O álcool que abastece os carros no Brasil será rastreado com blockchain pela Embrapa
Brasil que rastrear a cadeia de produção de cana-de-açúcar usando tecnologia do Bitcoin, a blockchain
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmou um Acordo de Cooperação Técnica com a Safe Trace e a Usina Granelli Ltda para o desenvolvimento de uma aplicação em blockchain capaz de rastrear a cadeia de produção da cana-de-açúcar.no Brasil.
No total, segundo a Embrapa, será investido cerca de R$ 466.001,64 no projeto que tem prazo de execução de dois anos.
“O objetivo é a integração de esforços entre as Partes para a execução de trabalhos de pesquisa, desenvolvimento, de interesse mútuo, consistente na execução de atividades para a concepção e desenvolvimento de um sistema de rastreabilidade, utilizando tecnologia blockchain, para produtos e processos agroindustriais da cadeia produtiva da cana-de-açúcar”, destaca a Embrapa.
Blockchain
A Embrapa vinha trabalhando nesta parceria desde o início do ano.
Segundo a instituição a iniciativa faz parte do esforço de reunir informações seguras dessa cadeia produtiva em um sistema único voltado ao setor sucroalcooleiro.
A Embrapa e a Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana) já firmaram, em 2019, um acordo de cooperação que busca criar uma solução usando blockchain.
“Muitos consumidores têm preocupações não somente com o preço dos produtos alimentícios, mas também em relação à qualidade dos insumos utilizados, o local de origem, e se a forma de produção é sustentável, entre outras informações”, explica o pesquisador Alexandre de Castro, da Embrapa Informática Agropecuária.
Desta forma, segundo a instituição, com o blockchain, será possível integrar informações de todos os elos da cana-de-açúcar, desde a fase de produção da cultura, passando pela distribuição e comercialização, ou seja, da origem do produto até o consumidor.
Além de proporcionar segurança nas informações fornecidas ao consumidor sobre a origem das matérias-primas, insumos e processos aplicados ao produto final, o uso dessa tecnologia ainda traz vantagens quanto à segurança criptográfica e à distribuição da base de dados da Política Nacional de Biocombustíveis RenovaBio.
“O Brasil é o maior produtor e exportador de açúcar e etanol; em tempos de concorrência acirrada, um sistema seguro, confiável e de fácil acesso, que concentre todas as informações sobre a cadeia produtiva da cana-de-açúcar pode propiciar um diferencial para atingir mercados mais exigentes e melhor remuneração pelo investimento em tecnologia”, afirma Castro. “Além disso, a centralização das informações sobre a cadeia produtiva em um sistema seguro amplia a capacidade gerencial tornando a tomada de decisão mais ágil e assertiva”, complementa.
Safe Trace
A Safe Trace é uma empresa especializada na rastreabilidade da cadeia produtiva de alimentos, integrando informações de todos os elos, do produtor ao prato do consumidor.
No Brasil parceiros como o Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Walmart comercializam produtos que contam com um sistema de rastreabilidade em blockchain da empresa.
Além disso, junto com o CPQD, a empresa vem desenvolvendo um sistema em DLT para avaliação junto a pecuaristas, frigoríficos, centros de distribuição e grandes redes varejistas.
“O objetivo é assegurar a procedência e a qualidade do produto, com transparência para todos os elos da cadeia produtiva da carne bovina”, afirma José Reynaldo Formigoni, gestor de Soluções Blockchain do CPQD.
Para isso, o sistema desenvolvido cria uma identidade digital baseada em blockchain para cada boi a ser rastreado.
É por essa identidade que as informações sobre o animal, bem como sobre formação de lotes de produção, movimentações, dados sanitários, de qualidade e transformação em produtos, são trocadas entre os diversos atores dessa cadeia
Com isso, cria-se uma trilha de auditoria, confiável e segura, da procedência do animal.
“Se for detectada uma doença no gado de uma fazenda ou região, por exemplo, fica mais fácil rastrear as peças de todos os bois que possam ter sido contaminados, o que torna a localização mais eficiente e reduz as perdas decorrentes do recall da carne”, explica Formigoni.
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