para eventos e que reúne pessoas e imprensa.
Questionado sobre sua situação financeira, o empresário disse que não possui mais criptomoedas e que elas são ativos de alto risco. “Digamos que eu não estou rico hoje”, falou.
Redução de pena
Há três meses, Karpeles obteve uma redução de pena de 2 anos e meio no processo que corre na Justiça do Japão. Ele é acusado de peculato e manipulação de dados. No entanto, foi absolvido da posse ilegal de ativos da Mt. Gox.
Permanecendo, ainda, sob a acusação de manipulação de dados, com sentença prevista de 2 anos e meio, Karpeles recorre para ser inocentado. Ele foi preso em 2015 após o roubo à Mt. Gox e passou 11 meses na cadeia.
“Durante a abertura do meu julgamento em 2017, jurei a Deus que sou inocente de todas as acusações. Eu acredito que apelar para o julgamento é apropriado para que eu possa ser julgado novamente em plena consideração de todos os fatos”, disse o acusado.
Se livrou de 10 anos de prisão
Em dezembro do ano passado, a promotoria japonesa havia pedido 10 anos de prisão para o acusado por apropriação indevida de fundos de clientes.
Segundo os promotores, Karpeles teria transferido 341 milhões de ienes (cerca de R$ 12 milhões) da exchange para sua conta pessoal entre setembro e dezembro de 2013.
Após isso, ele supostamente construiu um saldo dentro da própria Mt. Gox — que já foi a maior bolsa de bitcoin do mundo.
Em períodos que antecederam o caso e seu pedido de falência (2014), a exchange chegou a administrar 80% das operações mundiais com a criptomoeda.
Mt. Gox perdeu 850 mil bitcoins
A Mt.Gox entrou oficialmente em processo de falência em abril de 2014 após alegar ter sido hackeada em 850.000 bitcoins, avaliados na época em quase meio bilhão de dólares. O caso entrou para a história dos maiores roubos no criptomercado.
Em julho de 2018, os credores tiveram uma vitória quando o Tribunal emitiu uma ordem aprovando uma petição para iniciar programa de recuperação.
Segundo o relatório, a Mt. Gox não seria capaz de devolver os bitcoins dos acionistas, pois primeiramente seriam ressarcidos os credores comuns.
O início da queda da Mt.Gox
Em fevereiro de 2014, a Mt.Gox fechou repentinamente todas as transações, causando pânico entre seus clientes em todo o mundo.
Em seguida, anunciou sua insolvência alegando ter perdido cerca de 850.000 bitcoins em um ataque hacker.
Em junho do ano passado, o tribunal de Tóquio emitiu uma ordem para iniciar um processo de reabilitação civil para a MtGox, suspendendo o processo de falência e criando um plano de ressarcimento.
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