Energia gasta por dispositivos ociosos nos EUA pode alimentar a rede Bitcoin por 4 anos
Pesquisadores acadêmicos da Universidade de Cambridge lançaram um índice que rastreia em tempo real o consumo total de eletricidade da rede Bitcoin.
Pesquisadores acadêmicos da Universidade de Cambridge (UoC) lançaram um índice que rastreia em tempo real o consumo total de eletricidade da rede Bitcoin.
A notícia foi revelada em um anúncio postado pelo instituto de pesquisa acadêmica interdisciplinar da universidade, o Centro de Cambridge para Finanças Alternativas (CCAF), em 2 de julho.
O já ativo índice – chamado Índice de Consumo de Eletricidade Bitcoin de Cambridge, ou CBECI – fornece uma estimativa do consumo anual de energia total da rede Bitcoin, atualizada a cada trinta segundos. Os pesquisadores também fornecem uma ferramenta que compara os níveis de consumo do BTC com outro caso de uso de eletricidade, juntamente com uma série de parâmetros para contextualizar os dados disponíveis.
No momento desta publicação, o CBECI fornece uma leitura estimada de 7,15 gigawatts (GW), com uma média anualizada de 53,01 terawatt-hora (Twh). As leituras dos limites inferior e superior são fornecidas em paralelo com a estimativa principal – 2,68 GW (21,46 TWh) e 21,71 (146,45 TWh), respectivamente.
Como os comentaristas de cripto no Twitter já perceberam, o CBECI indica que a eletricidade desperdiçada a cada ano pelos dispositivos domésticos sempre ativados, mas inativos, nos EUA, aparentemente poderia alimentar a rede Bitcoin por 4 anos.
Por outro lado, a quantidade de energia consumida pela rede Bitcoin em um ano poderia alimentar todas as chaleiras usadas para ferver água no Reino Unido por 11 anos e por um ano e meio na Europa (incluindo o Reino Unido).
O Bitcoin é responsável por cerca de 0,24% (20863 TWh) do consumo total de eletricidade em todo o mundo anualmente, segundo o CBECI. Um gráfico comparando a rede com o consumo total de energia dos estados-nação classifica globalmente o Bitcoin como o 43º “país”, consumindo mais energia do que um grande número de estados, incluindo Romênia, Dinamarca, Israel, Cingapura e Uzbequistão.
O CCAF observa que construiu o índice em uma tentativa de fornecer dados objetivos e neutros que podem ser usados por formuladores de políticas, reguladores, pesquisadores e outros, além de contribuir para o debate sobre a sustentabilidade e o impacto ambiental da mineração de Bitcoin.
Até agora existiam poucas estimativas confiáveis do uso de energia da moeda, afirma o CCAF, já que a maioria fornece apenas um instantâneo único, motivando a necessidade de uma análise mais abrangente da pegada de carbono da indústria de cripto. Uma segunda fase do desenvolvimento do índice e do site incluirá um mapa geográfico interativo das instalações de mineração ao redor do mundo.
Conforme relatado, os defensores da energia limpa reagiram contra a noção de que o alto uso de energia é um calcanhar de Aquiles para o Bitcoin, argumentando que o debate precisa mudar do consumo de eletricidade pela mineração para onde essa energia é produzida e como é gerada.
No início deste mês, a empresa CoinShares publicou um estudo indicando que cerca de 74,1% da mineração BTC é alimentada por fontes de energia renováveis.