Golpe sem fim: Ministério Público investiga empresas no Tocantins que ainda estariam trabalhando para Unick Forex
As empresas, nomeadas “U.F.” e “S.A.C.” usavam de diversos artifícios e de campanhas de marketing multinível para atrair clientes com a promessa de rentabilidade garantida por meio de supostas operações envolvendo Forex e Bitcoin
O Ministério Público Federal está investigando duas empresas no Tocantins que ainda estariam operando um suposto golpe com Bitcoin e criptomoedas que estaria ligado a Unick Forex e seus líderes.
Segundo um documento compartilhado com o Cointelegraph, as empresas, nomeadas “U.F.” e “S.A.C.” usavam de diversos artifícios e de campanhas de marketing multinível para atrair clientes com a promessa de rentabilidade garantida por meio de supostas operações envolvendo Forex e Bitcoin.
As empresas teriam sido abertas na cidade de Gurupi/TO, com a intenção de captar clientes investidores para investir na plataforma que, na verdade, era apenas uma ‘fachada’ para a Unick Forex, empresa de Novo Hamburgo/RS, que é alvo de investigação da Polícia Federal chamada Operação Lamanai.
A Unick teria lesado investidores em mais de R$ 28 bilhões e é acusada de pirâmide financeira, evasão de divisas, lavagem de dinheiro entre outros crimes.
No entanto, assim como a Unick a empresa teria parado de pagar seus clientes e o caso chegou até o MPF que traçou a ligação da empresa de Tocantins com a Unick Forex
“partindo da premissa que a pessoa jurídica investigada encontra-se equiparada à instituição financeira, visto que supostamente realiza, entre outras atividades, a gestão e intermediação de investimentos de recursos de terceiros, ainda que eventualmente, a conduta de não repassar aos investidores os lucros obtidos pode caracterizar, a princípio, o delito a que se refere o art. 5º do citado diploma legal”, destaca a ação no MPF.
Devido as crimes e a ligação com a Unick o MPF abriu um inquérito para investigar as atividades da empresa assim como de seus organizadores.
“Não homologação do declínio de atribuições e devolução dos autos ao ofício originário para prosseguimento nas investigações, facultando-se ao Procurador da República oficiante, se for o caso, que, com fundamento em sua independência funcional, requeira a designação de outro membro para tanto, nos termos do Enunciado n° 03 do Conselho Institucional do Ministério Público Federal”, finaliza
Unick Forex
A Unick Forex é bastante conhecida na comunidade de criptomoedas e já ocupou lugar de destaque nos noticiários – em especial os policiais. Acusada de ser um dos maiores golpes de criptomoedas do Brasil, a empresa teria movimentado cerca de R$ 28 bilhões de recursos aportados por clientes de todo o país e também do exterior.
Prometendo retornos financeiros de até 4% ao dia, a empresa afirmava realizar atividades de trade de Bitcoin no mercado Forex, em corretoras internacionais. Contudo, a Unick Forex nunca teve autorização ou dispensa da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para atuar no país e, portanto, suas atividades eram ilegais.
Segundo investigações da Polícia Federal, o suposto golpe da Unick Forex teria sido planejado desde 2016 e o CNPJ registrado em 2013 seria apenas de ‘fachada’ com a finalidade de trazer credibilidade para a empresa buscando mostrar que ela já estaria ‘há anos’ no mercado.
Apontado como presidente da Unick Forex, Leidimar Lopes também já teria aplicado outros supostos golpes no mercado, como a Phoner, que inclusive chegou a usar o mesmo CNPJ associado a Unick Forex.
Em outubro de 2019 a Polícia Federal realizou a Operação Lamanai que prendeu 13 pessoas da Unick Forex, todos acusados de crimes contra a economia popular (pirâmide financeira), lavagem de dinheiro, fraude, entre outros. Entretanto, bancos estavam ‘na cola’ da Unick Forex desde 2017 e informaram transações suspeitas ao Banco Central
A operação revelou o poder que a Unick Forex teve no Brasil e também as tramas e estratégias da empresa que teria contratado hackers para derrubar sites que falavam mal da empresa. E também seguranças para intimidar líderes que cobravam a empresa.
O Cointelegraph tem uma série especial de reportagens sobre a Unick Forex que pode ser acessada no link.
LEIA MAIS