Entrevista exclusiva com Valdiney Pimenta, CEO da bitPreço
Valdiney Pimenta conversou com a BeInCrypto Br sobre diversos temas ligados ao universo das criptomoedas. Valdiney é fundador e CEO da bitPreço, um marketplace de transações de Bitcoin e outras criptomoedas. Confira a entrevista na sequência.
Valdiney Pimenta é CEO da bitPreço, um Marketplace que oferece a possibilidade de negociar criptomoedas de diversas exchanges num único lugar.
Durante a conversa, ele comentou diversos temas relacionados ao universo do Bitcoin, como o halving, política regulatória e competição com outros países.
Acompanhe!
O que é um marketplace de criptomoedas?
A ideia nasceu no ultimo Bull Run, quando nasceram 50 ou 60 exchanges.
Naquele momento, era difícil para o usuário e para as Exchanges.
Devido ao número de opções haviam diversas ordens de venda que ninguém comprava.
Isso se tornou um problema para grande, já que haviam muitas empresas, taxas diferentes, etc.
Assim, nasceu a bitPreço, onde o usuário conecta e deposita em um só lugar. Os nossos robôs é que buscam o melhor preço. O usuário faz apenas um cadastro e um depósito.
Mais recentemente, começamos a comercializar Ether e Theter.
Você acredita no BTC como um safe haven?
Sou a favor da diversificação. Por isso, o investidor deve analisar o momento. No começo da crise, eles observaram que o mercado de ações não era o melhor lugar.
Agora, o BTC vai desempenhar um papel interessante, já que não tem inflação.
Ninguém “imprime” BTC e essa é uma característica essencial sua. O BTC é um ativo para diversificação de investimentos.
Porém, não é safe haven, tem riscos como todo investimento.
Qual o reflexo do aumento da liquidez na economia para o BTC?
Imprimir dinheiro faz todo mundo pagar proporcionalmente pelo estrago para tentar solucionar o problema.
Dessa vez, é minimamente coerente devido ao momento.
Existem casos mais absurdos, como a crise de 2008. A questão é conectada à primeira pergunta, devido à emissão. Assim, o poder de compra diminui com a impressão.
Por fim, o cenário antagônico gera valorização do BTC
Qual a sua expectativa para o Halving do Bitcoin?
Esse halving está mais pré-precificado. As pessoas já estão subindo o valor do BTC antes do halving acontecer.
Porém, nunca aconteceu uma crise como essa. Halving singular.
Qual a sua opinião a respeito do PIX, o sistema de pagamentos instantâneos que será lançado pelo BACEN?
O sistema PIX é uma inovação interessante, pois o ecossistema não é eficiente. Assim, ele é bem-vindo, pois vai facilitar os processos.
Contudo, tenho várias ressalvas: o PIX é mostrado como “grande salvador”, mas não acredito que vai ser dessa forma.
As transferências serão somente entre pessoas físicas. Contudo, já existem apps que fazem isso. Na teoria, não pode usar o PIX para transferir para a BitPreço, pois ela é uma PJ.
No cronograma oficial, o PIX sai apenas em 2021.
Outro ponto é o custo. O TED é de custo baixo para os bancos. No entanto, eles cobram 15 reais dos clientes. Desse modo, é difícil saber como o preço ficará. Os bancos não têm interesse.
Se tiver margem de preço legal, abaixo dos 5 reais, vai funcionar. Utilizar celular e QR code aproxima das criptos.
O setor de tecnologia parece estar concentrado na China e nos EUA. Como você acredita que o Brasil e os demais países sul americanos devem encarar essa questão? Devemos ser players ou parceiros?
Sou investidor anjo de longa carreira.
Trabalhei com investimento de microchips. Aprendi, depois de muito tempo, o seguinte: por mais que a empresa possua o “dream team”, não adianta, caso o ambiente econômico não seja favorável. Você nada contra a correnteza. Nos EUA, poderia ser criado, mas no Brasil saía mais caro e ficava preso na alfândega. Claro, isso depende da área de atuação. Na dos sdemicondutores, é terrível.
Nas outras áreas, precisa apenas de internet, uma equipe e boas ideias. O Brasil consegue quase bater de frente.
Como você vê a regulamentação do blockchain e das criptomoedas?
Sou a favor da regulamentação.
As Exchanges pisam em ovos pois não há clareza. É ruim para quem quer fazer as coisas da maneira correta. Assim, uma regulamentação bem feita só tem a a-crescentar.
Porém, no Brasil é difícil que façam bem feito. O melhor é quando se inspiram nos outros países. Geralmente, as iniciativas de regulamentação brasileiras são superficiais, preconceituosas e de criminalização.
Como aumentar a adoção do Bitcoin no Brasil?
A maior barreira é consertar o estrago que foi feito com a onda de fraudes e golpes. Tudo isso causou um estrago na imagem e atrapalha quem quer trabalhar sério.
Assim, é triste para quem ama e gosta da área. Perder credibilidade é fácil, mas ganhar é difícil.
Temos um longo caminho para recuperar a imagem. Depois, vem o costume e o uso.
Dê uma dica para os investidores iniciantes!
Compre R$ 1.000 reais em BTC, coloca e vê como funciona.
Não vai de cabeça. Começa aos poucos, pois tem a curva de aprendizado.
Porém, tem que ser significativo, para você acompanhar, começar a entender o mercado.
Mensagem final aos leitores
Esse é um bom momento para conhecer o Bitcoin. Me arrependo de não ter entrado em 2014.
Na época, pensei: “que idiotice! Qual o lastro disso?”
Esse foi um dos meus maiores arrependimentos profissionais que eu já tive.
No último bull run, acompanhei e comecei a entender e a aprender. Hoje, sou apaixonado pelo assunto.
Coloca “mil”, faz o teste. Dá pra entender o receio! Quando a gente encontra algo novo, parece muito estranho. Porém, geralmente somos nós que somos ignorantes no assunto.
Essa pode ser uma das últimas chances de entrar nesse mercado!
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