“Era de ouro da dark web acabou”, dizem Europol e FBI após prisão de 179 pessoas

Uma força-tarefa formada pela Europol, FBI e polícias de vários países prendeu 179 pessoas na Europa e EUA suspeitas de negociações ilícitas na deep web. O resultado da operação, batizada de ‘DisrupTor’ e que durou nove meses, foi divulgado simultaneamente pelas duas autoridades na quarta-feira (22).

Segundo a Europol, durante a operação coordenada foram apreendidos dinheiro, criptomoedas, armas e drogas que totalizaram cerca de US$ 6,5 milhões.

De acordo com a agência, as prisões foram realizadas nos Estados Unidos (121), Alemanha (42), Países Baixos (8), Reino Unido (4), Áustria (3) e Suécia (1).

Conforme descreveu, os acusados negociaram milhares de produtos ilícitos como metanfetamina, heroína, cocaína, ecstasy. Os sites usados para as atividades ilegais foram AlphaBay, Dream, WallStreet, Nightmare, Empire, White House, DeepSea, Dark Market, entre outros.

“O cumprimento da lei é mais eficaz quando se trabalha em conjunto, e o anúncio de hoje envia uma mensagem forte aos criminosos que vendem ou compram produtos ilícitos na dark web”, escreveu a Europol.

Para a agência, a internet oculta não está mais oculta e sua atividade anônima não é anônima. “A aplicação da lei está empenhada em rastrear criminosos, não importa onde operem — seja nas ruas ou atrás de uma tela de computador”, acrescentou.

Fim da linha, diz Europol

“A era de ouro do mercado dark web acabou”, disse Europol. “Operações como essas destacam a capacidade de se contrariar a criptografia e o anonimato dos mercados da dark web

“A polícia não apenas destrói esses mercados ilegais — ela também persegue os criminosos que compram e vendem produtos ilegais por meio desses sites.

Venda de drogas por bitcoin

Para o Departamento de Justiça dos EUA (DoJ), a o operação DisrupTor se baseia no sucesso da Operação SaboTor, ação que no mesmo sentido realizou 61 detenções do ano passado, e na derrubada do Wall Street Market, um dos maiores mercados ilegais na deep web.

O termo ‘tor’, usado no nome das operações se refere ao navegador Tor, comumente usado para acesso na deep web, uma rede inacessível por meio da internet comum.

Em um dos casos, por exemplo, o texano Aaron Brewer, 39, foi acusado de vender cocaína, heroína e outras drogas pela deep web e supostamente ter recebido pagamento em criptomoedas, principalmente bitcoin.

“Depois ele despachava os medicamentos para os endereços dos clientes por meio do correio dos Estados Unidos e outros serviços de entrega”, descreveu o DoJ.

Segundo a agência americana, com essas ações passadas foram o serviço de inteligência se aprimorou na identificação de traficantes de drogas na deep web.

De acordo com o procurador-geral Jeffrey Rosen, os criminosos devem prestar atenção à Operação DisrupTor,  que mostrou que não haverá porto seguro para o tráfico de drogas no ciberespaço.

Christopher Wray, diretor do FBI, disse que a polícia federal dos EUA quer assegurar ao público americano e ao mundo que está comprometida em identificar traficantes de drogas na deep web e levá-los à Justiça.

“O FBI vai continuar usando todas as técnicas e ferramentas investigativas para identificar e processar os traficantes onde quer que estejam”, afirmou.

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