Estamos no auge da bolha do Bitcoin?

Como estamos em relação a dezembro de 2017?

Muita gente e sites costumam comparar a cotação atual das moedas ao topo histórico (all time high). Porém, essa medida pode conter distorções.

Por exemplo: quando atingimos o pico no Bitcoin de US$ 19.800 no final de 2017, havia 16,75 milhões de moedas em circulação, ante os 17,8 milhões atuais.

Só este efeito já causaria uma alta de 6,3% no valor de mercado total. Podemos também mencionar a quantidade de caixas eletrônicos de criptomoedas espalhadas pelo mundo, um número que saltou de 2.000 para atuais 5.000. 

Ainda está havendo fluxo de compra?

Existem diversas formas de medir isto, mas acredito que a mais confiável seja o ágio, ou seja, quanto mais caro o Bitcoin está em países como Brasil e Coréia do Sul, em relação aos EUA.

Em momentos de grande entrada de dinheiro é normal este ágio ultrapassar 4% por alguns dias.

Abaixo temos o gráfico da Coreia do Sul. Note que entre 26 de junho e 02 de julho passamos por este período de pico, mas não há nenhum sinal disso neste momento.

Pode ser uma troca de altcoins por Bitcoin?

Uma forma simples de verificar isto é olhar o gráfico de dominância do Bitcoin, que mede a “fatia de mercado” da moeda dentre o total em criptos.

Este número varia um pouco entre cada site, pois alguns levam em conta 200 — 400 criptos como “total” enquanto outros contabilizam mais de 2.000 projetos.

Fato é que o Bitcoin vem consistentemente roubando espaço das altcoins, explicando boa parte da alta recente, conforme gráfico abaixo.

Como anda o fluxo nas exchanges?

Infelizmente não há como medir depósitos de dólares e reais nas exchanges, mas podemos medir o fluxo de BTCs.

Por exemplo: nos últimos sete dias a Bitstamp teve entrada de US$ 200 milhões e saída de US$ 577 milhões. É razoável assumir que houve um forte ingresso de dólares e euros para bancar esta compra líquida de US$ 377 milhões em Bitcoin.

Na Bitfinex, esta diferença ficou em US$ 114 milhões. Vale lembrar que esse fluxo possui um efeito multiplicador no mercado.

Um ingresso de US$ 500 milhões causa uma alta de US$ 10 bilhões a US$ 30 bilhões na capitalização total. Abaixo vemos os dados das principais exchanges estrangeiras.

Esse fluxo vai continuar? Vale a pena entrar agora?

Se houvesse uma maneira simples de prever isto, todos já estaríamos milionários.

O que conseguimos provar neste estudo é que parte da alta foi explicada pela venda de altcoins para comprar Bitcoins, mas ao mesmo tempo houve um forte ingresso de dinheiro novo.

Dito isto, não há nenhuma indicação de que a alta tenha sido manipulada ou de que estamos no auge de uma bolha.

A recomendação segue a mesma: comprar um pouco de Bitcoin toda semana de olho no halvening — redução na taxa de emissão — em meados de 2020.

Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptos, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.

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