ETH.Rio: “Não deixem suas criptomoedas nas exchanges”, diz advogada
Bitcoin, ecossistemas cripto, questões legais, exchanges, games e metaverso estão entre os destaques do último dia de palestras da Eth.Rio 2022.
Emília Malgueiro, adovogada especializada em criptoativos e autora do livro “Criptomoedas e bockchain – o dinheiro no mundo digital”, fez um alerta no único dia de palestras aberto ao público:
“Exchange não é carteira. O usuário tem que fazer as operações que precisa e logo retirar os seus ativos da Exchange, manter sempre na sua custódia e usar a exchange para aquilo que ela foi feita, fazer as operações e só”.
Ela continua:
“Eu não aconselho a manter nem nas grandes, principalmente na Binance que apesar de ser muito grande, ela é uma corretora que atua sempre de forma muito agressiva em relação à regulamentação dos países. A Binance já sofreu até um stop order no Brasil, então eu acho que mesmo em se tratando de corretoras grandes, tem que usar para aquilo que ela foi feita: operações, terminou a operação coloque suas criptos na sua carteira e seja o seu próprio banco”.
É sempre bom lembrar que apesar da opinião da advogada, não é simples e muito menos fácil gerir uma carteira cripto, principalmente para quem é leigo e está começando neste universo. A importância de encontrar empresas que sejam custodiantes e exchanges competentes que tem garantias é fundamental em qualquer mercado, seja ele fiduciário ou sintético.
Com o lema “Nem tudo que dá errado no mercado cripto é pirâmide”, Malgueiro dá dicas de como as pessoas podem minimizar os riscos para não caírem em golpes com criptoativos.
“A pirâmide financeira, tem algumas características que são, às vezes bem significativas, por exemplo, altos investimentos, investimentos fixos, é um mercado que não trabalha com investimento fixo, então, se um determinado empreendimento está oferecendo, rentabilidade muito alta e fixa tem que tomar cuidado”.
Tem também os casos de má gestão. Então, é preciso ter muita atenção com os termos de uso do projeto, ler com calma, se ficar com dúvida pergunta, finaliza.
90% do público que esteve no último dia da Etherem.Rio tem Bitcoin
Durante o painel sobre Blockchain e Bitcoin, a Coutry Lead da Celo, Mila Rioja, perguntou para o auditório quem tinha Bitcoin e, para sua surpresa, mais de 90% do público presente no auditório levantou a mão.
“Sendo bem honesta: fui pega de surpresa quando quase todo mundo levantou a mão sobre ter Bitcoin e as razões para ter a criptomoeda mais valiosa do mundo estão relacionadas à construção de uma comunidade que opta pelas formas de transacionar entre si, da definição dos valores e que prezam por princípios como a transparência, imutabilidade, inclusão, e tudo isso de uma forma muito interessante.”
Mila continua: O open day ele tem uma configuração bastante diferente dos dias fechados porque atrai a população local, que vem com os seus anseios. A recepção depois da palestra foi de bastante interesse, inclusive por essas questões de que ultrapassam o investimento em criptomoeda.
“Isso mostra um sinal muito interessante de maturidade, maturação dessa tecnologia, em que a população enxerga não só essa questão do investimento, mas também o que a gente pode usar da infraestrutura blockchain para mudar realmente o mundo. “ finaliza a Country lead da Celo.
Brasil ocupa o 5º lugar entre os países que dedicam tempo aos games
Jeff Beltrão, fundador da Play4Change e gamer desde que se conhece por gente, falou durante o último dia de palestras na Ethereum.Rio sobre como os jogos podem ajudar na inclusão social.
Com um faturamento de US$ 2,3 bilhões em 2021 os games são a maior indústria de entretenimento atualmente. Segundo Beltrão esse mercado já ultrapassou o do cinema e da música. Ele explicou que os games jogue-e-ganhe (P2E) tem tido um papel fundamental para “inclusão aos locais onde o acesso e recursos são limitados e a descentralização facilita tudo ”
“Se a gente quiser continuar, precisamos prosperar, progredir e fazer aportes. A gente precisa investir de alguma forma. Com a chegada da blockchain, a descentralização econômica tem a possibilidade criar ecossistemas inteligentes. O play to earn – em que os jogadores têm a oportunidade de participar ativamente da economia do jogo, inclusive da construção e com todas as engrenagens que constroem o game para criar um ecossistema econômico saudável e sustentável, tem ajudado muitas pessoas que não teriam acesso – a ganharem efetivamente dinheiro a partir dos jogos”.
Jeff lembra que os jogadores têm total domínio com os tokens não fungíveis (NFTs) que representam desde personagens a terrenos e vestuários dentro de um jogo e contou que “uma das motivações de Vitalik Buterin para construção do Ethereum foi um game centralizado que ele jogava e seus personagens foram prejudicados pelo desenvolvedor”.
O fato é que os jogos já se tornaram uma forma de gerar receita de maneira descentralizada. É a economia dos games e com impacto socioeconômico. Para Beltrão, “uma ferramenta de inclusão social, de transformação financeira com a blockchain, já que o Estado não gera essas oportunidades e não disponibiliza um sistema tradicional.”
“A Play4Chang utiliza esses jogos para engajar jovens de comunidades e causar impacto social na vida das pessoas. A partir disso é possível produzir uma receita complementar. Os jovens têm NFTs que a gente disponibiliza e conseguem gerar uma remuneração para sí com o jogo. Daí em diante é alimentar, é educar, é ensinar”, finaliza.
Hackathon Ethereum procura talentos e soluções
No Hackathon, que acontece entre os dias 18 a 20 de março, a Ethereum.Rio está procurando por interessados nas áreas de computação, UX/UI, economia e marketing que queiram participar com projetos Web3/blockchain e causar impacto social positivo.
O Hackathon conta com o apoio da Prefeitura do Rio de Janeiro e vai combinar hackers/construtores da Web3 com projetos da comunidade carioca local para construir infra-estruturas descentralizadas e transparentes relacionadas a “soluções NFT para apoio a obras públicas”, “tokens sociais/municipais em cadeia” e “DAOs comunitários/municipais”.
O hackathon disponibilizou 50% das vagas para estudantes e bolsistas, que não puderam arcar com os custos de inscrição.
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