Empresas de criptomoedas investem US$ 2,4 bilhões em publicidade no esporte e se juntam a grandes patrocinadores
Mundo dos esportes viu agressividade das exchanges de criptomoedas se traduzir em acordos publicitários bilionários nos últimos 18 meses.
Poucos segundos à frente da TV ou outro veículo de comunicação já são suficientes para elas aparecerem, de algum jeito entre uma curva e outra de uma pista de corrida, um passe e outro de uma partida de futebol, uma enterrada e outra em um jogo de basquete e outras diversas modalidades esportivas. Trata-se das peças publicitárias de cervejarias, montadoras e provedores de serviços de comunicação, que encabeçam a lista dos bilionários contratos publicitários que aparecem estampados em camisas dos times e são arroz de festa em vinhetas exibidas durante as transmissões e durante os intervalos, entre outras formas de divulgação.
Nos últimos 18 meses, outro grupo de empresas conquistou espaço entre as corporações já familiares do público esportivo, no caso empresas do mercado de criptomoedas, que, neste período, desembolsaram a bagatela de US$ 2,4 bilhões em marketing esportivo, de acordo com dados compilados pela Bloomberg, veiculados na última sexta-feira (5).
A maior exchange global de criptomoedas, a Binance, sediada nas Ilhas Cayman, assinou no último mês de junho um contrato com o ídolo da Seleção Portuguesa de Futebol e do Manchester United Cristiano Ronaldo, o CR7, com objetivo de levar os fãs do esporte à web3 através de experiências exclusivas proporcionadas por meio de coleções de tokens não fungíveis (NFTs). Patrocinadora e emissora de fan tokens da Lazio, da Itália, e do Porto, de Portugal, a Binance também patrocinou a Copa Africana de Nações, torneio que aconteceu no início do ano em Camarões.
Maior exchange de criptomoedas dos Estados Unidos, a Coinbase se tornou parceira de criptomoedas exclusiva da National Basketball Association (NBA), da Women’s National Basketball Association (NBA G League), da NBA 2K League e USA Basketball, como parte de um contrato de longo prazo. Em dezembro, a exchange também fechou um acordo publicitário com o astro do basquete Kevin Durant.
A exchange FTX, com sede nas Bahamas, tornou-se patrocinadora oficial da prrincipal liga do beisebol dos Estados Unidos, o Major League Baseball, em junho do ano passado. A FTX também adquiriu franquias que vão desde o Miami Heat (da NBA) até a equipe de e-sports TSM, dos Estados Unidos.
Embora não seja possível afirmar se os investimentos publicitários massivos das exchanges vão continuar no longo prazo, eles continuam acontecendo segundo o levantamento. O que é possível afirmar diz respeito ao apelo das exchanges pelas roupas esportivas, no caso das equipes, uma vez que, neste caso, os contratos são aditivos, que representam as marcas das exchanges de criptomoedas coexistindo, por exemplo, com empresas como a Nike, a Budweiser, a Volkswagen e a Capital One, uma vez que estas marcas não competem entre si.
O diretor-gerente global da empresa de pesquisa e consultoria IEG, Peter Laatz, qualificou como “avalanche de dólares que está caindo do céu” os investimentos em publicidade feitos nos últimos meses pelas exchanges. Um exemplo foi a primeira edição do Grande Prêmio de Miami de Fórmula 1, o “Formula One Crypto.com Miami Grand Prix”, que aconteceu em maio do ano passado com o patrocínio da exchange de criptomoedas.
Na ocasião, além da enxurrada de peças publicitárias exibindo a marca, a Crypto.com criou NFTs a partir da energia liberada pela pista. Energia que também parece não faltar ao diretor de Marketing da exchange, Steven Kalifowitz, quando o assunto é promover a Crypto.com. Tanto que no final do ano passado, a exchange fechou um contrato e passou a dar o nome do então “Staples Center”, uma arena multiuso que já abrigou diversos eventos públicos, incluindo competições de boxe e basquete, além de shows e hóquei. O local, que também já foi do Los Angeles Clippers e do Los Angeles Lakers (NBA), bem como do Los Angeles Kings da NHL e do Los Angeles Sparks da WNBA, passou a se chamar Crypto.com Arena, conforme noticiou o Cointelegraph.
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