Empresários terão de rever conceitos para se adequar à economia digital, diz especialista
Economia Digital está “tomando forma” e mudando padrões, estruturas, formas de relacionamento e de oferta e consumo de produtos e bens.
O COO da empresa de cloud computing Dedalus, Ricardo Bueno, escreveu um artigo para o blog do jornalista Fausto Macedo, do jornal O Estado de S. Paulo, em que fala dos desafios da economia digital para enfrentar a previsão de que 60% de toda a riqueza global estará digitalizada até 2022.
Segundo Bueno, a Economia Digital está “tomando forma” e mudando padrões, estruturas, formas de relacionamento e de oferta e consumo de produtos e bens. Ele diz que o termo Economia Global “engloba as transações realizadas em infraestruturas digitais ou usando tecnologias globais”, como resultado de “trilhões de conexões diárias entre pessoas, empresas, dispositivos, dados e processos”, baseando-se na hiperconectividade.
O especialista lembra que 50% da população ainda não participa da transformação digital e não tem acesso à Internet, um dos maiores desafios para a digitalização da economia global. Segundo ele, a “quarta revolução industrial” ainda mal começou.
Outro grande desafio será a sustentabilidade. Com o mundo sofrendo com mudanças climáticas, catástrofes sociais e a pressão social pode medidas eficazes de governos, a digitalização precisa encontrar seu espaço. Ele escreve:
“Se partirmos, por exemplo, para uma abordagem ambiental sobre o tema, não podemos deixar de destacar o aumento exponencial no consumo de energia provocado pela digitalização da economia. Estima-se que a mineração de Bitcoins sozinha, apenas uma das várias implementações da tecnologia de Blockchain, seja responsável pelo consumo de 0,3% de toda eletricidade produzida no mundo. E isto é só “a ponta do iceberg”. Não bastasse o fato de que a energia consumida pela infraestrutura que suporta a Economia Digital já representar um gasto energético equivalente ao quarto maior país do mundo, a tendência de crescimento não parece arrefecer. “
Ele diz que o crescimento da Economia Digital exige que a comunidade empresarial “revisite conceitos”, devendo compreender que “aqueles métodos que funcionaram por décadas precisam ser revistos, muitas vezes simplesmente descartados”. E completa:
“A forma como lidamos com o volume monumental de dados gerados nos últimos anos é apenas um exemplo de como ainda estamos engatinhando nas estratégias em como lidar com os desafios advindos de uma Economia Digital. Mesmo com todo o avanço tecnológico, não somos capazes nem mesmo de garantir a fidelidade e a qualidade dos dados gerados, quanto mais extrair todo seu real valor.”
Ele conclui dizendo que os setores de Tecnologia da Informação devem apoiar o mercado criando soluções inovadoras e garantindo sua manutenção e execução, “colocando à prova a engenhosidade humana”, que segundo ele deve superar novamente as expectativas.