EUA prendem brasileiro que aplicou golpe mundial com pirâmide de criptomoedas
Os Estados Unidos prenderam um brasileiro acusado comandar um golpe que provocou prejuízos da ordem de US$ 20 milhões (R$ 100 milhões) em diversos países. Gutemberg dos Santos, que usava nas palestras o jogador Cafu como garoto-propaganda, foi preso na capital do Panamá na terça-feira (18).
Além de Gutemberg, a Justiça dos EUA indiciou outras quatro pessoas acusadas de comandar o esquema chamado Airbit Club — uma pirâmide financeira que se alastrou por vários países, incluindo o Brasil, oferecendo promessas de lucro fácil com criptomoedas.
Conforme as acusações, o brasileiro coordenou uma fraude internacional e uma rede de lavagem de dinheiro por trás da fachada de uma suposta empresa de mineração e negociação de criptomoedas que lesou milhares de pessoas.
Ele foi detido no território panamenho por agentes da HSI (uma agência policial americana para assuntos de fronteira) e, no momento, aguarda a extradição para EUA para ser ouvido pela Justiça.
De acordo com o documento, os outros quatro acusados são: Pablo Renato Rodriguez, Scott Hughes, Cecilia Millan e Jackie Aguilar. Gutemberg, que tem cidadania americana, pode ser condenado até 30 anos de prisão.
“Os acusados inovaram um antigo esquema fraudulento prometendo retornos extraordinários sobre ilusórios investimentos em criptomoedas”, afirmou a procuradora Audrey Strauss no comunicado do governo americano.
Em 2017, Rodriguez e Gutemberg foram condenados pela Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC) a devolverem mais de US$ 1 milhão. Eles lesaram mais de 100 pessoas em um golpe chamado Vizinova.
Atualmente, Gutemberg aparecia nas redes sociais falando de educação financeira e em palestras motivacionais. Uma publicação no Instagram revela que no último dia 11 ele esteve em um evento no Panamá, onde foi preso.
Cafu e pirâmide financeira
Em 2018, o jogador Cafu apareceu em diversos eventos da Airbit Club, uma estratégia comum desse tipo de empresa em usar figuras famosas para provocar impressão de credibilidade.
No Brasil, Cafu é parte de uma ação civil coletiva contra uma outra pirâmide financeira chamada Arbcrypto. O negócio — divulgado pelo ex-jogador na internet — prometia rendimentos diários com Bitcoin de até 2,5%. A acusação foi feita pelo Instituto Brasileiro de Estudo e Defesa das Relações de Consumo de Goiás (IBEDEC).
Uma reportagem do The Intercept Brasil, de maio do ano passado, expôs mais o caso. A publicação mostrou quando o esquema foi introduzido em ambiente da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD).
Foi lá, inclusive, que o jovem Gabriel Fonseca Reis, suposto discípulo de Gutemberg, afirmou que ganhava mais de R$ 100 mil por mês por meio do marketing multinível com criptomoedas.
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