Ethereum: os motivos que fazem a nova máxima do ETH diferente de 2018

O ETH, criptomoeda nativa da rede Ethereum, caminha para atingir US$ 2.000 menos de um mês após superar a máxima histórica de 2018.

Há três anos, o ETH atingia seu pico pouco acima dos US$ 1.400 pouco antes de derreter de preço junto com a desvalorização do Bitcoin. Dessa vez, as duas moedas traçam caminhos distintos, mas os motivos não são exatamente os mesmos.

A história do Ethereum não passa pelo argumento da reserva de valor que atrai investidores institucionais ao Bitcoin. Em busca de proteção contra a inflação do dólar e dos instrumentos financeiros tradicionais, grandes investidores apostam no BTC como um refúgio para suas riquezas.

Esse é o caso, por exemplo, de Elon Musk. Ao mesmo que nega ser um investidor, o CEO da Tesla disse nesta sexta-feira (19) que “só um tolo” não compraria Bitcoin nesse momento.

Para ser claro, * não * sou um investidor, sou um engenheiro. Eu nem mesmo tenho ações negociadas publicamente além da Tesla. No entanto, quando a moeda fiduciária tem juros reais negativos, só um tolo não procuraria outro lugar [para alocar riqueza]. Bitcoin é quase tão ruim quanto dinheiro fiduciário. A palavra-chave é “quase”.

A fala faz sentido porque, de fato, o BTC é procurado mais por ser um possível substituto ou complemento do ouro. Por outro lado, isso não acontece com o ETH, que de fato se parece mais como dinheiro digital da nova geração.

É tudo sobre a ascensão do DeFi

Para Alexandre Vasarhelyi, da BLP Asset, o Ethereum “é um sistema operacional para aplicações descentralizadas”. O ETH, dessa forma, se beneficia por ser a moeda desse sistema – e, ao mesmo tempo, é o combustível que movimenta o que se chama de finanças descentralizadadas (DeFi).

Os projetos do setor DeFi pretendem eliminar os intermediários de operações financeiras comuns, como empréstimos rápidos. Para o analista Willy Woo, o DeFi fará com bancos o mesmo que a Internet fez com jornais impressos.

Cada vez que passo metade do meu dia de trabalho para entrar em um banco, ou faço três ligações e espero semanas para fazer as coisas, penso que bancos são como os jornais impressos. A Internet está chegando para comê-los vivos e eles realmente não fazem ideia disso ainda.

Investidores institucionais também compram ETH

eth

Apesar do motivo ser aparentemente diferente do Bitcoin, investidores institucionais também compram ETH. Não à toa a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo também compõe o segundo maior fundo da Grayscale.

Conhecida como um “buraco negro de criptomoedas”, a gestora comumente compra mais Bitcoin do que a capacidade de mineração. No entanto, a empresa também vem aumentando a fome por ETH. E o apetite da Grayscale significa, em tese, maior vontade entre seus investidores pela aquisição do ativo.

As compras da Grayscale teriam sido o principal motivo por trás da subida da criptomoeda em fevereiro. Além do balanço divulgado pela própria empresa, há sinais nos indicadores de mercado. Segundo o analista Ki Young Ju, da CryptoQuant, compras de alto volume de ETH na Coinbase apontam para possíveis negociações de mesas OTC, muito usadas por grandes investidores.

Houve três massivas consecutivas $ETH saídas de carteiras frias Coinbase no ano passado. Suposição especulativa, mas essas podem ser negociações OTC para investidores institucionais, assim como nos fluxos de saída e Bitcoin da Coinbase. Talvez seja bom definir um alerta para isso. (> 30k [ETH sacados da Coinbase])

Para Ju, essa é a prova de que a nova máxima do ETH é diferente de 2018. Ao contrário de três anos atrás, hoje há muito menos depósitos de ETH visando a venda, e muito mais saques para em todas as exchanges. Dessa maneira, a pressão de venda do ativo se torna significativamente mais fraca do que antes.

Ethereum contra seus substitutos: Polkadot e Binance Smart Chain

binance ceo

Ainda que seja a segunda criptomoeda mais valiosa do mundo, o Ethereum tem concorrentes que tentam ameaçar sua posição. Esse é o caso, por exemplo, da Polkadot, que oferece uma plataforma similar para criação de DApps. No entanto, sua tecnologia também se centra na integração entre diferentes exchanges. Ainda assim, o volume de transações da Polkadot ainda está longe da Ethereum.

Recentemente, no entanto, quem chamou a atenção foi a Binance Smart Chain (BSC). A rede da exchange Binance tem o objetivo de oferecer mais rapidez e cobrar menos taxas que a Ethereum. A proposta atraiu projetos como a PancakeSwap, uma exchange descentralizada que roda na BSC e que cresceu fortemente nos últimos dias. A beneficiária direta foi a Binance Coin (BNB) que disparou e já é a terceira mais valiosa do planeta.

Ainda assim, há quem veja que está longe o dia em que ETH e o ecossistema de tokens ligados à rede Ethereum ficarão para trás. Esse é o caso, por exemplo, do conselheiro de projetos DeFi @iamDCinvestor:

Conversa real: eu recomendo que você aceite a possibilidade de o espaço de criptomoedas na Ethereum e do ETH poderem ser rivais saudáveis e *não* terem substitutos aceitáveis para muitos casos de uso essenciais. Isso pode mudar, mas até que seja refutado por meio do uso real e sustentado, essa é minha hipótese.

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