Ethereum pode até subir 10.000% e superar o Bitcoin, mas e dai…? O futuro será descentralizado e multichain

“O fato é que Bitcoin e Ethereum não competem, eles se completam e se destinam a utilizações distintas”, destaca especialista

Assim que o The Merge foi ativado no Ethereum (ETH) as narrativas do flippening voltaram a surgir afimando que o ETH iria superar o Bitcoin como a principal criptomoeda do mercado. No entanto, para a Emília Campos é advogada, sócia do MCZ Advocacia, mesmo que isso ocorra, a importância de tal evento é zero.

“Quando o Bitcoin foi desenvolvido, o mundo da ciência da computação que buscava criar um “dinheiro digital” lidava com um grande dilema: evitar o gasto duplo do dinheiro, sem utilizar um intermediário de confiança. E esse foi o grande salto em inovação trazido pela criação do Bitcoin, a combinação de tecnologias que garantiu segurança para transações em redes distribuídas, evitando o gasto duplo”, disse.

Segundo ela, a proposta de Satoshi não envolvia, naquele momento, a criação de smart contracts e toda a economia de tokens, DeFi, NFTs, entre outros que surgiram depois do BTC e inspirados em todo o conceito inicial criado e implementado por Satoshi.

“Também no Whitepaper do Bitcoin fica claro o objetivo da sua criação, ser uma versão de dinheiro eletrônico ponto-a-ponto e permitir que pagamentos online sejam enviados diretamente de uma pessoa para outra sem a necessidade de passar por uma instituição financeira, isso de forma irreversível, o que significa que, descentralização e segurança são características imprescindíveis desse projeto”, revela.

Ainda segundo Campos, o Ethereum surge em outro momento do mercado de criptoativos, já partindo da revolução que foi o Bitcoin e de projetos de outras criptomoeda que surgiram depois buscando implementar outras soluções tendo blockchain e descentralização como base.

“Com isso, é válido dizer que não existe uma “competição” entre os dois ativos virtuais, cujas propostas e objetivos são diferentes e, por isso, podem adotar métodos de consenso diferenciados, de acordo com o nível de descentralização e segurança necessários aos seus objetivos”, afirma.

Ainda segundo ela, Bitcoin e Ethereum não são concorrentes e, portanto, tanto faz quem está em primeiro e quem está em segundo, o que importa de verdade são as soluções que eles provem e como elas estão ajudando a transformar o mundo.

“O fato é que Bitcoin e Ethereum não competem, eles se completam e se destinam a utilizações distintas e, juntos,  deram início ao ecossistema cripto que fornece cada vez mais opções aos usuários. Essa é a palavra-chave, OPÇÃO, direito de escolha, é disso que se trata, alternativas, onde uma criptomoeda não precisa excluir a outra, cada uma tem seu próprio espaço e público”, afirma.

O futuro será descentralizado e multichain

Assim como Emilia Campos, Mel Gelderman, CEO da token.com, aponta que o importante não é o flippening mas como as plataformas estão construíndo um futuro para si e para a sociedade. Segundo ele, o futuro será descentralizado e mutichain, com várias blockchains comunicado e trocando valor entre si.

“É míope supor que essas redes só podem competir umas com as outras: um Ethereum mais robusto integrará mais usuários, o que significa que haverá mais pessoas explorando outros ecossistemas. À medida que as soluções de cadeia cruzada evoluem, esse argumento deve se tornar mais aparente”, afirma.

Portanto, segundo ele, é provável que outras plataformas em blockchain sejam desenvolvidas e mostrarem seus pontos fortes para atender a diferentes casos de uso. Para ele, o Ethereum pode se tornar predominantemente uma rede para finanças descentralizadas, mas um de seus concorrentes pode se encontrar ganhando terreno no nicho de jogos (ou “GameFi”).

Esta tese contribuiu para nossa estratégia para o token.com quando selecionamos uma coleção dos Rivais Mais Promissores do Ethereum, incluindo nomes como NEAR, Solana, Cosmos e Avalanche – não porque não acreditamos no Ethereum, mas porque acreditamos em uma rede multi-cadeia mundo. Acreditamos na tese multi-chain – a ideia de que várias blockchains prosperarão e se interconectarão em um futuro distante – há algum tempo”, finaliza.

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