Elon Musk anuncia implantação de chip em humanos e diz que pretende fundir o cérebro à inteligência artificial

Bilionário disse que o dispositivo será capaz de restaurar a visão e movimentos em pessoas com paralisia com interface cérebro-computador, o que pode ir além do “milagre.”

“A mão que afaga é a mesma que apedreja”. As palavras que abrem esta publicação fazem parte de um poema do escritor brasileiro Augusto dos Anjos que pode se adaptar perfeitamente a diversos momentos da história em que invenções concebidas para melhorar a vida da humanidade acabaram sendo usadas contra ela. Em tempos de tecnologia, as letras do poeta também são apropriadas às facilidades e malefícios advindos das novas invenções. 

Que o diga o bilionário Elon Musk, que anunciou na última quarta-feira (30), em entrevista à agência Reuters, o início de testes clínicos em seres humanos nos próximos seis meses por meio da implantação de chips cerebrais sem fio produzidos pela empresa de neurotecnologia Neuralink, cofundada por Musk em 2021. Segundo ele, a ideia é criar uma inteface cérebro-computador que terá como objetivo inicial a restauração da visão, porém, a ponte cérebro-máquina idealizada por Musk e seus sócios da Neuralink pode fazer com que “a criatura” se volte contra os criadores. 

“Queremos ser extremamente cuidadosos e ter certeza de que funcionará bem antes de colocar um dispositivo em um ser humano, mas acho que submetemos a maior parte de nossa papelada ao FDA [agência de saúde dos EUA] e achamos que provavelmente em cerca de seis meses poderemos ter nosso primeiro Neuralink em um ser humano”, declarou.

Elon Musk disse que a intenção é restaurar a visão, inclusive, de pessoas que nunca enxergaram, além de promover o controle de músculos a fim de devolver a função motora a pessoas com paralisia, e permitir o tratamento de doenças como Parkinson e Alzheimer.

Mas, outras ideias de Musk preocupam, porque o magnata manifestou ainda a intenção de fundir o cérebro humano com a Inteligência Artificial (IA). Como se não bastassem as preocupações de analistas que chegam a falar em começo do “fim da humanidade” por causa destas outras empreitadas sinalizadas pelo magnata, que vão muito além do uso da tecnologia a serviço da saúde e bem-estar.

Uma delas abre a possibilidade de “transformar” um avatar de uma pessoa em um segundo corpo de seu dono pelo caminho inverso dessa interface cérebro-computador, capaz de fazer com que o cérebro receba diversos sinais sensoriais a partir de seus avatares, como se o metaverso passasse a ser literalmente uma réplica do mundo físico. 

Ainda que a empreitada de Elon Musk não siga adiante, a inteligência artificial parece ser um caminho sem volta. Um exemplo poderá ser a substituição dos bancos por essa tecnologia nos próximos 30  anos, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.

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